Nós somos muito afetivos, sentimentais e, consequentemente, gostamos de “curtir” a tristeza. Podemos constatar isso na nossa música raiz que cultiva tristeza, saudade e traição. Acabamos entregando nossa alma à tristeza muito facilmente e por qualquer motivo. O Senhor sabe que tivemos e teremos tristezas. Assim como Jesus disse: “Pobres, vós sempre os tereis”, Ele poderia dizer: “tristezas, vós sempre as tereis”.
O próprio Jesus passou por muitas tristezas. Mas há uma total diferença entre ter tristeza e “entregar-se à tristeza”. Deixar-se ser tomado pela tristeza: pressionado, atormentado, escravizado mesmo pela tristeza.
Temos o vício de ficar recordando o que nos causou mágoas. Basta uma pessoa dizer algo que nos ofenda, já ficamos ruminando e aquilo cresce, se avoluma dentro de nós. É como as claras em neve: de tanto “bater”, ou seja, recordando, recordando o sentimento, cria volume dentro de nós. De repente, aquilo nos toma totalmente e nem conseguimos mais respirar.
Para que ruminar a tristeza?
Precisamos ser firmes. Não podemos acumular sentimentos ruins em nosso interior. Todas as situações dolorosas que vivemos já são mais que suficientes. Então, para que guardar e ruminar situações que nos fazem sofrer?
Seu filho vive lhe causando um enorme desgosto com a bebedeira, ao se drogar, vivendo a vida na prostituição? Seu marido lhe causa desgosto com a bebida, com jogo e vive causando problemas? Isso já é mais que suficiente. Você não precisa de nada mais além disso, muito menos ruminar sofrimento. É como o povo diz: “curtindo fossa”. Já basta o “sofrimento nosso de cada dia”!
O que não pode acontecer é ficarmos recordando a situação, remoendo-nos em nossos sentimentos, cultivando e curtindo ressentimentos. Isso se torna um verdadeiro tormento. É suicídio porque “a tristeza matou a muitos”.
Entregue ao Senhor todas as situações de tristeza e faça uma verdadeira renúncia:
“Senhor, renuncio ao mau hábito de ficar ruminando a tristeza. Renuncio a todos esses pensamentos diante de Ti e da Tua palavra. Retira de mim, Senhor, toda mágoa, todo ressentimento e todo gosto de ficar curtindo tristezas e decepções. Cura e transforma a minha mente, Senhor. Dá uma guinada na minha vida. Se aconteceu algo ruim, já é passado: não preciso mais ficar cultivando. Não quero, Senhor, eu renuncio. Obrigado, Jesus, porque me libertas e afastas de mim toda escravidão”.
Mons. Jonas Abib
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