OS SACRAMENTOS DA IGREJA: A CONFIRMAÇÃO (O CRISMA)
(Itens 1285 a 1314 do Catecismo da Igreja Católica)
A Confirmação e a salvação -: a descida do Espírito Santo sobre Jesus Cristo, por ocasião do seu Batismo confirmou as profecias do Antigo Testamento, que diziam que tal fato aconteceria com o Messias prometido. A partir daí, toda a vida e missão de Cristo foram acompanhadas em plena comunhão com o mesmo Espírito.
Esta comunhão com o Espírito Santo não deveria ser apenas do Messias, mas seria comunicada a todo o povo de Deus. Isso aconteceu, confirmando as promessas de Jesus, primeiramente no dia da Páscoa (Jo 20, 22) e depois no Pentecostes (At 2, 1 – 4). A partir desse fato, aqueles que creram e foram batizados também receberam o Espírito Santo. Desde então, os Apóstolos comunicaram aos novos convertidos, pela imposição das mãos, os dons do Espírito. Esta imposição das mãos é reconhecida pela tradição da Igreja como a origem do sacramento da confirmação (ou crisma) que continua, de certo modo, a graça recebida no dia de Pentecostes.
Bem cedo, para melhor significar o dom do Espírito Santo, a Igreja acrescentou à imposição das mãos uma unção com óleo perfumado, que deu origem ao outro nome do sacramento, o crisma. Esta unção ilustra o nome de “cristão”, que deriva do próprio nome de Cristo e que significa também “ungido”. O nome confirmação sugere a confirmação do Batismo e os frutos do Espírito, necessários à salvação.
Os sinais da Confirmação -: a unção com óleo, no simbolismo do Antigo Testamento, tem vários significados: o óleo é sinal de abundância e alegria, ele purifica (unção antes e depois do banho) e amacia (unção dos atletas e lutadores); é sinal de cura (ameniza feridas e contusões) e faz irradiar saúde e força. Pois bem, todos estes sinais da unção com óleo se encontram também no sacramento da Confirmação. Pela unção, o confirmando recebe o selo do Espírito Santo. Cristo mesmo se declara marcado com “o selo do Pai”. Recebendo nós este selo, somos então considerados como pertencendo a Cristo e sendo seus servidores para sempre.
A celebração (rito) da Confirmação -: um momento importante que antecede a Confirmação, mas que faz parte dela é a consagração dos santos óleos. É o bispo que, na Quinta-feira Santa, durante a missa, consagra o santo crisma para toda a sua diocese.
Na celebração do sacramento, o bispo estende as mãos sobre os crismandos e invoca sobre eles a efusão do Espírito Santo. Em seguida, realiza-se a unção com óleo na fronte de cada crismando, conjuntamente com as palavras: “Recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo”. Segue-se o beijo da paz, que encerra o rito do Sacramento e significa a comunhão eclesial entre o bispo e os fiéis.
Os efeitos da Confirmação -: o efeito primeiro da Confirmação é a efusão plena do Espírito Santo, como foi legado aos Apóstolos, no dia de Pentecostes. Os outros efeitos são frutos desta efusão do Espírito:
-Enraíza mais profundamente a nossa filiação divina;
-Une-nos mais profundamente a Cristo;
-Aumenta em nós os dons do Espírito Santo;
-Torna mais perfeita a nossa comunhão com a Igreja;
-Concede-nos a força para difundir e defender a fé em Cristo.
Quem pode receber este Sacramento? -: todo batizado ainda não confirmado pode e deve receber a Confirmação. Sem a Confirmação, o Batismo é válido, mas a iniciação cristã permanece inacabada. A tradição latina indica a “idade da razão” como ponto de referência para o recebimento da Confirmação. Todavia, se há perigo de morte, deve-se confirmar as crianças, mesmo que ainda não tenham atingido essa idade.
A preparação para a Confirmação deve conduzir o cristão a uma união mais íntima com Cristo e a uma familiaridade mais intensa com o Espírito Santo, sua ação, seus dons e seus chamados. Deve também levar a um conhecimento mais profundo da fé cristã, suas raízes e seus compromissos.
Para receber a Confirmação, o cristão deverá estar em estado de graça. Convém recorrer ao Sacramento da Penitência para ser purificado, tendo em vista a efusão do Espírito Santo.
Para a Confirmação, assim como para o Batismo, convém que os candidatos procurem a ajuda espiritual de um padrinho e de uma madrinha. Será muito bom que sejam os mesmos padrinhos do Batismo, a fim de marcar melhor a unidade dos dois Sacramentos.
O ministro da Confirmação, como já foi dito, é o bispo. Em caso de grande necessidade, o bispo pode delegar a um sacerdote a realização deste Sacramento.