As crianças aprendem o que é o amor observando como os pais se tratam
As crianças aprendem o que é o amor através do amor dos pais por elas e percebendo que são amadas.
Mas há outra maneira importante de aprender sobre o amor, que é “vendo que os pais se amam”, diz Inès Pélissié du Rausas em seu livro Talking to Children About Love.
Como as crianças percebem que seus pais se amam? Ao ver os pais agirem de uma maneira que expressa sua ternura mútua: ver o pai trazer flores ou presentes para a esposa, ver a mãe dizer uma palavra carinhosa ao marido, vê-los sorrindo um para o outro e se abraçando, ou vê-los pedir desculpas e reconciliar-se após uma discussão.
Inès Pélissié du Rausas, especialista em educação emocional, ressalta que essa ternura conjugal permite que as crianças entendam o que realmente é o amor: “As crianças que vêem seus pais demonstrarem ternura têm sorte! Elas descobrem que amar alguém significa estar perto, ajudando, pensando na pessoa até mesmo antes de pensar em você.”
As crianças experimentam indiretamente a alegria produzida no coração da pessoa que recebe o sorriso e a atenção amorosa.
“Nesta revelação simples e discreta da intimidade de seus pais, as crianças percebem que o amor é um presente de uma pessoa para outra, um presente que é vivenciado”, diz ela. Descobrir que o corpo nos permite expressar amor e alegria toca em uma realidade profunda e essencial do amor.
Ciúmes
As crianças precisam sentir que seus pais se amam, mas elas nem sempre gostam disso, diz Inès Pélissié du Rausas. Ela insiste que as crianças devem aceitar que seus pais precisam ficar sozinhos, seja para sair para um encontro romântico ou para fechar a porta do quarto à noite.
Uma coisa a ter em mente é que apenas a verdadeira ternura atrai, não uma ternura falsa que é confusa e ambígua, e que revela um desejo de posse do outro.
O Papa João Paulo II, em Amor e Responsabilidade, definiu a verdadeira ternura, que vem do coração: “A ternura deve ser cercada por uma certa vigilância… para que suas várias manifestações não se tornem um meio de satisfazer a sensualidade e as necessidades sexuais. Portanto, não pode prescindir do verdadeiro autocontrole, que aqui reflete a medida da sutileza e da sensibilidade interior da atitude de alguém em relação à pessoa do sexo oposto.”
É essa ternura que os pais são chamados a expressar na frente dos filhos. É essa ternura, não a sensualidade, que educará as crianças a conhecer e reconhecer o amor verdadeiro.
Mathilde de Robien