Crise de valores

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Material para catequese
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A crise de valores que vivemos hoje é evidente. Olhamos ao nosso redor e percebemos que aqueles que seguem o caminho da honestidade e da integridade muitas vezes não são recompensados, enquanto os “espertos” e desonestos parecem prosperar. O famoso “jeitinho brasileiro”, que envolve burlar regras e buscar vantagens pessoais, tornou-se uma característica cultural quase folclórica. Corrupção e desonestidade, especialmente quando relacionadas a figuras políticas, já não surpreendem mais.

Pequenos Deslizes, Grandes Impactos

Embora nem todos ajam de má fé, a flexibilização dos padrões de honestidade atinge a todos de alguma forma. Atitudes como estacionar em locais proibidos por conveniência ou justificar atrasos porque “todo mundo chega atrasado” mostram como pequenas transgressões se tornam comuns. Essas ações cotidianas, aparentemente inofensivas, fazem parte de uma crise de valores que se aprofunda quando justificamos erros com base nas atitudes dos outros.

Com o tempo, esse comportamento se reflete em uma sociedade onde os valores morais são cada vez mais relativizados. As pessoas se acostumam a pensar que, se “todo mundo faz”, então não há problema. Assim, ao ignorarmos pequenas infrações, perpetuamos uma cultura de complacência que contribui para essa crise.

O Papel do Meio Ambiente e da Educação

O comportamento humano é amplamente moldado pelo ambiente em que está inserido. Embora a predisposição genética influencie a personalidade de cada um, é o meio ambiente que realmente define se essa inclinação se desenvolve para o lado positivo ou negativo. Quando os exemplos que seguimos são desvirtuados, como podemos esperar que as gerações futuras adotem valores verdadeiros?

Essa crise de valores não é apenas individual. Ela reflete uma falência das instituições, desde a família até o governo. Até mesmo os mais velhos, educados sob uma moral mais rígida, acomodam-se. A falta de respeito espalha-se: jovens não respeitam os adultos, e líderes abusam do poder, refletindo uma sociedade em colapso ético.

O Impacto da Mídia na Crise de Valores

Outro fator que contribui para essa crise é o papel da mídia. Programas de televisão, novelas, e até campanhas publicitárias fazem apologia a comportamentos que reforçam a degradação moral, promovendo o sexo sem responsabilidade e a glorificação de sentimentos como vingança, mentira e egoísmo. Isso gera uma cultura onde os fins justificam os meios, e onde o que importa é a satisfação imediata, independentemente das consequências éticas.

A publicidade, especialmente, se aproveita dessa fragilidade. Estudos indicam que o apelo ao sexo permissivo e a outros impulsos imediatos torna as pessoas mais suscetíveis a consumir de maneira impulsiva. Isso é benéfico para o mercado, mas destrutivo para o tecido moral da sociedade.

A Família e os Verdadeiros Valores

Embora muitas vezes se fale na falência da família, ela ainda é essencial para a formação de valores. Curiosamente, mesmo os meios de comunicação que muitas vezes reforçam a crise de valores também destacam a importância da família, especialmente ao noticiar casos de menores abandonados. Portanto isso mostra que, apesar dos ataques, a família ainda é a base da sociedade.

O mesmo vale para o sexo. Em um mundo que promove a permissividade, sabemos que o verdadeiro sentido do sexo reside no amor e no compromisso entre duas pessoas. O amor fundamenta qualquer relacionamento duradouro e saudável, sendo, por isso, um valor que precisa ser resgatado.

Resgatando os Verdadeiros Valores

Em meio à crise de valores que enfrentamos, é essencial redescobrirmos nossa vida espiritual. Em um mundo dominado pela ciência e tecnologia, muitos perderam o contato com sua fé e espiritualidade. No entanto, esses elementos são fundamentais para enfrentar as transformações do mundo moderno e para encontrar forças para resistir à degradação moral.

Sabemos, em nosso íntimo, o que é certo e o que é errado. Mais do que nunca, é necessário reforçar os bons valores, cultivar as boas sementes e colocá-las em prática. Contudo se cada um fizer sua parte, começando por vencer o próprio egoísmo e agir em prol do bem comum, poderemos reverter essa crise de valores e construir uma sociedade mais justa e ética.

Conclusão

A crise de valores que enfrentamos não se resolve de fora para dentro, pois ela exige uma transformação interior, individual, e um compromisso pessoal com a verdade e a justiça. A mudança começa em nós mesmos, e é através de nossas ações diárias que podemos contribuir para um mundo melhor, onde os verdadeiros valores prevaleçam.

Por: Maria Helena Brito Izzo
Psicóloga e terapeuta familiar. Fonte: Revista Família Cristã