Celebramos no dia 25 de dezembro uma grande solenidade para os cristãos, especialmente, para nós, católicos. Temos 4 formulários para as missas de 24 e 25 de dezembro. A missa do dia nos faz refletir sobre a teologia do Verbo que se fez carne. O centro da nossa fé, que é o nascimento de Jesus. Solenidade do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo! Celebrar o nascimento de alguém já é motivo de grande alegria, principalmente, celebrar o nascimento do Menino Deus, que veio para salvar a humanidade e resgatá-la do pecado.
Nasceu-nos hoje um menino, o Filho nos foi dado! Entoamos esse cântico na Missa de hoje, agradecendo a Deus por nos ter dado Jesus como presente. Ele é o principal presente que poderemos receber nesse Natal. O nascimento de Jesus nos aponta para o mistério que celebraremos dentro de alguns meses, que é a Páscoa.
No dia de Natal, para bem poder comemorar com a família e confraternizarmos, deveremos ir primeiro à celebração da Missa. Tanto na noite de Natal, quanto no dia, pois são liturgias diferentes. Temos que participar da Missa para expressarmos a nossa fé. Deixemos espaço para que Jesus entre e faça morada em nós.
Com o nascimento de Jesus, a esperança é renovada e a fé robustecida pela certeza de que Deus nos ama e que, nascendo pobre, fez-se pobre entre os mais pobres, para nos oferecer o caminho da salvação. O nascimento de Jesus é sinal de que Deus nos ama e assim quer a salvação de todo o gênero humano. Entoemos louvores a Deus, por tão grande presente.
Somos convidados nessa liturgia desta solenidade a preparar a manjedoura do nosso coração para acolher a Palavra de Deus que nos vem por meio do Verbo Encarnado, Jesus Cristo. Ele nasceu, morreu e ressuscitou e vive hoje no meio de nós pela ação do Espírito Santo.
A primeira leitura (Is 52,7-10). O profeta diz aquilo que acontecerá a partir do nascimento de Jesus. Ele é o príncipe da paz, o Deus conosco, o Emanuel. O Senhor se lembrou de Jerusalém e consolou o seu povo, resgatou esse povo do caminho do pecado e mostra a eles o caminho da paz. Anos mais tarde, Deus se manifestaria em seu Filho Jesus Cristo e anunciaria aos homens de toda a terra a paz e a salvação.
No salmo responsorial 97(98), a humanidade inteira contemplaria a salvação que vem de Deus. Deus não se manifesta apenas para um povo, mas para a humanidade inteira. O Senhor faz conhecer a salvação e a justiça.
Na segunda leitura (Hb 1, 1-6) o autor sagrado nos diz que Deus sempre falou ao seu povo por meio dos profetas e nesses dias que são os últimos Ele nos falou por meio de Jesus. Deus constitui Jesus herdeiro de todas as coisas e nos fez co-herdeiros, pois participamos desse mistério de salvação. Trazemos dentro de nós a marca do Espírito Santo, esse é o selo pelo qual nos tornamos co-herdeiros.
O evangelho (Jo 1,1-18) é o início do evangelho de São João e nos fala do mistério daquilo que envolve o que hoje estamos celebrando. A Palavra se fez carne e habitou entre nós, a Palavra estava com Deus e era Deus, e agora habita no meio de nós. Deus criou tudo por meio da Palavra e depois enviou essa Palavra feito carne para nos salvar e nos indicar o caminho para seguir essa Palavra. Jesus nos revela a face íntima de Deus Pai.
Deus Pai ao criar o universo, cria em comunhão com as outras duas pessoas da Santíssima Trindade, mas há momentos certos durante a história da salvação de Deus revelá-los à humanidade. Durante o Antigo Testamento Deus caminha com o seu o povo, toma-os pela mão e faz aliança com esse povo. Essa aliança se concretiza a partir do nascimento de Jesus.
Antes, porém, de Jesus iniciar a sua vida pública, Deus envia o profeta João Batista. João batizava com água e pregava um batismo de conversão. Ele direcionava as pessoas para Deus e incitava aqueles que se encontravam nas trevas para que se aproximassem da luz. Ele aponta o cordeiro de Deus, aquele que veio tirar o pecado do mundo.
Neste Natal, somos convidados a nos aproximarmos da luz que é Jesus e deixar que Ele transforme o nosso coração. Devemos deixar o pecado e as trevas e deixar com que Jesus resplandeça a sua luz em nós. Deixemos ainda que a Palavra de Deus nos transforme e abra os nossos olhos e o nosso coração para compreender o mistério da eucaristia que iremos comungar em seguida e entender o mistério da palavra que se fez carne e habitou entre nós.
Jesus nos revela a intimidade de Deus e nos ensina o caminho do amor e da justiça. Que no Natal todas as famílias possam se unir mais no amor de Cristo e juntas construírem a paz. Que o Natal nos encha de esperança em um futuro melhor, que possamos refletir em tudo que está acontecendo no mundo nesses dias, principalmente esse ano, devido à pandemia da Covid-19.
Vivemos o ano pastoral da comunhão em uma Igreja sinodal. Participe da celebração Eucarística com a sua família, tanto na noite, quanto no dia de Natal e que a alegria desse dia invada o seu coração. Celebre com a sua família essa data, divirtam-se juntos, mas não esqueçam de que Natal sem Jesus, não é Natal. A principal atividade do Natal é a Eucaristia e a oração comunitária na família para celebrar o nascimento do Menino Deus! O verdadeiro Natal é com Cristo.
Feliz e Santo Natal.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ