Festa da Apresentação do Senhor

Apresentação do Senhor no templo.
Material para catequese
Material para catequese

“O Rei da glória é o Senhor onipotente” (Sl 23/24)

No próximo dia 2 de fevereiro de 2023, celebramos a Festa da Apresentação do Senhor. Essa celebração acontece 40 dias após o Natal. Esse acontecimento é narrado no capítulo 2 do Evangelho de Lucas, quando Maria e José sobem ao templo a fim de consagrar Jesus ao Senhor e o profeta Simeão e a piedosa Ana vão ao encontro deles.

No oriente, essa festa é celebrada desde o ano 450 d.C. e é chamada de Festa do Encontro, pois o Senhor vai ao encontro dos sacerdotes do templo, e Simeão e Ana representam todo o povo de Deus. A partir do século V, essa festa passou a ser celebrada também em Roma. Com o passar dos anos, foi acrescentada a essa festa a benção das velas, recordando que Jesus é a luz dos gentios e que todos nós devemos refletir a luz de Cristo para os outros.

José e Maria cumprem um preceito prescrito na lei de Moisés, que dizia que todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado ao Senhor e pertencia ao Senhor. Ao consagrar o menino ao Senhor, os pais deveriam fazer uma oferta, muitos doavam dinheiro ou algum bem material ou animal de grande porte. Por serem pobres, José e Maria ofertam um par de rolas ou dois pombinhos e isso alegrava o Senhor. A Sagrada Família seguia à risca a lei judaica.

Ao chegarem ao templo, o profeta Simeão, “movido pelo Espírito Santo” vai ao encontro do Senhor, o mesmo Espírito Santo que no batismo desceria sobre Jesus e o conduziria logo após ao deserto. Esse mesmo Espírito Santo revela a Simeão que Jesus era o filho de Deus, o Messias esperado. Peçamos nessa celebração da Festa da apresentação do Senhor que esse mesmo Espírito Santo nos faça reconhecer Jesus como o Messias esperado e possamos refletir essa luz às outras pessoas. Não podemos ser trevas e escuridão para os outros, mas luz.

A Festa da Apresentação do Senhor começa com todo o povo de Deus do lado de fora da Igreja e, após a oração e benção das velas proferida pelo sacerdote, os fiéis em procissão entram na Igreja, representando que devemos ir ao encontro do Senhor com as nossas lâmpadas acesas. Devemos estar sempre em oração e vigilância, pois não sabemos qual será o dia ou a hora.

Ao ouvir tudo o que o profeta Simeão disse, Maria guardava todos os fatos e meditava sobre eles em seu coração. Maria sabia, desde o início da missão, que abraçou ser a mãe do Salvador. A profetisa Ana era uma mulher de Deus e esperava, assim como todo o povo de Israel, a salvação de seu povo. Tanto Ana, como Simeão, já idosos, esperavam com ansiedade por tempos de paz e salvação trazidos pelo Messias.

Que também nós possamos esperar tempos de paz para a nossa vida e para o nosso povo. Que a luz de Cristo irradie o mundo inteiro e que nós, movidos pelo Espirito Santo, caminhemos ao seu encontro e o adoremos.

A primeira leitura dessa missa é da profecia de Malaquias (Ml 3, 1-4). O profeta transmite ao povo a mensagem do Senhor, que dizia que dentro em breve Deus enviaria o seu anjo para que preparasse o caminho para a chegada do Messias. Esse anjo do Senhor prepararia o povo para o encontro com o Senhor e para o julgamento que se daria com sua chegada. Por isso, o convite “Convertei-vos e crede no evangelho”. A leitura opcional é de Hb 2, 14-18 que será utilizada quando cai no domingo como segunda leitura.

O salmo responsorial é o 23 (24), que diz em seu refrão: “O Rei da glória é o Senhor onipotente”. O salmista convida para que abramos as portas do nosso coração para acolher o Senhor que virá. Que o Senhor entre em nossa cidade e em nosso país e os corações de todos se transformem e que possa reinar a paz.

O evangelho dessa solenidade é de Lucas (Lc 2, 22-40). Esse trecho do evangelho de Lucas retrata justamente o que celebramos hoje, a apresentação do menino Jesus no templo. Quarenta dias após o nascimento, para cumprir aquilo que era prescrito por Moisés na lei, José junto com Maria levam o menino Jesus para ser consagrado ao Senhor.

No templo foram recebidos pelo profeta Simeão e profetiza Ana, ambos esperam a consolação de Israel e aguardavam ansiosos a chegada do Messias. O profeta Simeão disse que não morreria antes de ver o Messias e Ana também já era de idade avançada. O profeta diz algumas coisas sobre o menino e Maria guardava e meditava tudo em seu coração.

Esta festa ainda ligada ao nascimento de Jesus (40 diasd) já nos aponta para o mistério da Redenção (luz das nações). Celebremos com alegria a Festa da Apresentação do Senhor e que, ao celebrarmos essa festa, voltemos o nosso coração para a festa maior do calendário cristão que logo se aproxima, que é a Páscoa. Vamos com as nossas lâmpadas acesas ao encontro do Senhor e sejamos luz para quem encontrarmos.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ