Curso 03 Aula 24 – Pai nosso que estais no céu

Jesus nos aproxima de Deus Pai com confiança filial na oração do Pai Nosso, um convite à comunhão e humildade.
Material para catequese
Material para catequese

Diante da sarça ardente, Deus disse a Moisés: “Não te aproximes daqui; tira as sandálias” (Ex 3, 5). Apenas Jesus poderia ultrapassar esse limite da santidade divina. Após realizar a purificação dos pecados (Hb 1, 3), Ele nos apresentou diante da face de Deus: “Eis-me aqui com os filhos que Deus me deu” (Hb 2, 13). Somente pela força do Espírito Santo podemos chamar Deus de Pai, como ensinou Jesus na oração do Pai Nosso.

O termo ‘parrhesia’, encontrado na Liturgia, significa confiança filial, simplicidade e a certeza de ser amado. É com essa confiança que devemos nos aproximar de Deus na oração, especialmente na oração do Senhor.

“Pai”: o coração da oração do Pai Nosso

Jesus afirmou: “Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho O quiser revelar” (Mt 11, 25-27). Deus destina essa revelação aos pequeninos, àqueles com corações humildes. A palavra “Pai” nunca foi revelada antes de Cristo; foi Ele quem nos deu esse nome para Deus, convidando-nos a uma comunhão profunda com o Criador.

A primeira palavra do Pai Nosso é uma adoração e uma bênção, recordando-nos, antes de mais nada, do dom gratuito da nossa adoção como filhos de Deus. Ademais, pelo batismo, Deus nos une ao Corpo de Cristo e nos dá o Espírito Santo, que nos capacita a viver como filhos. Contudo, para isso, é necessário buscar uma contínua conversão e cultivar um coração humilde.

Rezar a Deus não é apenas um pedido, mas também um ato de gratidão e desejo de nos assemelhar a Ele. É aos pequenos e humildes que Deus se revela, e, por isso, o Pai Nosso é um convite à humildade e confiança.

“Nosso”: a comunhão na oração do Pai Nosso

Ao dizer “Pai Nosso”, reconhecemos que pertencemos a uma nova comunhão: a Igreja. Todas as promessas de amor de Deus se cumpriram em Jesus Cristo, e agora somos seu Povo, chamado a viver em unidade. A palavra “nosso” reforça a coletividade da oração e nos convida a superar divisões e individualismos.

Mesmo diante de desafetos, o Pai Nosso nos lembra que Jesus morreu por todos. O amor de Deus não conhece fronteiras, e nossa oração deve refletir esse amor universal. Assim, ao rezar, incluímos todos, sem exceção, na comunhão com Deus.

“Que estais no céu”: a presença de Deus em nós

A expressão “céu” no Pai Nosso não se refere a um lugar físico, mas à presença de Deus. Ele está além de qualquer concepção humana, mas também habita no coração dos humildes e justos. Quando rezamos “Pai Nosso que estais no céu”, declaramos que somos o Povo de Deus e expressamos nosso desejo de alcançar a habitação celeste, como ensina São Paulo: “Gememos pelo desejo ardente de revestir […] nossa habitação celeste” (2Cor 5, 2).

O céu é o destino para o qual a conversão do coração nos guia. Ao rezar com confiança, Deus nos chama a viver em comunhão com Ele e com os outros, refletindo Sua presença em nossa vida cotidiana.