O nome do Messias é Jesus
Inicialmente, o Evangelho de Marcos nos apresenta uma cena marcante: Jesus, o Messias vindo de Nazaré da Galiléia, busca o batismo de João Batista no rio Jordão. Com os moradores de Jerusalém e de outras partes da Judéia convergindo para esse batismo, não é surpreendente que a fama de João alcançasse também outras regiões, como Samaria e Galiléia. Nesse contexto, aparece uma figura especial: “Nesses dias, Jesus chegou de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no rio Jordão” (Mc 1, 9).
Antes de mais nada, é importante ressaltar que o nome “Jesus” (Yoshua) era comum na época, sendo identificado com o nome do pai. No caso de Jesus, seu nome completo seria Yoshua bar Yosseph, ou seja, “Jesus, filho de José”. No entanto, Marcos faz uma escolha peculiar ao referir-se a ele como “filho de Maria”, destacando sua singularidade. Além disso, o evangelista omite detalhes sobre a genealogia de Jesus, diferentemente de outros evangelhos, já que sua audiência principal, os romanos, não se interessavam tanto pela ascendência de Davi.
A Galiléia, uma região sem prestígio e considerada impura devido à sua localização estratégica nas rotas comerciais, é o local de origem de Jesus. Contudo, seu nome carrega um significado profundo: “Deus salva”. Esse significado já antecipava sua missão divina de redenção.
Jesus é o Filho de Deus
Após o batismo, ocorre um dos momentos mais emblemáticos da narrativa: a primeira teofania dos Evangelhos. Logo que Jesus, o Messias, emerge das águas, “viu o céu se rasgando, e o Espírito Santo, como uma pomba, desceu sobre ele. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado, em ti encontro o meu agrado’” (Mc 1, 10-11).
Esse evento cumpre a profecia de Isaías (Is 63, 19) e confirma que o céu se abriu para que Deus estivesse entre os homens. Ademais, a presença do Espírito Santo em Jesus reforça sua unidade com o Pai, indicando que suas ações e palavras serão divinas. Essa declaração ecoa passagens do Antigo Testamento, como o Salmo 2, 7 e Isaías 42, 1, que apontam para o Messias como o escolhido de Deus.
Portanto, o batismo de Jesus não é apenas um gesto de humildade, mas a revelação de que ele é o Messias esperado, o Filho de Deus que veio para transformar a sociedade e promover justiça.
A tentação de Jesus
Logo depois, Marcos nos relata a ida de Jesus, o Messias, ao deserto, onde permaneceu por quarenta dias. Durante esse período, foi tentado por Satanás, viveu entre animais selvagens e foi servido por anjos (Mc 1, 12-13).
O deserto, carregado de simbolismo na história de Israel, remete ao Êxodo, quando os hebreus vagaram por quarenta anos. Ali, Moisés teve um encontro transformador com Deus e recebeu as tábuas da Lei. Similarmente, Jesus enfrenta um momento decisivo: escolher entre a vontade de Deus e os caminhos do mundo.
Enquanto Satanás representa as forças do mal e da opressão, os anjos simbolizam o auxílio divino. Assim, a prática de Jesus ao longo de sua vida demonstrará como o Messias venceu as tentações, permanecendo fiel ao plano do Pai.
Resumo da missão de Jesus, o Messias
Em síntese, os versículos de Mc 1, 9-13 destacam aspectos essenciais de Jesus e sua missão:
- Ele não é oriundo de uma família nobre ou de uma região prestigiada.
- Seu batismo revela que ele é o Messias esperado, com o céu se abrindo para a manifestação de Deus.
- Ele é identificado como o Filho de Deus, enviado para libertar os homens e instaurar a justiça.
- Ao longo de sua vida, enfrentará tentações, mas permanecerá fiel ao projeto divino.
- Por fim, suas ações serão a maior evidência da presença de Deus no mundo.