A esperança é para os momentos difíceis

Catequese e espiritualidade - A esperança é para os momentos difíceis
Material para catequese
Material para catequese

“Não deixemos que nos roubem a esperança.” Com estas palavras, o Papa Francisco lança uma verdadeira defesa em favor da confiança e da esperança. Nada neste mundo pode nos abalar ou nos separar do grande amor de Deus, nem a resistência violenta ao Cristianismo, pois Deus é maior e recebemos a marca da vitória desde o momento em que fomos batizados e inseridos na Igreja. Não podemos ser pessimistas, lamurientos e desencantados com cara de vinagre.

Somos chamados a ter um olhar de fé e alegria para mergulharmos na graça do Espírito Santo, pois o mundo não é feito apenas de ruínas, catástrofes, desgraças, fome, miséria, mau governo, corrupção e tantos mais. Por pior parece ser, não é hora de choro e lamentações estéreis, euforia ou um desencorajamento estático.

Muito pelo contrário, é tempo de avançar sem medo: “Lançai as redes para águas mais profundas” Lc 5, 4. A alegria do Evangelho é tanta que nada e ninguém poderá nos roubar a esperança.

Num artigo publicado na revista “Padres Diocesanos” de março de 2005, o Padre e teólogo Michel Deneken, diz: “a Igreja atravessa, hoje e sempre, momentos difíceis (…) o desafio para os cristãos é saber permanecer na Igreja como portadores de esperança e de intuições evangélicas (…) Não fugir do mundo. Este mundo, do qual dizemos de vez em quando que vai mal, é o mundo de Deus.

É nele que Deus quis fazer presente. É por este mundo que Deus deu o seu Filho. É este mundo que o Espírito Santo continua a manter. Esperar não é, portanto, fugir do mundo mas sim dizer com obstinação a Boa Nova. A esperança não é para os tempos onde tudo vai bem; estes tempos são de traição e esquecimento. Ela é para os tempos de desencorajamento, de esquecimento.”

A esperança num novo céu e numa nova terra, longe de atenuar, impulsiona o ser humano à solicitude pelo aprimoramento desta terra, pois nela cresce o corpo da nova família humana, que pode apresentar algum esboço do reino de Cristo em plenitude, até o dia em que Deus for tudo em todos (cf. CAT 1049 e 1050).

Lembremos, com isso, que o Reino não acontecerá por um toque de mágica: Deus não cria outra realidade, mas faz da velha nova, enquanto leva à plenitude e conduz à meta tudo o que está depositado como virtualidade, dentro da história do mundo e de cada pessoa. O esforço de cada um não será perdido.

Graças a Deus, há iniciativas de transformação por parte de grupos culturais e étnicos, de movimentos sociais e de gênero, que anunciam o surgimento de um mundo novo.

Esta perspectiva transformadora da esperança na construção efetiva do Reino de Deus, se dá por homens e mulheres fortalecidos pelo Espírito Santo, que imbuídos de boa vontade, engajam-se em movimentos de transformação, gerando, assim, uma energia transformadora, capaz de recuperar a esperança escatológica, numa sociedade que, muitas vezes, está perdendo suas esperanças.

Por isso, temos que olhar o mundo de outra maneira, para não sermos tomados pela desconfiança e desesperanças e sim, pela misericórdia de Deus que cura, liberta e transformada a vida. Sim à esperança.

Paz e bem!
Deus os abençoe sempre.
Padre Marcelo Ap. Jolli