Curso 04 Aula 05 – Os Marginalizados e o Perdão dos Pecados

O Encontro de Jesus com o Marginalizado: Amor e Inclusão
Material para catequese
Material para catequese

O encontro de Jesus com o marginalizado revela uma lição de amor e compaixão, desafiando preconceitos e acolhendo os excluídos com dignidade. Em algum lugar não especificado, Jesus se encontra com um leproso, como narrado no Evangelho de Marcos. O homem, ao ver Jesus, se ajoelha e clama: “Se queres, tu tens o poder de me purificar” (Mc 1, 40).

Na época, ser leproso significava exclusão total do convívio social. Eles eram proibidos de morar nas cidades e de ter contato com pessoas sadias, sendo considerados “impuros”. Quem os tocasse também seria visto como impuro, o que os forçava a viver isolados, geralmente em regiões desertas, enfrentando extrema necessidade.

Esse leproso, movido pela fé, pede que Jesus o cure. De forma surpreendente, o texto original do Evangelho de Marcos menciona que “Jesus ficou cheio de ira” (Mc 1, 41), enquanto outras versões afirmam que Ele “se compadeceu”. Afinal, por que a ira? Seria um sentimento contra o próprio leproso?

Independentemente da emoção exata, Jesus o toca — um gesto radical, pois o toque era considerado uma violação da pureza. Porém, o Mestre, em sua compaixão, afirma: “Eu quero, fique purificado”.

O Encontro de Jesus com o Marginalizado desafia as regras sociais

Logo após o encontro de Jesus com o marginalizado ao curar o leproso, Ele “o mandou embora, ameaçando-o severamente” e ordenou: “Não conte nada a ninguém” (Mc 1, 43-44). Essa atitude de manter o milagre em segredo parece contraditória. Afinal, a divulgação dos milagres não ajudaria na missão de Jesus?

Entretanto, o homem curado ignora a instrução e espalha a notícia, tornando-se um testemunho vivo do poder de Jesus.

O que fica claro aqui é a maneira como o encontro de Jesus com o marginalizado desafia leis e tradições hipócritas. O foco d’Ele não está em manter rituais de pureza, mas em curar e acolher os marginalizados, trazendo vida e dignidade.

Jesus começa a se tornar conhecido

O impacto dos milagres de Jesus foi tão grande que “de toda parte, as pessoas iam procurar Jesus”. O povo reconhece n’Ele uma fonte de vida e liberdade, diferente da opressão imposta pelos sacerdotes da época.

A lei da pureza, até então considerada intocável, é questionada por Jesus, o que provoca desconforto nas autoridades. No entanto, Ele se mantém firme, mostrando que o amor ao próximo está acima de regras rígidas e desumanas.

A comunidade de Jesus e a cura integral

O Evangelho de Marcos prossegue mostrando como a presença de Jesus inaugura um novo tempo. Em Cafarnaum, Ele se estabelece entre os simples e necessitados, formando uma comunidade onde o foco é o amor e a compaixão, e não a rigidez das leis.

Um dos episódios mais marcantes ocorre quando quatro homens levam um paralítico até Jesus, descendo-o pelo telhado. Jesus, percebendo a fé deles, surpreende ao dizer: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2, 5).

Essa declaração causa indignação entre os doutores da Lei, que consideram blasfêmia alguém perdoar pecados. Jesus, porém, reafirma seu poder ao curar o homem completamente, tanto em sua saúde física quanto espiritual:

“…para que saibais que o Filho do Homem tem autoridade para perdoar pecados…” (Mc 2, 10).

O resultado é a alegria e a admiração do povo, que exclama: “Nunca vimos uma coisa assim” (Mc 2, 12).

Lições do Encontro de Jesus com o Marginalizado

Resumindo as principais lições extraídas deste relato:

  1. Jesus não teme a impureza: Ele desafia normas rígidas em favor da compaixão.
  2. Desafio ao poder: Ele questiona estruturas injustas e os líderes que oprimem.
  3. Acolhimento aos marginalizados: Jesus prioriza os mais necessitados, não os poderosos.
  4. Fé e cura: A verdadeira fé conduz à cura e ao perdão dos pecados.
  5. Alegria do Reino: A ação de Jesus traz esperança e celebração entre os excluídos.

Conclusão: Amor acima das regras

O encontro de Jesus com o marginalizado revela o coração compassivo de Deus, que prioriza a dignidade humana acima de formalidades religiosas. Ele nos ensina que a verdadeira pureza está no amor ao próximo, não em regras que excluem e oprimem.