Irmã Adelaide nasceu em Garibaldi, RS, mas trabalha na cidade Curionópolis, no Pará, que pertence à diocese de Marabá. Seu trabalho principal era dar catequese para crianças e jovens. Cuidava também de vários clubes de mães da região. Muito simpática, era a alegria da juventude e das crianças.
Isso foi suficiente para provocar o ódio dos grileiros. Um dia, ela estava na rodoviária de Eldorado dos Carajás, esperando o ônibus, ao lado do presidente do sindicato rural da cidade, Arnaldo Delcídio Ferreira e, como sempre, rodeada de crianças e adolescentes. Arnaldo era alvo de ameaças de vários grileiros e fazendeiros da região.
Um pistoleiro atirou a queima roupa em Arnaldo. A bala atravessou seu tórax e atingiu o pescoço da Irmã, que não resistiu ao ferimento e veio a falecer. Arnaldo foi socorrido e se recuperou. Isso aconteceu dia 14/04/1985. Irmã Adelaide tinha 47 anos de idade.
Logo que seus pais souberam, viajaram do Rio Grande do Sul até o Pará, a fim de participar do enterro. Na Missa de corpo presente, sua mãe, Dona Cecília, disse:
“Nossa filha sempre desejou trabalhar com os pobres. E nós sempre a apoiamos. Estamos chorando diante desta tragédia, que ainda é difícil de acreditar. Mas o que ela fazia é o que todos nós devemos fazer”.
Todos bateram palmas para a filha e a mãe. A atitude de Dona Cecília foi parecida com a de Maria Santíssima ao pé da cruz do seu Filho.
O fato é mais uma prova de que o sangue dos mártires continua fecundando o nosso chão eclesial. Quando assumimos com ousadia profética a missão de anunciar a Boa Nova da vida e da liberdade aos pobres, somos, de uma forma ou de outra, perseguidos.
Vamos pedir a Deus que nos mande muitas vocações como as da Irmã Adelaide e de Dona Cecília. Que muitos rapazes e moças, impulsionados pelo amor a Cristo, se deixem tocar pelo fascínio de abandonar a sua terra e ir em socorro dos excluídos.