Curso 01 Aula 25 – Jesus, Sumo Sacerdote

Material para catequese
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26- CARTA AOS HEBREUS: JESUS, SUMO SACERDOTE (4, 14 a 7, 28)

Jesus, sumo sacerdote misericordioso -: a carta relembra aquilo que dissera em 2, 17: a comunidade pode contar com Jesus, o sumo sacerdote que é solidário com seus sofrimentos. Lembra ainda que Jesus enfrentou todos os desafios que os seres humanos tem de encarar e não pecou. Por isso, Ele se compadece de nossas limitações e faltas. É curiosa uma frase que é encontrada em 4, 14: diz que Jesus “atravessou os céus”. Por que? Porque os judeus acreditavam que houvesse vários “céus” (em 2Cor 12, 3 Paulo fala de alguém que foi arrebatado “ao terceiro céu”, provavelmente ele mesmo).

As funções do sacerdote -: no capítulo 5, Hebreus passa a falar sobre o sumo sacerdote e suas funções. Os homens que são designados para essas funções devem agir em favor dos outros nas coisas que se referem a Deus. Devem ainda oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos dos outros. No versículo 4, está destacado que o sumo sacerdote não pode escolher a si mesmo, mas deve ser chamado por Deus. O autor da carta devia conhecer quanta corrupção existia na política dos sumos sacerdotes judeus (em algumas ocasiões, a nomeação do sumo sacerdote dos judeus chegou a ser comprada!).
A partir de 5, 5, a carta começa a mostrar como Jesus cumpre essas exigências de forma muito superior, indicando que seu sacerdócio é de outro tipo. A carta aos Hebreus cita aqui o Salmo 110, 4: “Você é sacerdote para sempre, segundo o modo de Melquisedec”. Os sacerdotes judeus não podiam ser, de nenhuma forma, ligados ao sacerdócio de Melquisedec, também escolhido por Deus. Fica claro que essas passagens da carta se referem a Jesus, e só a Ele.

É mesmo um sacerdócio diferente -: a carta prossegue dando a entender que o sacerdócio de Jesus só pode ser compreendido a partir de sua vida aqui na terra. É principalmente através dos sofrimentos que Jesus assumiu que devemos considerar o seu sacerdócio. Aqui, a carta se refere os sofrimento de Jesus no Getsêmani, mostrando que, naquela hora de maior sofrimento, Jesus não se desliga de Deus: “fez orações e súplicas em alta voz e com lágrimas ao Deus que podia salvá-lo da morte”. Sua firmeza e confiança, aliadas ao fato de não ter fugido dos sofrimentos, é que o levaram à perfeição. E assim Jesus abriu as portas da salvação a todos que nele creram. Por isso, Jesus é o verdadeiro e único sumo sacerdote.

Pausa para meditação -: fazendo uma pausa nos ensinamentos, o autor da carta aos Hebreus aproveita para “alfinetar” a comunidade: por que a comunidade está andando tão devagar? Por que ainda parece estar na primeira infância na fé? O autor constata que a comunidade parece ainda não saber o que é certo e o que é errado. Falta bom senso, falta conhecimento, falta fé verdadeira. A comunidade não deve ficar apenas “nas instruções elementares sobre Cristo (6, 1)”. É preciso aprofundamento na fé, é preciso estudar mais.
Aqui, o autor volta para seu tema favorito: a esperança. Parece mesmo que a comunidade à qual a carta foi endereçada está desanimada, sem contar o pessoal que já a abandonou. Por isso, é retomado o anúncio das promessas de Deus que estão em aberto e convida a comunidade a ser fiel até o fim, sem abandonar a esperança da vida futura.

O capítulo 7 e sua importância -: neste capítulo, vai finalmente ser explicado porque Jesus é chamado, desde o começo da carta, de “sumo sacerdote”. Em primeiro lugar, a carta relembra Melquisedec e porque seu sacerdócio é superior ao de todos, menos o de Jesus: Melquisedec foi escolhido por Deus.
Lembre-se ainda que a religião judaica (a grande maioria dos seguidores de Jesus eram de origem judaica e ainda seguiam muitos preceitos judeus) dizia que era necessário visitar Jerusalém e o Templo ao menos uma vez por ano, para obter a salvação. Mas no ano 70 (alguns anos antes da carta ser escrita) os romanos haviam destruído Jerusalém e o Templo. Então, como se salvar?
Então, a carta aos Hebreus aproveita o momento para reavivar a esperança da comunidade: Jerusalém e o Templo foram destruídos, mas Jesus continua sendo o único caminho para chegar a Deus, Ele é o Sumo Sacerdote, e oferece a salvação não através de rituais, mas através da fé.

O sacerdócio eterno -: a superioridade do sacerdócio de Jesus em relação aos sacerdócios dos judeus é confirmada por um notável argumento: o sacerdócio levítico, dos judeus, além de não se basear numa escolha divina, manifesta sua fragilidade no fato de que todos os seus sacerdotes eram mortais. Por isso, todos os sacerdotes judeus deviam ser casados e deixar grande descendência. O sacerdócio de Jesus, porém, é eterno, dura para sempre. Essa era a esperança daquela comunidade e deve ser a nossa esperança, nos dias de hoje.