Nenhum de nós pode afirmar que dominou completamente a virtude da paciência. Muitas vezes, acreditamos ter alcançado uma grande conquista nessa área, até que, de repente, perdemos o controle! Em um instante, nossa impressão de ser a pessoa mais paciente do mundo desaparece.
A paciência é tão fundamental que Jesus Cristo, nosso exemplo em todas as virtudes, afirmou: “Pela vossa perseverança, salvareis as vossas almas.” Uma alma piedosa, desesperada, orou assim: “Senhor, dá-me paciência, mas preciso dela agora!” Talvez ela tenha repetido essa oração muitas vezes ao longo dos últimos anos.
Diversas situações e circunstâncias desafiam constantemente a paciência, como dificuldades de saúde, problemas financeiros, familiares que parecem testar nossa fé, mudanças climáticas, relacionamentos rompidos e, até mesmo, a sensação de que Deus está distante. Em certos momentos, podemos sentir que Ele não ouve nossas orações ou parece desinteressado nelas. Todos esses fatores, juntos ou separados, podem testar profundamente nossa paciência.
Como conseguir paciência?
Quais são, então, as maneiras pelas quais podemos adquirir a virtude da paciência, que é tão importante como Jesus nos lembra, necessária para a salvação de nossas almas imortais? Ofereceremos aqui cinco maneiras concretas de alcançar a paciência.
1- Oração
Santo Inácio nos ensina que devemos rezar pela graça, enquanto Santo Agostinho nos recorda com humildade que somos todos mendigos diante de Deus. Ele está sempre disposto a nos dar o que precisamos, desde que perseveremos em pedir. A viúva persistente, ao conquistar o favor do juiz frio e insensível, demonstra que a perseverança na oração traz recompensas. Jesus nos assegura: “Peça e lhe será dado; procure e você encontrará; bata e lhe será aberto” (Mt. 7, 7). A oração é o primeiro passo para cultivar a virtude da paciência.
2- Vida de Jesus
Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Um ditado popular afirma: “Diga-me com quem você anda e eu lhe direi quem você é.” Se dedicarmos tempo para meditar no Evangelho, refletindo sobre as palavras, gestos e ações de Jesus, sua paciência e outras virtudes começarão a ressoar em nós. Aos poucos, seremos transformados e imitaremos mais intensamente Jesus, principalmente na virtude da paciência.
3- Paixão de Cristo
Muitos santos sentiam um profundo magnetismo ao meditar sobre a Paixão de Cristo, reconhecendo nela a maior história de amor. “Não há amor maior do que dar a vida pelos amigos.” A contemplação constante do sofrimento, da crucificação e da morte de Jesus é uma fonte inesgotável de bênçãos e pode ser a chave para desbloquear a paciência nos corações mais endurecidos.
4- A Paciência nas Provações: Encontre Força na Paixão de Cristo
Quando as provações vierem como uma torrente avassaladora, lembre-se de um aspecto da Paixão de Cristo, seja no Evangelho ou nas descrições de santos, como Ana Catarina Emmerich. Isso nos ajuda a ver as dificuldades de forma mais universal e sobrenatural. Embora minhas provações sejam dolorosas, elas são pequenas se comparadas ao sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Além disso, muitas das minhas dificuldades são fruto dos meus próprios pecados e falhas, enquanto Jesus, a própria Inocência, suportou as dores mais insuportáveis. Podemos escolher um detalhe específico da Paixão de Cristo que nos toca profundamente e lembrá-lo quando enfrentamos provas que testam nossa paciência. O amor de Jesus nos dá força para carregar com paciência as cruzes mais pesadas. Como São Paulo diz: “O amor de Cristo nos compele.”
5- Maria, Nossa Senhora das Dores
Um aspecto marcante em A Paixão de Cristo de Mel Gibson é a presença constante da Bem-Aventurada Virgem Maria ao longo da jornada de Jesus. Logo atrás de Jesus, Maria suportou o sofrimento de maneira heróica. O filme retrata Nossa Senhora das Dores acompanhando Jesus no Calvário e permanecendo ao seu lado até o fim. Maria viveu a paciência em toda a sua vida: viajando para Belém, fugindo para o Egito, procurando seu Filho por três dias, perdendo São José, e, finalmente, acompanhando Jesus até a crucificação. Quando nossa paciência for testada, elevemos nossos corações e pensamentos a Nossa Senhora. Ela, que praticou uma paciência heroica, pode nos conceder essa virtude.
Todos lutamos diariamente para sermos pacientes: com os outros, conosco mesmos, com as circunstâncias e, às vezes, até com Deus. A paciência é tão fundamental que, como Jesus disse: “Pela vossa perseverança, salvareis as vossas almas.” Portanto, usemos as ferramentas que temos para alcançar essa virtude. Primeiramente, rezemos como mendigos ao doador mais generoso, Deus. Em seguida, aproximemo-nos de Jesus, o “Santo dos Santos.” Além disso, meditemos na Paixão de Cristo e, quando as oportunidades de praticar a paciência surgirem, lembremos de tudo o que Ele sofreu por amor a nós. Finalmente, que Nossa Senhora das Dores nos ajude a desenvolver um coração manso, humilde e cheio de paciência!