TEMPO DO CATECUMENATO
14ª CATEQUESE:
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo
1 – OBJETIVO:
Proporcionar aos catequizandos o conhecimento e a compreensão da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo – o Mistério Pascal.
2 – ACOLHIDA
Acolher com alegria e perguntar a eles o que sabem sobre a Páscoa de Jesus Cristo com o ambiente preparado com: uma mesa com uma toalha branca, a Bíblia aberta em um dos Evangelhos, pão, vinho e cruz.
3 – ORAÇÃO INICIAL
Iniciemos nosso encontro em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Para bem participarmos do nosso encontro, rezemos invocando a força do Espírito Santo de Deus.
4 – CÂNTICO: De acordo com o tema.
5 – PROCLAMACÃO DA PALAVRA
Jo 16, 25-33; 17, 1-3 – Leitura Orante
6 – APROFUNDAMENTO DO TEMA
Ensinam-nos as Sagradas Escrituras que no tempo estabelecido por Deus, o Filho Unigênito do Pai, o Verbo Divino, encarnou. Sem perder a natureza divina, assumiu a natureza humana. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e sua encarnação é, portanto, o mistério da união admirável da natureza divina e da natureza humana, na única Pessoa do Verbo. Assim, toda a vida de Cristo é revelação do Pai, é mistério de redenção (cruz) e é mistério de recapitulação (libertação do homem do pecado e da morte). Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha como objetivo restabelecer o homem decaído à sua vocação originária de viver em
harmonia com o Criador e todas as criaturas; o projeto amoroso do Reino de Deus.
Depois de ser batizado por João no Rio Jordão, Jesus iniciou sua vida pública e anunciava que o Reino de Deus havia chegado. Ele ensinava que o Reino é dos pobres e pequenos, quer dizer, dos que O acolhem com um coração humilde.
Jesus foi enviado para trazer a Boa-Nova aos pobres (Lc 4, 18). Assim, partilhou a vida dos pobres, desde o presépio até à cruz: soube o que é sofrer a fome, a sede, a indigência e a injustiça. Assumindo em seu nascimento a nossa humanidade, experimentou todas as dores e angústias dos homens e viveu plenamente a vida humana, menos no pecado. Mais ainda: identificou-se com todas as formas de pobreza, e fez do amor preferencial e ativo para com eles a condição de se entrar no seu Reino (CIC 279).
Em sua vida pública Jesus acolheu, curou e reintegrou ao convívio os que eram escravizados e discriminados pela lei; pessoas que não tinham reconhecidas sua dignidade humana ou cidadã. As autoridades religiosas dos judeus reunia o povo nas sinagogas e, com pretensão de organizar o povo, ensinava a tradição dos antigos. Porém, em vez de revelar a verdadeira face do Pai, escravizava o povo com normas e obrigações absurdas e sem sentido, que condenavam os pobres, pois eles não conseguiam observar tanta prescrição. Jesus colocou-se do lado daqueles que eram excluídos do sistema (político, econômico e religioso) –
pobres, prostitutas, publicanos, leprosos, doentes, crianças, viúvas, órfãos, samaritanos, possessos, estrangeiros, mendigos, pescadores, mulheres, cobradores de impostos, e tantos outros marginalizados. A todos acolhe, propõe o Reino de Deus, a conversão do coração e a mudança de vida. Quem não tem lugar no convívio social, passa a ter lugar na convivência com Jesus que lhes transforma a vida.
Com suas palavras e atitudes Jesus ensinava e praticava a abertura para com todos: igualdade no relacionamento humano, ternura para com as crianças e os doentes, abnegação em relação aos bens materiais, partilha, serviço, misericórdia, perdão, conversão, humildade, acolhida, amor ao templo, enfim.
Questionava veementemente e repreendia toda ganância, hipocrisia, exploração, falsidade, dominação e o acúmulo de riqueza injusta. Denunciava o uso do nome de Deus pelas autoridades religiosas para excluir, explorar e escravizar o povo.
O Filho de Deus foi esperado pelo povo judeu como Messias – um rei guerreiro e poderoso – que se encaixasse em suas próprias expectativas; mas veio como um Messias Servo. Ele mesmo ensinou aos discípulos desde o início que, no Reino de Deus, toda vida tem de ser colocada a serviço – especialmente dos pobres, dos que mais sofrem. Contrariou assim o ideal que os próprios discípulos tinham do Messias, querendo que Jesus se convertesse a eles e não o contrário. Jesus porém foi fiel ao Pai e ficou do lado dos pequenos. Com estas atitudes foi acendendo uma luz na escuridão da mente dos discípulos: não haveria reino de amor e justiça, não haveria Messias, se não houvesse a cruz. E a figura do Rei foi substituída pela do Servo que entrou em Jerusalém montado em um jumentinho.
Jesus sabia que sua opção pelos pequenos iria incomodar os grandes e que eles iriam querer matá-lo, mas não voltou atrás. Suas posturas e ideias entraram em choque com os que preferiam o privilégio e a dominação – por isso sofreu e foi maltratado – foi condenado e morto. Aquele mundo, mergulhado no pecado, não podia suportar Jesus: o mundo do fanatismo religioso (Mc 2, 27), da sede de poder (Jo 11, 47-48), da ambição (Mt 23, 6-7), da violência (Mc 15, 7), da hipocrisia (Lc 11, 46), e de tantos outros graves pecados religiosos, morais e sociais. Mas Ele viera para cumprir uma missão e dela não se desviou em nenhum momento,
mesmo diante da perseguição, das calúnias, da violência e, por fim, da morte que teve de enfrentar. Firme em seus propósitos, entrou em Jerusalém pronto para o que lá iria acontecer. Já tinha anunciado mais de uma vez aos discípulos sua paixão e ressurreição. E ao dirigir-se para Jerusalém, declara: “não convém que um profeta morra fora de Jerusalém” Lc 13, 33, (cf. CIC 557).
É claro, as autoridades queriam matá-lo. Como Jesus rompeu com toda forma de poder escravizante, tornou-se um homem perigoso. Os grandes sentiam sua autoridade ameaçada por Jesus. Ele, com suas palavras e gestos, encheu o coração das pessoas de paz, amor, esperança e sede de justiça. Condenou os atos de dominação política, econômica, intelectual e religiosa e plantou no coração e nas mentes do povo ideias e ideais de liberdade e igualdade. Então, em nome da tradição dos antigos, das normas e das leis, num julgamento injusto e desumano, prenderam, condenaram e mataram Jesus numa cruz. Acusação: ser ele o Rei dos
Judeus, contra o imperador romano. A morte de Jesus foi sendo preparada ao longo de toda a sua vida. Foi um assassinato religioso-político, abuso da justiça.
Foi condenado como subversivo aquele que só amou e ensinou a amar. Sua Paixão tornou-se o sacrifício que o Filho de Deus feito homem ofereceu, “uma vez por todas” (Hb 7,27), pela salvação da humanidade. E Jesus preferiu morrer livremente a renunciar sua missão de salvação. Ele era, afinal, o enviado do Pai Misericordioso, mas o mundo não O reconheceu assim.
A cruz hoje tem para o mundo o sentido do mistério e da dignidade de um amor e foi levado às últimas consequências – a entrega e o sacrifício de Cristo – porém, na época em que Jesus foi morto significava a condenação mais violenta e injuriosa, destinada aos piores malfeitores. Não bastou a condenação à morte, Jesus morreu como um pobre, um delinquente; como o mais miserável dos
homens. Morreu clamando pela misericórdia do Pai pois sabia que Deus escuta o clamor dos pobres. Porém, mesmo na dor e imensa agonia, Jesus pede ao Pai que seja feita a vontade de Deus e não a sua. E aquele que não teve casa para nascer, também não teve um túmulo ao morrer. Nasceu num estábulo, num “berço” que não era seu e, ao morrer, foi sepultado em um túmulo emprestado. Porém Deus, em seu imenso amor paternal, escuta e exalta seu Filho: a ressurreição é a resposta de amor do Pai à fidelidade de Jesus. Eis a grandeza do Mistério Pascal.
Deus não planejou nem desejou a cruz. Ele não ama o sofrimento. Ela foi antes um grande gesto de ingratidão e injustiça por parte dos homens. Jesus Cristo não a desejou, mas também não fugiu dela. Ele a vivenciou como prova de amor e determinação; entregou-se livremente, pois nem mesmo a morte O afastou da missão de salvar a humanidade. Existe Cruz porque existe o pecado. Mas, sobretudo, existe cruz porque existe amor. Ela é fruto do amor de Deus diante do pecado dos homens, e tornou-se prova da misericórdia de nosso Deus; do seu amor à justiça; da remissão dos pecados; sinal de salvação; da opção preferencial de
Deus pelos pobres; do sacrifício pleno e definitivo; da libertação total do homem; vitória da vida sobre a morte, pois, após a cruz, veio a ressurreição. A Paixão de Jesus existe em função da sua ressurreição.
A morte de Jesus não teria valor se não precedesse a Ressurreição. “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem”. (Cor 15,14.17- 19.20ª.21).
A grande pedra rolada, o sepulcro aberto e vazio, a mensagem do anjo, as aparições e os sinais e gestos do ressuscitado confirmaram o que Jesus lhes tinha dito antes aos discípulos: “Mas, depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a
Galileia” (Mc 14,28). O medo das mulheres que foram no domingo de manhã visitar o sepulcro deu lugar à alegria e elas foram correndo contar aos apóstolos.
Jesus havia ressuscitado! Vitória triunfal da vida sobre a morte! E sua Ressurreição é verdadeiramente o maior dos alicerces da nossa fé.
A Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo, constituem o Mistério Pascal.
“O Mistério Pascal da Cruz e Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio salvífico de Deus cumpriu-se “uma vez por todas” (Hb.9,26), pela morte redentora de seu Filho Jesus Cristo” (CIC nº 571). O acontecimento celebrado na Páscoa Judaica, isto é, a libertação do povo israelita da escravidão do Egito, é a antecipação da completa libertação conquistada por Cristo para a raça humana. Assim, o Mistério Pascal é o Mistério central da fé Cristã, celebrado no Tríduo da Páscoa com uma solenidade única e sublime.
Foi deste Mistério que nasceu a Igreja e, com ela, a vida sacramental. E “Jesus Cristo, cabeça da Igreja, precede-nos no Reino glorioso do Pai, para que nós, membros do seu corpo, vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele. E tendo entrado, uma vez por todas, no santuário dos céus, intercede incessantemente por nós, como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo. (CIC 666 e 667) Ressuscitado, Cristo ordenou aos então seus discípulos e a nós, seus discípulos hoje: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 18- 20).
Todo o texto do encontro de hoje está fundamentado no Catecismo da Igreja Católica, nº 422 ao 655.
7 – PARA PENSAR:
Deus nos deu seu Filho único, que teve por missão: fazer o Pai conhecido e amado por todos, para que todos tivessem a vida eterna. Jesus, por amor aos homens e por obediência ao Pai, dá sua vida na cruz. Deus Pai ressuscita Jesus. Ele é o Deus da vida. Responda:
O que é ressurreição?
Você seria capaz de dar a sua vida para salvar alguém?
8 – VIVER A PALAVRA:
Valorize sua vida ela é preciosa, é dom de Deus.
Fale com alguém sobre a ressurreição de Jesus.
Veja na sua vida em quê você precisa ressuscitar, respondendo:
Como vivo ressuscitado com Jesus no dia a dia?
9 – ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL:
Rezar juntos a Oração do Credo (caso não saibam o catequista deverá providenciar).
Cateq.: Senhor Jesus Cristo Ressuscitado, seja companheiro de jornada destes nossos catequizandos nos caminhos da vida. Aumente e alimente neles a fé e a coragem de testemunhar-te ao mundo. Acenda em seus corações o desejo de conhecer e proclamar Tua Palavra e ajudar a construir teu reino de amor.
Todos: Amém!
Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
Todos: Amém
Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo…
Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!