TEMPO DO CATECUMENATO
2ª CATEQUESE:
LEITURA ORANTE DA BÍBLIA
Lectio Divina
1 – OBJETIVO:
Orientar para a prática da Leitura Orante.
2 – ACOLHIDA:
Acolher os catequizandos num ambiente apropriado, relembrando o tema anterior.
3 – ORAÇÃO INICIAL:
Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Salmo 1. (O catequista irá rezar com os catequizandos em forma de eco, onde o catequista reza um versículo e os catequizandos repetem e assim sucessivamente).
4 – MOTIVAÇÃO:
Continuando a nossa catequese sobre a Bíblia-Palavra de Deus, faremos uma orientação sobre a Leitura Orante. O que é, como fazer e quais os efeitos que ela produz em nós.
5- CÂNTICO: Tua Palavra é Lâmpada para meus pés – n. 6
6 – PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:
Is 55, 2.10-11 – Leitura Orante
7 – APROFUNDAMENTO DO TEMA:
LEITURA ORANTE DA BÍBLIA
LECTIO DIVINA
Após meditarmos a Palavra de Deus que hoje ilumina a nossa Catequese vamos então para o nosso estudo.
O que é Lectio Divina?
Já ouviram algo sobre ela? (Deixar que os catequizandos falem).
Lectio Divina é uma expressão que significa “Leitura Divina”, “Leitura de Deus” ou “Leitura Orante.”
A Lectio Divina não tem apenas a finalidade de satisfazer a curiosidade intelectual. Ela tem como objetivo alimentar a vida de fé do cristão, fortalecer a união com Deus e animar a caminhada, o seguimento (discipulado). Ela não é uma leitura qualquer da Bíblia, mas é uma maneira de entrar em diálogo com Deus que nos fala por meio de sua Palavra, que é um Deus em diálogo de amor (Pai, Filho e Espírito Santo) e que com o Filho e o Espírito Santo vivem em diálogo de amor. Essa forma de ler não é outra coisa senão escutar a Palavra de Deus, de modo a tornar-se capaz de participar do diálogo trinitário, como filho no Filho (Cf. Rm 8, 29-30).
Podemos dizer que a Lectio Divina é um modo de ler a Bíblia que nos leva a um encontro íntimo e profundo com Deus, que se dirige a nós através da Palavra, e na medida em que compreendo a Palavra de Deus, compreendo a mim mesmo, de uma maneira nova. Ela me leva a um encontro com Deus e comigo mesmo, despertando em mim o amor e o gosto pela escuta da Palavra.
É na Palavra que sentimos a unidade e a essência de Deus. É na escuta atenta da Palavra de Deus que o amor misericordioso e a compaixão (olhar com os olhos de Deus) vão sendo aprimorados. É sempre o Espírito Santo que suscita o amor e a adesão à Palavra e isso me leva à oração e à intimidade com o Senhor.
É impossível compreender a Leitura Orante sem chegar à oração em todas as suas formas e expressões: súplicas, hinos, ação de graça, invocações, louvores, pedidos de perdão… Assim, a Lectio Divina passa a ser uma Palavra rezada e não apenas lida. A atitude mais digna do ser humano perante seu Criador e Pai é escutá-LO.
A Leitura Divina é dividida em quatro passos:
Leitura;
2- Meditação;
3- Oração;
4- Contemplação. (Colocar uma escadinha com esta ordem de palavras em cada degrau).
1 – Ler a Palavra:
Ler é conhecer, respeitar, situar. Antes de tudo, você deve ter a preocupação de investigar: “O que o texto diz em si”? Isto exige silêncio, para que nada o impeça de escutar o que o texto tem a dizer. Somente o Espírito Santo pode se revelar e guiar-nos até á verdade completa que se oculta na Palavra.
A leitura permite ao leitor compreender o conteúdo da comunicação de Deus, compreender o próprio Deus e o que Ele quer comunicar, na situação em que se encontra. A leitura conduz o leitor para o mais profundo do seu interior. Faz com que o leitor compreenda seu mistério e o Mistério de Deus, do qual participa.
Ler o texto é ver as cenas, os movimentos e a mensagem aí descritos. É nos sintonizar com o texto. É ver em condições de “contracenar”, de entrar no diálogo: ouvindo Deus que nos fala. E de nossa parte, falamos com Deus.
A leitura da Palavra de Deus permite que Ele vá modelando em nós a imagem e os sentimentos de seu Filho – a estatura do homem perfeito. “… A Palavra está muito perto de ti: está na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática” (Dt 11, 14).
2 – Meditar a Palavra:
Meditar é atualizar a Palavra de Deus para o hoje de nossa vida, meditar é “ruminar”. Na meditação o cristão percebe a força transformadora da Palavra. Meditar é parar. É tirar tempo para perceber as verdades de Deus.
Meditar é mais que ler. É colocar o ouvido e o coração à escuta. A meditação faz com que entremos em diálogo com o texto, com Deus. Fazendo perguntas ao texto, aproximando-o de nossa vida e a nossa vida ao texto.
A meditação é o trabalho de assimilação e aplicação do que o olho leu, do que o ouvido escutou, do que a memória guardou. Na meditação, às vezes basta nos determos a uma frase, uma imagem, uma cena, uma ideia do texto que mais nos chamou a atenção, que mais nos tocou para compreendermos a mensagem, o recado de Deus para nós e nossa vida.
A meditação da Palavra de Deus dilata o coração humano até adquirir a dimensão do próprio Deus que pronuncia a Palavra. Faz nos ver em Deus e Deus em nós. “… Já não sou eu quem vive é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20a).
3 – Rezar a Palavra:
Rezar a Palavra de Deus é responder a Ele, é falar com Ele sobre o que o texto nos diz. O que foi visto, ouvido e refletido torna-se assunto de comunicação com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Até agora Deus falou para nós; chegou a hora de respondermos a Ele em forma de oração: – “como um servo falo ao meu Senhor: – louvo, agradeço, peço perdão e ajuda: adoro e suplico.” Falo com Deus sobre o que se passa comigo e sobre o que desejo dEle. Mais do que falar, procuro escutar, estar em sintonia com Ele. A oração é a nossa resposta à Palavra de Deus. “…Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc1, 38b).
4 – Contemplar a Palavra:
Contemplar é ir para além das palavras e da razão. A leitura, a meditação e a oração terminam por nos fazer contemplar Deus, colocando-nos diante dEle e nos fazendo experimentar o Mistério do seu amor, de tal forma que as palavras já não contam tanto, diante de tão grande mistério. A contemplação reúne em si todo o caminho percorrido na leitura, meditação e oração.
Até agora você se colocou diante de Deus, leu e escutou a Palavra, estudou e descobriu o seu sentido, e fez com que a Palavra passasse da cabeça para o coração, a partir daí você começa a ter um novo olhar sobre a realidade, sobre a vida sua e da comunidade. É uma percepção de como Deus vê, qual Sua vontade e desejo diante dessas realidades.
A contemplação é a atitude de quem mergulha dentro dos fatos, a fim de descobrir e saborear neles a presença ativa e criativa da Palavra de Deus e, além disso, procura comprometer-se com o processo de transformação que esta Palavra está provocando dentro da realidade.
A contemplação não só medita a mensagem, mas também a realiza. Não só ouve, mas coloca em prática. Não separa os dois aspectos: diz e faz, ensina e anima, é luz e força. Ela tem caráter pessoal. Nela procuramos ir além do texto e chegar à presença do Senhor que está atrás e dentro de cada página da Escritura.
A contemplação é também perceber a presença de Deus nos acontecimentos, na História, nos outros e em tudo. Ela desenvolve em nós um novo olhar, um novo sentir, um novo modo de agir e reagir, um novo modo de perceber o mundo, as pessoas e a nós mesmos. “… Procurai e achareis, batei e se vos abrirá” (Mt 7,7b).
8- PARA PENSAR:
Releia o texto bíblico do nosso encontro durante a semana e reflita. O que você entende quando Deus fala que sua Palavra não voltará para Ele sem que tenha cumprido sua vontade?
9 – VIVER A PALAVRA
Visite um amigo que esteja necessitado de uma palavra amiga e fale com ele sobre a força que tem a Palavra de Deus. Reze todas as noites o Salmo 1.
10 – ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL
Todos: “Vivei em mim, ó Espírito Santo, para que meus pensamentos sejam todos santos. Atuai em mim, ó Espírito Santo, para que eu me abra aos ensina[1]mentos de minha catequese. Orienta e dirige o meu coração, ó Espírito Santo, para que eu ame e pratique a Palavra. Encorajai-me e fortalecei-me, ó Espírito Santo, para que eu persevere na minha caminhada. Amem”.
Obs: Ao final deste encontro é importante que o catequista já deixe tudo organiza[1]do com os catequizandos sobre o RETIRO que acontecerá no próximo encontro (Local, horário, locomoção, o que devem levar e etc.). Envolver outras equipes da Paróquia para ajudar. Agendar com antecedência com a pessoa que irá ORIENTAR e trabalhar no RETIRO.