Características de um evangelizador

Ser um autêntico evangelizador
Material para catequese
Material para catequese

Aquele que evangeliza é realmente um evangelizador? Para levar Cristo aos outros é necessária uma experiência com Ele, pois ninguém dá o que não tem e ninguém ama o que não conhece. Ser um autêntico evangelizador não surge do nada, é “cozido” com o tempo. É um aprendizado constante do discípulo para com o professor.

É fruto de uma relação próxima, de uma amizade. Esta relação reflete-se nas obras dos evangelizadores. Como posso ser um autêntico evangelizador? Como posso testemunhar ao mundo o que acredito e o que sou? Primeiro aumente o seu relacionamento com o Mestre; Segundo, faça um exame pessoal e veja se essas 7 características se refletem em sua vida, você está no caminho certo.

Características de um autêntico evangelizador:

Uma fé sólida

Fundamental. Sem fé não podemos evangelizar. Não estou falando apenas da fé em Cristo, no Pai e no Espírito Santo; mas também de fé na Igreja e no seu Magistério. Já ouvi alguns que dizem: “Eu evangelizo, levo Cristo aos outros… mas não concordo muito com essa coisa do Papa…” Como você não concorda? Você é católico ou não? Não devo acreditar apenas naquilo que me convém, naquilo que gosto; Devo acreditar no que Deus me revelou e providenciou para minha salvação. A nossa fé é completa, não pode ser uma fé de supermercado onde pego só o que gosto e deixo o resto. É por isso que o autêntico evangelizador deve dizer ao Senhor: “Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé!” (Marcos 9, 24) e renove dia a dia a sua opção por Cristo conhecendo-O e amando-O mais.

«A fé é garantia daquilo que se espera; a prova de realidades que não se veem. Nossos mais velhos foram elogiados por ela. Pela fé, sabemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê resultou do que não aparece… fixando os olhos em Jesus, que inicia e completa a fé…” (Hebreus 11:1 -3.12,2).

Coerência de vida

Padre Pio de Pietrelcina disse: “Façam o bem, em todos os lugares, para que todos possam dizer: ‘Este é um filho de Cristo’”. Pergunte a si mesmo: minhas obras refletem Jesus? Aqueles que me veem podem dizer que sou um verdadeiro cristão? (Pense…) Não pensemos que a coerência da vida é um fardo pesado e insuportável. Pelo contrário, é o que nos dá felicidade e nos incentiva a continuar no bom caminho que estamos trilhando. A chave é a humildade. Ao reconhecer que preciso de Deus e que ele quer precisar de mim. Não posso evangelizar, não sou a verdadeira luz; mas minha missão é ser um reflexo da Luz de Deus. É Cristo quem vive e evangeliza em mim. A humildade deve ser pedida a Deus, só assim poderemos ser um testemunho vivo de Jesus.

«Chegou um homem, enviado por Deus, cujo nome era João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz. Ele não era a luz, mas uma testemunha da luz” (João 1:6-8).

O evangelizador precisa de muita humildade

Desenvolvo aqui a característica já vista no ponto anterior. O que significa ser humilde? “Humildade é caminhar na verdade”, disse Santa Teresa de Jesus. E é muito verdade. Não podemos ser o que não somos. Humildade é ser um verdadeiro filho de Deus e se reconhecer como pecador. É saber que sem Deus nada posso fazer, nada posso fazer! Humildade é não me valorizar acima dos outros, acreditar que sou melhor.

A humildade tem um efeito prático na vida de cada cristão. Alguém é humilde por ser humilde, em gerúndio. E é esforço também. Sendo assim para permanecer sempre humilde é necessário que eu pratique a humildade. Este ponto é muito importante na Evangelização. O evangelizador precisa ser humilde, reconhecendo que o trabalho não é seu, mas sim de Deus. Quando não me aproprio de mais nada. De quem é o Reino de Deus? A Igreja? Tudo é de Deus, eu apenas colaboro, faço a minha parte. Sempre humildade, essa é a atitude cristã.

«Nada façais por rivalidade ou vanglória; Pelo contrário, sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês. Que cada um não procure o seu próprio interesse, mas o dos outros. Tenham, portanto, os sentimentos que correspondem àqueles que estão unidos a Cristo Jesus” (Filipenses 2, 3-5).

Fidelidade no pequeno

São José María Escrivá disse: «Convençai-vos de que normalmente não encontrareis espaço para feitos deslumbrantes, entre outras razões, porque normalmente não ocorrem. Por outro lado, não lhe faltam oportunidades para demonstrar através do pequeno, do normal, o amor que você tem por Jesus Cristo” (Amigos de Deus, 8). É assim que é. Eu não poderia ter dito melhor.

O normal, o que é pequeno aos nossos olhos pode ser uma grande ocasião para ser fiel ao meu amor pelo Senhor. Por exemplo: quando estamos no ônibus podemos ceder o nosso lugar, quando estamos na fila do banco podemos ceder o nosso lugar a alguém mais velho ou mais necessitado, quando devolvemos o dinheiro extra que nos dão no pagamento das compras … tudo isso são “as pequenas coisas da vida” que, com amor, se tornam grandes!

«Quem é confiável no pouco também é confiável no muito. E quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Pois se não lhes foram confiados os bens deste mundo, quem lhes confiará o verdadeiro bem? (Lucas 16, 10-11).

Uma vida interior sólida

Vida interior? Trata-se simplesmente de união íntima com Cristo. Uma união real, natural, pessoal e constante. União com Cristo? Sim, na linguagem espiritual, estar unido a Cristo significa que Ele está sempre presente na minha vida. É, sim, mas posso aumentar essa união através do diálogo constante com Ele (oração), através das virtudes teológicas (fé, esperança e caridade) e através da participação ativa nos sacramentos.

Resumindo, é buscar que Deus faça parte da minha vida e fazer todo o possível para que esse relacionamento cresça cada dia mais. Tenha cuidado para que a vida interior possa ser perdida facilmente! Sim, quando preferimos outras coisas, quando deixamos de ir à missa por conveniência, quando já não rezamos. A vida interior não nos garante que tudo vai correr bem, às vezes é o contrário, temos mais oportunidades de crescer esse amor a Deus através das tribulações e tristezas. O importante é o evangelizador caminhar sempre de mãos dadas com Deus, unidos a Ele.

“Ama o Senhor teu Deus, segue os seus caminhos, guarda os seus mandamentos e permanece unido a ele, servindo-o de todo o coração e de toda a alma” (Josué 22, 5).

Muita alegria

A alegria é uma daquelas coisas que se espalha facilmente. Às vezes, quando estamos tristes, apenas o sorriso do outro é suficiente para nos animar. A alegria vai além do momento. Diz-nos São Francisco de Assis: “acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo que Cristo concede aos seus amigos, está o de vencer-se e de suportar voluntariamente, por amor de Cristo Jesus, as dores, os insultos, as censuras. e inconvenientes”, é precisamente aí que reside a verdadeira alegria. Não somos felizes quando não temos problemas ou tristezas, mas quando conseguimos ver Deus conosco, que carrega nossa cruz e nos encoraja a continuar. Alegria é, em suma, saber que somos amados por Deus Pai Misericordioso. Alguém pode aspirar a algo melhor? Não. O amor de Deus é o máximo, por isso vivo feliz.

«Seja sempre alegre no Senhor; Repito, seja feliz. Que todos conheçam você por sua bondade. O Senhor está próximo. Não deixe que nada o perturbe; Pelo contrário, em qualquer situação apresente os seus desejos a Deus orando, suplicando e dando graças” (Filipenses 4, 4-6)

Formação contínua (Leia muito, escreva)

Escola, universidade, instituto, etc. São instituições que nos ajudam a conhecer. A Igreja como Mãe e Mestra também nos oferece este espaço de formação no âmbito cristão, sim, chamamos-lhe catecismo. Todo católico passou pelo menos 3 anos de catecismo. 3 anos! E o que aprendi? Hummm. Às vezes não sabemos como responder às perguntas dos nossos irmãos separados (evangélicos).

O problema é que não conhecemos bem a nossa fé. Para isso existe formação contínua. Não basta saber “alguma coisa” sobre a fé, é preciso olhar cada vez mais fundo. Conheça principalmente a Bíblia, os sacramentos, a graça, o perdão, o amor, etc. etc. Ler, escrever, compartilhar a fé, conversar sobre ela com outras pessoas e criar círculos de estudo são boas maneiras de aprender sempre sobre Cristo e seus ensinamentos.

«Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, não se glorie o soldado na sua força, não se glorie o rico na sua riqueza; Quem quiser gloriar-se, glorie-se nisto: em me conhecer e entender que eu sou o Senhor; aquele que exerce a fidelidade, o direito e a justiça na terra; e tenho prazer neles” (Jeremias 9, 22-23).

Conclusão

Depois de ler estes 7 pontos e de se examinar, convido-o a assumir um compromisso com o Senhor. Portanto é sempre bom, como fruto, comprometer-se com alguma coisa. Trabalhar para melhorar algum defeito em mim, ser mais constante no meu apostolado, ir à missa todos os domingos prestando muita atenção, rezar todos os dias meia hora pela manhã ou à tarde, etc. Assim saberemos que aquilo que refletimos tem um impacto real na minha vida.

A vida cristã é um trabalho constante. “Quem não avança na vida espiritual, regride”, porque a vida está em constante movimento e vamos contra a corrente. Então vá em frente e não deixe de caminhar com Cristo, ajudando seus irmãos com seu exemplo de vida alegre e coerente, intercedendo sempre em oração pelos mais fracos na fé e deixando Jesus transformar sua vida dia após dia.