Santo Antônio

Santo Antônio de Pádua
Material para catequese
Material para catequese

No dia 13 de junho, celebramos a memória litúrgica de Santo Antônio, um dos santos mais populares e importantes da Igreja Católica. O mês de junho é especial, pois além de Santo Antônio, também celebramos a natividade de João Batista, no dia 24, e São Pedro e São Paulo, no dia 29 (transferido liturgicamente no Brasil para o domingo seguinte, conforme determinação da CNBB).

O Verdadeiro Santo Antônio: Mais do que um “Casamenteiro”

Muitos associam Santo Antônio à imagem de um santo “casamenteiro”, fazendo promessas para conseguir casamento. No entanto, ele não foi canonizado por essa razão. Ele foi reconhecido pela Igreja por ser um grande pregador e por seus escritos importantes, recebendo o título de “Doutor da Igreja”.

A Caridade

Uma das características que ajudaram na canonização foi sua caridade com os mais pobres. Na missa em sua memória, abençoa-se o pão, em referência à prática do santo, que distribuía pães aos necessitados que batiam à porta do convento. Antes de ser conhecido como “casamenteiro”, é o santo da caridade, e sua vida deve nos inspirar a praticar a caridade de forma semelhante.

A Vida: De Lisboa a Pádua

Santo Antônio nasceu em Lisboa, no ano de 1195, e faleceu nas proximidades de Pádua, na Itália, em 1231. É por isso que ele é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua. Embora algumas pessoas pensem que são dois santos diferentes, trata-se do mesmo santo, que teve origens em Lisboa e uma missão que o levou à Itália.

Seu nome de batismo era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, mas ao se tornar religioso, adotou o nome de Antônio, em homenagem a Santo Antão, um grande monge eremita do Egito.

A Jornada Religiosa

Aos 15 anos, ingressou na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e foi ordenado sacerdote aos 24 anos, tendo estudado filosofia e teologia. Posteriormente, ao conhecer os franciscanos e o testemunho dos mártires no Marrocos, ele se encantou pelo estilo de vida dos franciscanos, deixando os agostinianos para abraçar a vida de pobreza.

A Missão como Pregador

Depois de adoecer durante uma missão no Marrocos, Santo Antônio encontrou-se com São Francisco de Assis, que autorizou-o a ensinar aos frades. No entanto, ele destacou-se mais como pregador do Evangelho, realizando muitos milagres por meio de suas pregações. Ele ajudou a combater as seitas dos cátaros e albigenses, atraindo multidões com suas palavras.

Ele pregava com autoridade e vivia o que pregava, sendo nomeado o primeiro leitor de teologia da ordem por São Francisco. Em suas pregações, milhares de pessoas se reuniam, e muitos milagres aconteciam.

Santo Antônio e o Papa

Após a morte de São Francisco, Santo Antônio foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a regra da ordem dos franciscanos. Ele continuou pregando, atendendo confissões e servindo aos mais pobres até sua morte, aos 36 anos, em 13 de junho de 1231.

O Legado: Milagres e Peregrinações

Logo após a sua morte, seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações. Milhares de milagres foram relatados, e ele foi canonizado apenas um ano depois de sua morte, pelo Papa Gregório IX. Santo Antônio também buscou imitar Santo Agostinho, demonstrando uma devoção especial durante sua vida.

Protetor dos Pobres e das Coisas Perdidas

Ele é amplamente conhecido como o protetor dos pobres e das coisas perdidas. Durante sua vida, realizou muitos milagres, curando cegos, surdos e coxos em suas pregações. Seus sermões e tratados sobre a Quaresma e os Evangelhos estão registrados em dois grandes volumes de sua obra.

Reconhecimento Oficial e Milagres

Em 1934, foi declarado padroeiro de Portugal e, em 1946, foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII. Um de seus maiores milagres é o fato de que sua língua permaneceu intacta após sua morte, e hoje está exposta na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, como prova de sua pregação inspirada por Deus.

Conclusão: A Celebração de Santo Antônio

Celebremos com alegria a memória litúrgica de Santo Antônio, pedindo a ele paz, proteção, e que nunca falte em nossa mesa o pão de cada dia, que possamos sempre repartir com os mais pobres. Sigamos seu exemplo de anunciar a Palavra de Deus com amor e dedicação, assim como ele fez.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ