Celebramos nesse domingo, o décimo sétimo desse tempo comum, acompanhamos Jesus em sua vida pública anunciando o Reino de Deus. Hoje Jesus nos ensina a verdadeira oração e como devemos pedir aquilo que necessitamos a Deus. Mas, além de só pedir, também temos que agradecer e colocar em prática aquilo que rezamos, ou seja, se rezamos pedindo que Deus perdoe os nossos pecados, temos que perdoar aqueles que por ventura nos tenham ofendido.
Dessa forma, a nossa oração será sincera e agradável aos olhos de Deus. Nós como família cristã e pertencentes a Igreja de Cristo temos que saber rezar a Deus e perdoar os nossos semelhantes. Deus, como um Pai, atende ao pedido de seus filhos, justamente porque Ele é bom e quer ver os seus filhos bem. Ao contrário da humanidade que muitas vezes são maus e dão coisas boas aos seus filhos.
Celebramos hoje o II Dia mundial dos avós e idosos, considerando que na próxima terça-feira, dia 26, comemoramos o dia de Sant’Ana e de São Joaquim, avós de Jesus e pais de Nossa Senhora. Nesse dia, celebramos também o Dia dos Avós. Rezemos nessa celebração por todas as pessoas de idade, para que sejam respeitadas e que vivam dignamente. Com essa celebração, possamos olhar os idosos com o valor que merecem, que eles sejam vistos como aqueles que trazem a sabedoria de vida e respeitados por seus filhos, netos e bisnetos. O Papa Francisco enviou a mensagem para esse dia com o título: “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92,15). É uma boa ocasião de refletirmos sobre o lugar que a Pastoral da Pessoa Idosa ocupa em nossas comunidades.
Nós só obteremos as graças de Deus se criarmos uma intimidade com Ele, essa intimidade com Ele, só será possível por meio da oração. Sem uma vida de oração constante é impossível alcançar as graças de Deus para a nossa vida. Muitas vezes, algumas pessoas se questionam por que Deus não as ajuda ou por que as coisas não vão para frente em sua vida. É só observar se essas pessoas têm uma vida constante de oração ou não. Sem oração, sem ir à missa, ao menos aos domingos, não obteremos as graças de Deus.
A primeira leitura deste domingo é do livro do Gênesis (Gn 18, 20-32). O Senhor disse a Abraão que o clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu devido a vida de pecado que eles estavam levando. O Senhor disse que desceria para ver as suas atitudes e se o seu clamor corresponde ao clamor que chegou até Ele.
Abraão continuou na presença do Senhor e, conversando com Deus, pede para que Ele tenha piedade e preserve a cidade da destruição, por conta dos justos que ali habitam. Há os injustos e pecadores, mas há também os justos. E, ainda, Deus é bondade e misericórdia, não nos pune em proporção às nossas faltas e sempre espera que que o pecador se converta e viva. Por ser bom o “tempo todo”, Deus não castiga a humanidade e, assim, não destrói as cidades de Sodoma e Gomorra.
O Salmo responsorial é o 137/138. Esse é um Salmo de agradecimento a Deus. O salmista agradece a Deus por ter livrado dos perigos e de seus perseguidores. A bondade do Senhor é para sempre e, mesmo devido aos nossos pecados, não nos castiga. Pelo contrário, intercede por nós e nos atende.
A segunda leitura é da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 2, 12-14). Cristo morreu na cruz para nos libertar de nossos pecados, por meio da fé, acreditamos que Deus o ressuscitou dos mortos e de junto do Pai, Ele intercede por nós. Por meio de Cristo, recebemos o perdão e nos tornamos livres para amar e servir ao próximo, sendo livres do pecado e, amando o nosso próximo, seremos merecedores da vida eterna.
O Evangelho é de Lucas (Lc 11, 1-13), nesse trecho do evangelho de Lucas, Jesus estava rezando num lugar a parte e, ao final de seu momento de oração, os discípulos pedem que Ele os ensine a rezar. Jesus ensina aos discípulos a oração mais completa que conhecemos, que é a oração do Pai Nosso. Muitas vezes, do mesmo modo que os discípulos, não sabemos a maneira certa de rezar a Deus e acabamos “balbuciando” inúmeras palavras, algumas sem sentido.
Em nossa oração com Deus, podemos simplesmente rezar um Pai Nosso e E’le nos atenderá em nossas necessidades. É claro que, além de rezar, temos que colocar em prática aquilo que está no Pai Nosso. Se queremos que Deus perdoe as nossas ofensas contra Ele, temos que perdoar as ofensas que o próximo comete contra nós.
Se rezarmos a oração do Pai Nosso com fé, seremos atendidos por Deus, pois Ele ouve a prece sincera e acima de tudo. Deus é bom e sempre nos dará coisas boas e não más. Persistamos na vida de oração para que possamos alcançar de Deus tudo aquilo que necessitamos.
Nessa celebração de hoje, lembremos dos idosos e dos avós. Que Deus os cumule de sabedoria e saúde e que possam ensinar aos mais jovens o caminho do bem.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ