55º Dia Mundial da Paz

ano novo e paz
Material para catequese
Material para catequese

No primeiro dia de cada ano, nós celebramos o Dia Mundial de oração pela Paz. Essa data foi instituída pelo Papa São Paulo VI. Por ocasião da data desde São Paulo VI até o Papa Francisco, é costume o Papa enviar uma mensagem ao mundo a respeito da paz. Cada ano possui um tema diferente.

Para o 55º Dia Mundial da Paz, a nona mensagem do Papa Francisco. O Papa Francisco, apresentou a mensagem com o tema: “Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura”. Na mensagem o Santo Padre, tem os seguintes subtemas: 1 –  “Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52, 7); 2 – Dialogar entre gerações para construir a paz;  3 – A instrução e a educação como motores da paz e 4 –  Promover e assegurar o trabalho constrói a paz.

1 – Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52, 7)

A 55ª Mensagem do Dia Mundial da Paz começa com este trecho bíblico tirado do livro do profeta Isaías:  “Estas palavras do profeta Isaías manifestam a consolação, o suspiro de alívio dum povo exilado, extenuado pelas violências e os abusos, exposto à infâmia e à morte. Sobre esse povo, assim se interrogava o profeta Baruc: “Por que estás tu em terra inimiga, envelhecendo num país estrangeiro? Contaminaste-te com os mortos, foste contado com os que descem ao Hades” (3,10-11). Para aquela gente, a chegada do mensageiro de paz significava a esperança dum renascimento dos escombros da história, o início dum futuro luminoso”

O Papa Francisco vai citar o querido e saudoso São Paulo VI: “Ainda hoje o caminho da paz – o novo nome desta, segundo São Paulo VI, é  desenvolvimento integral – permanece, infelizmente, arredio da vida real de tantos homens e mulheres e consequentemente da família humana, que nos aparece agora totalmente interligada. Apesar dos múltiplos esforços visando um diálogo construtivo entre as nações, aumenta o ruído ensurdecedor de guerras e conflitos, ao mesmo tempo que ganham espaço doenças de proporções pandémicas, pioram os efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental, agrava-se o drama da fome e da sede e continua a predominar um modelo econômico mais baseado no individualismo do que na partilha solidária. Como nos tempos dos antigos profetas, continua também hoje a elevar-se  o clamor dos pobres e da terra  para implorar justiça e paz”

O Papa Francisco vai propor três caminhos para a construção de uma paz duradoura: diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho.

2 – Diálogo entre as gerações

O Papa Francisco vai nos apresentar que para: “todo o diálogo sincero, mesmo sem excluir uma justa e positiva dialética, exige sempre uma confiança de base entre os interlocutores. Devemos voltar a recuperar esta confiança recíproca. A crise sanitária atual fez crescer, em todos, o sentido da solidão e o isolar-se em si mesmos. Às solidões dos idosos veio juntar-se, nos jovens, o sentido de impotência e a falta duma noção compartilhada de futuro. Esta crise é sem dúvida aflitiva, mas nela é possível expressar-se também o melhor das pessoas. De fato, precisamente durante a pandemia, constatamos nos quatro cantos do mundo generosos testemunhos de compaixão, partilha, solidariedade”

“Dialogar significa ouvir-se um ao outro, confrontar posições, pôr-se de acordo e caminhar juntos. Favorecer tudo isto entre as gerações significa amanhar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele se cultivar as sementes duma paz duradoura e compartilhada. Enquanto o progresso tecnológico e econômico frequentemente dividiu as gerações, as crises contemporâneas revelam a urgência da sua aliança. Se os jovens precisam da experiência existencial, sapiencial e espiritual dos idosos, também estes precisam do apoio, carinho, criatividade e dinamismo dos jovens”

3 –  A instrução e a educação como motores da paz

O Papa Francisco vai expressar em poucas palavras aquilo que já acenou no seu pacto educativo global. “Faço votos de que o investimento na educação seja acompanhado por um empenho mais consistente na promoção da cultura do cuidado. Perante a fragmentação da sociedade e a inércia das instituições, esta cultura do cuidado pode-se tornar a linguagem comum que abate as barreiras e constrói pontes. “Um país cresce quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura económica e a cultura da família, e a cultura dos meios de comunicação”. É necessário, portanto, forjar um novo paradigma cultural, através de um pacto educativo global para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras”. Um pacto que promova a educação para a ecologia integral, segundo um modelo cultural de paz, desenvolvimento e sustentabilidade, centrado na fraternidade e na aliança entre os seres humanos e o meio ambiente”

4 –  Promover e assegurar o trabalho constrói a paz

O trabalho é um fator indispensável para construir e preservar a paz. Aquele constitui expressão da pessoa e dos seus dotes, mas também compromisso, esforço, colaboração com outros, porque se trabalha sempre com ou para alguém. Nesta perspetiva acentuadamente social, o trabalho é o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo mais habitável e belo”.

“A pandemia Covid-19 agravou a situação do mundo do trabalho, que já antes se defrontava com variados desafios. Faliram milhões de atividades económicas e produtivas; os trabalhadores precários estão cada vez mais vulneráveis; muitos daqueles que desempenham serviços essenciais são ainda menos visíveis à consciência pública e política; a instrução à distância gerou, em muitos casos, um retrocesso na aprendizagem e nos percursos escolásticos. Além disso, os jovens que assomam ao mercado profissional e os adultos precipitados no desemprego enfrentam hoje perspectivas dramáticas”

Contudo, meus irmãos e irmãs, façamos estas palavras do Santo Padre ressoar pelo mundo, pois, precisamos da paz e a proposta do Papa que esta só se é possível através de três importantes pilares: diálogo, educação e trabalho. Que o ano de 2022 possa ser abençoado para todos nós. Pedimos ao Senhor que nos ilumine e a Virgem Maria Mãe e Rainha da Paz que interceda pelo mundo e por nós! Deus abençoe a todos!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ