Domingo de Ramos da Paixão do Senhor
“Hosanna! Bendito é aquele que vem em nome do Senhor! Bendito é o reino de nosso pai David que está por vir! Hosana no mais alto! ”Marcos 11, 9
Na Liturgia de hoje, enfrentamos um grande contraste de experiências e emoções. Começamos nossa celebração ouvindo a história de Jesus sendo recebido em Jerusalém com grande alegria e exultação! “Hosanna!” Eles gritaram. “Hosana no Altíssimo!” Jesus foi tratado como deveria ter sido tratado. As pessoas estavam animadas para vê-lo e havia muita excitação.
Mas esse entusiasmo rapidamente se transformou em choque e horror à medida que entramos mais profundamente nas leituras de hoje. O Evangelho culmina com Jesus pendurado na cruz gritando “Eloi, Eloi, lema sabachthani?” “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” E com isso, “Jesus deu um alto clamor e deu seu último suspiro”. Naquele momento, toda a congregação se ajoelha em silêncio enquanto refletimos sobre a realidade da morte de Cristo.
Como as coisas podem mudar em uma semana curta. O que aconteceu com todas as pessoas que estavam gritando e louvando a Ele quando Ele entrou em Jerusalém? Como eles poderiam permitir que Ele entrasse nesta Crucificação e morte?
A resposta mais profunda a essa pergunta é uma que não podemos esperar. A resposta é que o Pai quis. O Pai quis, por Sua vontade permissiva, que tantos se voltassem contra ele, abandonassem-no e permitissem que ele fosse crucificado. Isso é muito importante para entender.
A qualquer momento durante a primeira Semana Santa, Jesus poderia ter exercido Seu poder divino e recusado a abraçar Sua cruz. Mas ele não fez. Em vez disso, Ele voluntariamente passou por esta semana antecipando e abraçando o sofrimento e a rejeição que recebeu. E ele não fez isso a contragosto ou mesmo com arrependimento. Ele abraçou esta semana de bom grado, escolhendo-a como sua vontade.
Por que ele faria tal coisa? Por que Ele escolheria o sofrimento e a morte? Porque na perfeita sabedoria do Pai, esse sofrimento e morte eram para um propósito maior. Deus escolheu confundir a sabedoria do mundo usando Seu próprio sofrimento e crucificação como o meio perfeito de nossa santidade. Neste ato, Ele transformou o maior mal no bem maior. Agora, como resultado de nossa fé neste ato, o crucifixo está pendurado centralmente em nossas igrejas e em nossos lares como um lembrete constante de que nem mesmo o maior dos males pode superar o poder, a sabedoria e o amor de Deus. Deus é mais poderoso que a própria morte e Deus tem a vitória final mesmo quando tudo parece perdido.
Deixe esta semana lhe dar esperança divina. Muitas vezes podemos ser tentados a desanimar e, pior ainda, podemos ser tentados pelo desespero. Mas nem tudo está perdido para nós também. Nada pode, em última análise, roubar nossa alegria a menos que a deixemos. Nenhuma dificuldade, nenhum fardo e nenhuma cruz pode nos conquistar, se permanecermos firmes em Cristo Jesus, permitindo que Ele transforme tudo o que suportamos em vida por Seu glorioso abraço de Sua própria cruz.
Reflita, hoje, sobre o contraste das emoções do Domingo de Ramos até a Sexta-Feira Santa. Reflita sobre o medo, a confusão e o desespero que muitos teriam quando viram Jesus assassinado. Refletir, também, sobre este ser um ato divino pelo qual o Pai permitiu este grave sofrimento, de modo a usá-lo para o maior bem já conhecido. O Senhor deu sua vida livremente e chama você para fazer o mesmo. Reflita sobre a cruz em sua vida. Saibam que o Senhor pode usar isso para o bem, trazendo uma abundância de misericórdia através do seu abraço livre, ao oferecê-lo a Ele como um sacrifício voluntário. Santíssima Semana Santa! Coloque seus olhos na cruz do Senhor e também na sua.
Senhor, quando estou tentado a me desesperar, me dê esperança. Ajude-me a ver sua presença em todas as coisas, mesmo naquelas coisas que são mais problemáticas para mim. Que esta Semana Santa transforme meus momentos mais obscuros e fraquezas, à medida que eu me entrego a Ti, meu Deus. Jesus eu confio em vós.