Rezemos pelos pais!

Dia dos pais
Material para catequese
Material para catequese

É tradição no Brasil, no segundo domingo do mês de agosto, comemorar o Dia dos Pais. Isso foi instituído quando ainda se celebrava a festa de São Joaquim (pai de N. Sra.) no dia seguinte à Assunção, no dia 16 de agosto. O domingo mais próximo desse dia é o segundo domingo. Hoje a festa de São Joaquim foi unida à de Santana no dia 26 de julho e se caracteriza pela festa dos avós. Porém, em nosso país, ficou a tradição do segundo domingo de agosto. Nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro tem uma programação especial iniciando com essa comemoração a Semana Nacional da Família (de 11 a 17 de agosto) que, neste ano, tem como tema: “A Família, como vai?”. Também, em todas as Paróquias do Rio de Janeiro teremos missas nas intenções dos pais vivos e pelo eterno descanso dos pais já falecidos.

O respeito pelos pais (piedade filial) é produto do reconhecimento para com aqueles que, pelo dom da vida, por seu amor e por seu trabalho puseram seus filhos no mundo e permitiram que crescessem em estatura, em sabedoria e graça. “Honra teu pai de todo o coração e não esqueças as dores de tua mãe. Lembra-te que foste gerado por eles. O que lhes darás pelo que te deram?” (Eclo 7,27-28). O respeito filial se revela pela docilidade e pela obediência verdadeiras. “Meu filho, guarda os preceitos de teu pai, não rejeites a instrução de tua mãe… Quando caminhares, te guiarão; quando descansares, te guardarão; quando despertares, te falarão” (Pr 6,20-22). “Um filho sábio ama a correção do pai, e o zombador não escuta a reprimenda” (Pr 13,1).

Uma das principais missões dos pais é a transmissão da fé aos filhos: A educação para a fé por parte dos pais deve começar desde a mais tenra infância. Ocorre já quando os membros da família se ajudam a crescer na fé pelo testemunho de uma vida cristã de acordo com o Evangelho. A catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé. Os pais têm a missão de ensinar os filhos a orar e a descobrir sua vocação de filhos de Deus. A paróquia é a comunidade eucarística e o centro da vida litúrgica das famílias cristãs; ela é um lugar privilegiado da catequese dos filhos e dos pais.

É direito inalienável dos pais educar os seus filhos na fé e conduzi-los a um crescimento em sabedoria, estatura e santidade.“Aquele que ama o filho castiga-o com frequência; aquele que educa o seu filho terá motivo de satisfação” (Eclo 30, 1-2). Esse “castiga-o com frequência” deve ser entendido como “corrige-o com frequência”. E São Paulo lembra que os pais não podem humilhar e magoar os filhos ao corrigi-los: “E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e na correção do Senhor” (Ef 6,4).

São Paulo exorta os filhos à obediência: “Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isso é justo. O primeiro mandamento acompanhado de uma promessa é: ‘Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra’ (cf. Dt 5,16). Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor” (Ef 6,1-2).

A dimensão familiar tem que ser solidificada em uma fé profunda. O exemplo do pai e da mãe que rezam em casa marcam profundamente a alma e molda o íntimo de seus filhos. A participação dominical da família na Santa Missa é o centro da vida familiar. A oração da manhã, a oração na mesa das refeições, a recitação do Rosário e a oração noturna devem pautar a vivência e o diálogo da família. A Igreja ensina que é na família cristã o primeiro lugar da educação para a oração. Fundada sobre o sacramento do matrimônio, a família é “a Igreja doméstica” onde os filhos de Deus aprendem a orar e a perseverar na oração (cf. n. 2.685). A Igreja ensina que “a educação para a fé, por parte dos pais, deve começar desde a mais tenra infância. Ocorre já quando os membros da família se ajudam a crescer na fé pelo testemunho de uma vida cristã de acordo com o Evangelho. A catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé. Os pais têm a missão de ensinar os filhos a orar e descobrir sua vocação de filhos de Deus” (CIC n. 2226).

O Papa Francisco exortou que: “… o pai seja presença na família. Que seja próximo à mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças. E que seja próximo aos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho; pai presente, sempre. Dizer presente não é o mesmo que dizer controlador! Porque os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer”.

É muito divulgado alguns conselhos que o Papa Francisco dá aos pais que pode ser para a reflexão nestes dias.

1. O pai “sabe bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza”, mas também “quanto consolo e recompensa se recebe quando os filhos honram esta herança! É uma alegria que redime todo cansaço, que supera toda incompreensão e cura toda ferida”.

2. “Os pais devem ser pacientes. Tantas vezes não há outra coisa a fazer se não esperar; rezar e esperar com paciência, doçura, magnanimidade, misericórdia”.

3. “(…) um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração. Certo, sabe também corrigir com firmeza: não é um pai frágil, complacente, sentimental. O pai que sabe corrigir sem degradar é o mesmo que sabe proteger sem se economizar”.

4. “Sem a graça que vem do Pai que está nos céus, os pais perdem a coragem e abandonam o campo. Mas os filhos precisam encontrar um pai que os espera quando retornam dos seus insucessos. Farão de tudo para não admitir isso, para não deixarem ver, mas precisam; e não encontrar isso abre feridas difíceis de curar”.

5. “Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que reconhece ter transmitido ao filho aquilo que realmente conta na vida, ou seja, um coração sábio”.

6. “(…) Igreja, nossa mãe, é empenhada em apoiar com todas as suas forças a presença boa e generosa dos pais nas famílias, porque esses são para as novas gerações protetores e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, da fé na justiça e na proteção de Deus, como São José”.

7. “Toda família necessita de um pai. Um pai que não se vanglorie de que seu filho seja parecido com ele, mas sem que se alegre de que aprenda a retidão e a sensatez que é o que conta na vida”.

8. “Recordemos que o dom mais valioso para os filhos não são as coisas, e sim o amor dos pais”.

9. “Falar com os filhos, escutá-los, perguntar o que eles pensam, este diálogo entre os pais e filhos faz muito bem, faz os filhos crescerem em maturidade”.

10. “O presente mais valioso para os filhos não são as coisas, e sim o amor dos pais”.

11. “Cuidar, não descuidar. Brincar com as crianças, com os filhos. O matrimônio é como uma planta. Não é como um armário, que se mete ali, na habitação, e basta limpar o pó de vez em quando”.

Animo aos recém casados de não terem medo de se abrir a constituírem famílias numerosas. Haverá sempre dificuldades de toda a sorte, mas a graça de Deus irá ajudar os pais na constituição de famílias verdadeiramente cristãs.

Manifesto minha gratidão a todos os pais dos irmãos Bispos Auxiliares, dos queridos Padres, Diáconos e dos nossos amados seminaristas. É a maior riqueza para um pai entregar para Deus e para a Igreja o seu filho que se prepara e é chamado em nome da Igreja para o ministério presbiteral. Obrigado pela sua doação fraterna e pelo seu testemunho cristão.

Peço, por fim, a Deus que conceda a todos os pais de nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro as melhores bênçãos e graças divinas e que nunca falte a nenhum deles o consolo da Igreja e a assistência de Deus em suas vidas. Será muito importante a participação na Semana Nacional da Família, seja em sua comunidade ou na reflexão nas casas com os temas sugeridos para este ano. Parabéns pelo Dia dos Pais e que Deus os abençoe com profundidade, Amém!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ