OS SACRAMENTOS DA IGREJA: A EUCARISTIA
(Itens 1324 a 1405 do Catecismo da Igreja Católica)
A Eucaristia: fonte e ponto mais alto da vida cristã -: A sagrada Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, ou seja, o próprio Cristo. Pela celebração eucarística, já nos unimos à liturgia celeste e antecipamos a vida eterna, onde Deus será tudo em todos.
Como se chama este Sacramento? -: a riqueza deste sacramento exprime-se nos diversos nomes que lhe são dados:
Eucaristia porque é ação de graças a Deus;
Ceia do Senhor porque revive a ceia que Jesus fez com os discípulos na véspera da Paixão;
Fração do pão porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus na última ceia;
Assembléia eucarística porque a Eucaristia é celebrada na assembléia dos fiéis;
Memorial da Paixão e Ressurreição do Senhor porque relembra estes fatos;
Santo Sacrifício porque utiliza o sacrifício de Cristo;
Comunhão porque pela Eucaristia nos unimos a Jesus Cristo;
Santa Missa porque a liturgia na qual se realiza a Eucaristia termina com o envio dos fiéis (“missio”) para que cumpram a vontade de Deus.
Os sinais do pão e do vinho -: o pão e o vinho, pelas palavras de Jesus e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, aquilo que Ele fez na última ceia. Na Antiga Aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. No Novo Testamento, a multiplicação dos pães é um sinal do Pão da Vida que seria distribuído a todos os fiéis durante todos os tempos, até o final dos séculos. O sinal da água transformada em vinho nas bodas de Caná manifesta a realização das bodas no Reino de Deus, onde osfiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Cristo.
A instituição da Eucaristia -: ao celebrar a última ceia, Jesus deu um sentido definitivo à Páscoa judaica. A Nova Páscoa é antecipada na Ceia e celebrada na Eucaristia como a Páscoa cristã definitiva. As palavras de Jesus ao instituir a Eucaristia estão muito bem expostas em Lc 22, 7 – 20. Todos os fiéis as conhecem. A ordem de Jesus (“… fazei isto em memória de Mim”) não pede somente que se recorde de Jesus e do que Ele fez. Visa a celebração litúrgica, pelos apóstolos e pelos seus sucessores, ao memorial de Cristo, à sua vida, à sua morte e Ressurreição e à sua presença junto a Deus Pai.
A Missa de todos os séculos -: a liturgia da missa se desenrola segundo uma estrutura fundamental que se formou e se conservou ao longo de 2.000 anos da vida da Igreja. Ela se desdobra em dois grandes momentos: a Liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal, e a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças e a comunhão. Essas duas liturgias constituem juntas um só ato da missa, sendo ao mesmo tempo a Palavra de Deus e a Refeição Eucarística. Por isso, consideramos a Eucaristia como ação de graças e louvor a Deus, como um memorial de Cristo e como presença real de Cristo pelo poder de sua Palavra e de seu Espírito.
O memorial sacrifical de Cristo e do seu Corpo, a Igreja -: por ser o memorial da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. Sabemos disso através da palavras de Jesus na instituição da Eucaristia: “Isto é o meu Corpo que será entregue por vós” e “Este é o cálice do meu Sangue, que será derramado por vós” (Lc 22, 19 – 20). A Eucaristia representa (torna presente) o Sacrifício da Cruz. A Igreja, como Corpo de Cristo, está unida à oferta e ao sacrifício de Jesus.
A presença de Cristo pelo poder de sua Palavra e do Espírito Santo -: “Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós” (Rm 8, 34) está presente de múltiplas maneiras na sua Igreja: na sua Palavra, nas orações, nos pobres, nos doentes, nos presos, nos fiéis, nos Sacramentos, na Missa e na pessoa do sacerdote. Mas Ele está presente sobretudo nas espécies eucarísticas. Por isso, a Eucaristia está acima de todos os Sacramentos; nela estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue, juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Comunhão -: Jesus nos convida insistentemente a recebê-lo no sacramento da Eucaristia: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a Carne do Filho do Homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6, 53). Por isso, S. Paulo nos adverte para um exame de consciência: “Todo aquele que comer do pão e beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por isso, cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir, come e bebe a própria condenação” (1Cor 11, 27 – 29).
A Eucaristia, penhor da vida futura -: a Igreja sabe que, desde agora, o Senhor vem na sua Eucaristia e que Ele está no meio de nós. Contudo, a sua Presença ainda nos é velada. Celebramos pois a Eucaristia aguardando com esperança a sua vinda, pedindo para saciar-nos eternamente na sua glória, quando Ele enxugará toda lágrima de nossos olhos. Desta grande esperança, não temos penhor mais seguro, nem sinal mais presente do que a Eucaristia. Com efeito, toda vez que é celebrado este mistério, opera-se a obra de nossa redenção e nós partimos um mesmo pão que é remédio de imortalidade, para a vida eterna em Jesus Cristo.
Atenção: este conteúdo está condensado, pois é material que resume duas aulas. Recomenda-se o estudo na íntegra, no Catecismo.