Santa Teresinha do Menino Jesus resume a oração como dom de Deus de maneira tocante: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria.” De fato, essa definição, rica em simplicidade, encontra eco nas palavras de Jesus, dos santos e do Catecismo da Igreja Católica. Nesse contexto, enfatiza-se um ponto crucial: a oração, para ser verdadeira e frutífera, deve brotar de um coração humilde e contrito.
São Paulo nos lembra: “Não sabemos como pedir o que convém” (Rm 8, 26). Por isso, a humildade torna-se a atitude essencial para acolhermos o dom gratuito de Deus: a oração. Como Jesus diz à samaritana: “Se conhecesses o dom de Deus…” (Jo 4, 10), é no encontro de nossa sede com a sede de Deus que a oração se revela como uma fonte de vida.
A Oração como Aliança
De onde vem a oração? As Escrituras frequentemente apontam o coração como o lugar onde ela brota. É o coração que reza e, se ele estiver distante de Deus, a oração torna-se vazia. Porém, quando o coração confia em Deus, a oração se transforma em uma aliança viva com Ele, mediada por Jesus Cristo.
Mais de mil vezes a Bíblia menciona o coração como centro da oração. Por isso, podemos dizer que a oração é, em essência, um compromisso de amor e fidelidade entre o homem e Deus.
A Oração como Comunhão
A oração como dom de Deus é uma relação viva com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Trata-se de uma comunhão que também se estende à Igreja, o Corpo de Cristo. Quando nos colocamos em oração, estamos habitualmente na presença de Deus, em profunda comunhão com Ele.
Mesmo quando o homem se afasta ou esquece seu Criador, Deus nunca deixa de chamá-lo. Na oração, a atitude do homem é sempre de resposta ao chamado divino, pois é Deus quem toma a iniciativa.
Exemplos no Antigo Testamento
A história da salvação nos mostra a oração como dom de Deus em ação desde os primeiros momentos. Por exemplo, Abraão, ao ouvir o chamado de Deus, responde com atos de fé, mesmo diante de provações que testam sua confiança. Além disso, Moisés, por sua vez, aprende a orar enquanto dialoga com Deus, enfrentando desafios e intercedendo pelo povo.
Davi, “o rei segundo o coração de Deus”, expressa em sua oração louvor, arrependimento e entrega total à vontade divina. Os Salmos, compostos por ele e outros autores, são a obra-prima da oração como dom de Deus no Antigo Testamento, refletindo simplicidade, confiança e entrega.
A Oração como Dom de Deus: Aliança e Comunhão com o Amor Eterno
A oração, sendo dom, aliança e comunhão, é o elo que nos une ao amor eterno de Deus. Como Elias, Davi e tantos santos, somos chamados a perseverar na fé e na entrega.
