“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!” (cf. Mt 10, 28)
Na Liturgia do XII Domingo do Tempo Comum, somos convidados a refletir sobre a perseguição que pode assombrar a Missão do discípulo, pois como é proposto nas leituras, particularmente no Evangelho(cf. Mt 10,26-33), Jesus fala aos seus discípulos sobre os sofrimentos que irão enfrentar. Porém, ele não deixa os seus desamparados, muito pelo contrário, nos consola em suas Palavras e nos promete: “todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (cf. Mt 10, 32).
Ora, esta perseguição é relatada desde o início da manifestação de Deus para com o povo hebreu e todos os profetas. Um exemplo dado na Liturgia de hoje é do Profeta Jeremias(cf. Jr 20,10-13), que relata a perseguição à missão confiada a Deus para ele. Mas o profeta não deixe de expressar a total confiança no Pai: “Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos.” (cf. Jr 20, 11).
Assim, a promessa supracitada de Jesus sobre aqueles que se declaram a favor de Deus, não é uma novidade, contudo, é um reforço para lembrarmos das pedras que aparecem no caminho da missão e, o salmista, declara uma das frases mais belas e com tamanha dualidade, onde sentimos o apelo e a confiança ímpar em Deus – “Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, ponde os olhos sobre mim com grande amor” (cf. Sl68, 17).
Por fim, ao retomar o Evangelho, Jesus nos lembra que somos importantes aos olhos do Pai, que mesmo que venhamos a sofrer qualquer tipo de perseguição, não tenhamos medo dos homens (…), afinal “Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.” (cf. Mt 10, 3a – 31).
E, São Paulo, na sua Carta aos Romanos(cf. Rm 5,12-15), aponta-nos esta certeza que valemos e muito a Deus. Citando a libertação do pecado que fora iniciada em Adão e, que através do Novo Adão, Jesus Cristo retomamos o dom da graça de Deus: “A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos” (Cf. Rm 5, 15).
Enfim, confiemos abundantemente em Cristo, certos de vivenciar sem medidas a missão que nos foi dada! Sem temer de viver e testemunhar a Palavra que nos foi dada a fim do encontro definitivo do Amor.
Saudações em Cristo!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG