“Como podemos não ser gratos a este Deus que nos redimiu, deixando-se ir até à loucura da cruz? A este Deus que se colocou da nossa parte e aqui ficou até ao fim?” São João Paulo II
Meditar a Via Sacra é refletir os passos decisivos que culminou o esvaziamento de Cristo por amor ao mundo através de sua Paixão. Perpassar cada estação da Via Crucis é deixar-se envolver no preço do nosso resgaste, afinal, “a cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo” (Santa Teresa Benedita da Cruz).
A origem desta fórmula de oração iniciou-se no tempo das Cruzadas (século X), onde os fiéis que peregrinavam à Terra Santa, visitavam os lugares sagrados da Paixão do Senhor, recordando este imenso Amor de Deus de doar o seu Filho Unigênito em favor de nós.
Ora, o desafio da nossa meditação da Via Dolorosa nos tempos atuais é colocar estes passos tão sofridos de Cristo, mas ao mesmo tempo tão firmes, em denunciar os gritos de sofrimentos, da injustiça, da mentira, do ódio, da indiferença que ainda insistem a rondar os nossos corações, podendo a infiltrar e gerando o pecado em nós.
E mesmo depois disto tudo, após meditarmos tamanha loucura de Amor, nossos corações permanecer o mesmo, precisamos rever as nossas atitudes para o alcance da VERDADE, pois, “Como, pois, buscas, tu outro caminho para entrar no Céu que não seja o caminho real da Santa Cruz?”(Livro Imitação de Cristo).
Saudações em Cristo!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG