Aviso ao invejoso

Você é invejoso?
Material para catequese
Material para catequese

A inveja é um sentimento que leva o invejoso a ficar com raiva, quando outro possui aquilo que ele gostaria de ter. Como diz o ditado popular: a inveja mata.

E hoje sabe-se que este é realmente um sentimento muito sério, capaz de causar enormes prejuízos tanto ao invejoso quanto ao invejado, porque contém grandes cargas de energia negativa. Define-se a inveja como um desgosto pelo bem ou pela felicidade que é de outra pessoa.

Originariamente, a inveja é um problema interno, psíquico, com fortes repercussões nas relações humanas. É um sentimento mesquinho e pequeno, mas não chega a ser um desvio de comportamento, como a neurose e a cleptomania, embora esteja ligado à emoção. Tal sentimento tem suas raízes na falta de caráter e formação, nas frustrações não resolvidas, na incompetência e na ociosidade, pois apenas quem está sem o que fazer tem tempo para cuidar da vida dos outros.

E essas características podem se manifestar na vida de qualquer ser humano. Para assumi-las e enfrentá-las de forma positiva depende de uma série de fatores, como o histórico de vida de cada pessoa e suas diferenças individuais. Pode-se distinguir dois tipos de invejosos: o camuflado e o evidente. O primeiro não mostra na cara o que está sentindo, contudo é do tipo que não consegue se alegrar com o sucesso alheio e tem sempre um comentário maldoso a proferir ou uma risadinha sarcástica para dar. O bem do outro é um golpe para ele, que procura uma forma de diminuir ou de desprestigiar a conquista e o mérito de quem conquistou.

O Veneno que Destrói

Já o invejoso evidente não fala, mas se corrói por dentro. Ele fica de mau humor, não consegue aproveitar o que a vida lhe dá, porque o que o outro possui é sempre melhor. O bem da pessoa que ele inveja é motivo de sua raiva.

O invejoso deveria refletir: “Por que ele tem isso?”; “De que forma eu também posso conseguir?”; “Será que se eu usar o meu lado positivo e criativo também não irei alcançar isso?”

Por tudo isso, a inveja costuma ser própria das pessoas acomodadas, incapazes de lutar para conquistar as melhoras que desejam.

Dizer que a inveja é a arma dos incompetentes é meio perigoso, porque não é possível generalizar sem conhecer a história de cada pessoa. Além disso, existem maneiras diversas de reagir a esse sentimento. Para alguns, ele se torna um estímulo para chegar onde o outro está. Para outros, incapazes de se mover, ele se transforma em ódio, raiva e toda sorte de sentimentos negativos. Seja como for, não deixa de ser um comportamento nocivo, pois faz o próprio invejoso sentir-se infeliz, diminuído, complexado e frustrado.

Invejoso: Um Escravo da Amargura

Aliás, o invejoso é uma pessoa frustrada, que vive presa num círculo vicioso. Um fracasso leva à frustração, que gera algum complexo, que estimula o sentimento de inveja, causando mais frustrações. E, assim, o invejoso se anula, pois não vive mais a sua vida: fica sempre atento ao que o outro é, tem, faz, consegue. Este indivíduo é um forte candidato a uma terapia. Ele precisa de ajuda, porque não só prejudica a si mesmo, mas também a todos que estão à sua volta.

A inveja pode ter muitas causas – influências do ambiente social, atuação dos pais, entre outras -, mas ela é também fonte de muito sofrimento e angústia. Por isso, quem tiver esse problema deve procurar um especialista para ajudá-lo a resolver seus conflitos internos. Por outro lado, é preciso muito cuidado para não se confundir sentimentos sadios e naturais com a mórbida e nociva inveja.

É normal, por exemplo, que alguém veja uma casa, um carro ou uma roupa bonita e pense: “Que bom seria se eu tivesse isso”. Este pensamento é bem diferente da verdadeira inveja – tida como um defeito da personalidade – que é própria das pessoas que cultivam o ódio, o ressentimento, a raiva contra seu semelhante, trazendo muita infelicidade para todos.

Por: Maria Helena Brito Izzo