Paróquias católicas em bairros pobres das grandes metrópoles são alternativa para atender pacientes de Covid-19
Os dados mais recentes sobre o novo corona vírus nas grandes cidades confirmam que a doença pode ser dez vezes mais letal nas regiões pobres, lugares onde as pessoas já sofrem com várias outras dificuldades.
Diante da desigualdade que se impõe, é providencial lembrarmos da campanha da Fraternidade deste ano, em que Papa Francisco se inspira no Evangelho de Lucas, quando cita o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, em referência à parábola do Bom Samaritano (Lc 10,34-35).
A tradição católica de cuidados com a saúde deixou seu legado secular que, num momento como esse, continua ao nosso alcance. Hoje, em todo o Brasil, milhares de paróquias estão presentes no cotidiano dos bairros carentes da cidade, em lugares onde o Estado não chega. São espaços que podem fazer a diferença para os doentes por Covid-19. Famílias que precisam de atendimento rápido.
Sim, a Igreja Católica está preocupada. Seus espaços poderiam ser transformados em leitos temporários, como nos hospitais de campanha, para atender aos doentes nas regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro entre outras.
A Pró-Saúde, entidade filantrópica conduzida por religiosos que atua com gestão hospitalar há 50 anos e atende cerca de um milhão de pacientes todos os meses, também dispôs de seu capital humano profissional para atuar na instalação e operacionalização desses espaços de atendimento.
É um gesto importante e uma alternativa que, para virar realidade, precisa ser incorporada à estratégia reconhecidamente responsável das autoridades públicas, que estão à frente do combate à essa pandemia.
Na iminência do sistema de saúde entrar em colapso, com todos os leitos lotados, é importante celeridade nas ações. Conhecemos o sofrimento diário das famílias que vivem nas periferias e o alívio para nossos irmãos depende de um esforço coletivo e organizado para evitar situações dramáticas.
Dom João Bosco Óliver de Faria