Às vezes nos perguntamos se Cristo teve que derramar seu sangue para nos salvar do pecado e da morte.
A pergunta encontra resposta na Carta aos Hebreus , quando se diz claramente que não há remissão dos pecados sem derramamento de sangue: Cristo, com o seu sacrifício, anula o pecado ( Hb 9,22 e 26).
Um texto anônimo, talvez do século XVII, aborda o assunto com palavras que guardam uma relevância surpreendente.
Primeiro ele faz a pergunta: “Foi então necessário derramar sangue para a reconciliação dos homens?”
Depois oferece a sua resposta: “Respondo dizendo que era necessário que o homem visse, com os próprios olhos, o amor. E não há amor maior do que dar a vida (cf. Jo 15,13)”.
A conclusão é natural: “Observem, portanto, que não pode haver amor sem derramamento de sangue; “Não há manifestação perfeita de Deus sem sacrifício.”
O texto anônimo vai ainda mais longe: “Ó maravilha inefável! “Não é o homem quem oferece um sacrifício a Deus, mas Deus quem sacrifica o seu Filho para saciar a fome de amor do homem!”
O amor de Deus Pai, portanto, manifestou-se plenamente naquele sacrifício que tornamos presente, como Igreja, cada vez que nos reunimos e celebramos a Eucaristia.
Em cada missa vemos, tocamos, até comemos e bebemos, o Corpo e o Sangue de Cristo, que nos revelam a loucura do Amor de um Deus que procura e chama cada um dos seus filhos.
Por isso, com toda a Igreja, agradecemos continuamente ao Pai porque nos manifestou todo o seu Amor através do Sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo e nos dá generosamente a vida eterna.
Pe. Fernando Pascual