O combate da oração: um chamado à perseverança
A oração é um dom da Graça de Deus e a nossa resposta a essa Graça. Contudo, ela exige esforço, pois é sempre um combate da oração. Como nos ensinam os piedosos da Antiga Aliança e Nossa Senhora, o combate da oração enfrenta obstáculos internos e externos. Combatemos contra nossas próprias fraquezas e contra o Tentador, que busca nos desviar desse caminho.
Reza-se como se vive, e vive-se como se reza. Quando nossa vida não está em harmonia com o Espírito Santo, também nossa oração não é plena em Cristo. Assim, a oração envolve não apenas a prática, mas a transformação interior.
Conceitos errados sobre a oração
Muitas vezes, enfrentamos concepções equivocadas sobre a oração. Alguns a veem como um mero exercício psicológico, um esforço para resolver problemas ou como simples rituais de palavras. Outros acreditam que a oração é incompatível com a vida moderna devido à falta de tempo. Entretanto, essas objeções ignoram que a oração é, acima de tudo, fruto da ação do Espírito Santo em nós.
Além disso, enfrentamos mentalidades mundanas que negam o valor da oração. Argumenta-se que ela é inútil ou uma fuga da realidade, mas essas visões não compreendem o mistério que ultrapassa a razão e a ciência. Para perseverar, é essencial superar essas barreiras com confiança e humildade.
Dificuldades na prática da oração
A prática da oração, seja vocal, meditativa ou mental, pode ser desafiadora. Uma das maiores dificuldades é a distração, que nos afasta tanto das palavras quanto da atenção ao Senhor. O remédio para isso é a vigilância constante.
Outro desafio comum é a aridez espiritual, quando a oração parece perder o sentido e se torna uma obrigação. Nesse caso, a conversão do coração é essencial para redescobrir o gosto pela oração. Além disso, enfrentamos a falta de fé profunda e a acídia, que nos levam a priorizar as preocupações materiais. A humildade do coração é a chave para superar esses obstáculos.
O combate da oração: como confiar no plano de Deus
Muitas vezes, no combate da oração, buscamos apenas a satisfação de nossos desejos e esquecemos de perguntar se nossa oração é agradável a Deus. Como São Tiago ensina: “Pedis, mas não recebeis, porque pedis mal” (Tg 4, 2-3). É fundamental lembrar que a vontade de Deus prevalece sobre nossos desejos.
Seja atendido ou não, o importante é confiar no plano de Deus. Como São Paulo nos exorta: “Orai sem cessar” (1Tes 5, 17) e “Sempre e por tudo dando graças a Deus Pai” (Ef 5, 20). O combate da oração nos ensina que ela é sempre possível para aqueles que a desejam de coração.
A oração da Hora de Jesus
Quando chegou sua hora, Jesus dirigiu ao Pai sua oração sacerdotal, um marco da unidade. Nela, Ele reuniu Deus Pai, o mundo, a carne e o Verbo, a vida eterna e o tempo. Foi uma oração de entrega total, que se estende até o final dos tempos.
Jesus nos ensinou a rezar o Pai Nosso, e ao meditar em suas palavras, podemos entrar em comunhão com seu santo Nome. Assim, a oração não apenas nos transforma, mas também nos une ao plano de salvação de Deus.