Curso 04 Aula 19 – Preparativos para o Final, As Escolhas

Os Preparativos de Jesus: Fé, Traição e Escolhas Finais
Material para catequese
Material para catequese

Os preparativos de Jesus relatados no capítulo 14 do Evangelho de Marcos revelam momentos cruciais de sua missão. A narrativa abrange desde os últimos dias antes da Páscoa até sua escolha definitiva de cumprir a vontade do Pai, enfrentando traições, dúvidas e angústias.

Marcos inicia o capítulo 14 de seu Evangelho afirmando: “Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e para a festa dos Ázimos” (Mc 14, 1). A festa da Páscoa representava a memória perpétua do Deus vivo, que libertou o povo de seu opressor no Egito. Já a celebração dos Ázimos, com os pães sem fermento, simbolizava a liberdade conquistada e a rejeição ao domínio de outro povo.

Os preparativos das autoridades

Nesse momento tão significativo, as autoridades judaicas (sacerdotes, doutores da Lei e governantes) começaram a planejar o fim das atividades de Jesus. Ele, cuja missão era promover a liberdade e a dignidade espirituais, tornou-se uma ameaça ao sistema. Segundo o Evangelho, “os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam um modo esperto de prender Jesus e depois matá-lo” (Mc 14, 2). Eles desejavam agir de forma que evitasse tumultos entre o povo.

O gesto da mulher em Betânia

Enquanto estava em uma refeição na casa de Betânia, Jesus foi surpreendido por uma mulher que derramou um perfume caro sobre sua cabeça. A ação gerou críticas, com alguns afirmando que o perfume deveria ter sido vendido para ajudar os pobres (Mc 14, 3). Contudo, Jesus defendeu a mulher: “Ela fez uma boa ação… preparou meu corpo para a sepultura” (Mc 14, 6–9).

O ato dessa mulher reflete o reconhecimento de Jesus como Messias, o Ungido. Diferente até de alguns discípulos, ela não teve dúvidas sobre sua identidade. É importante ressaltar que a frase de Jesus sobre os pobres, muitas vezes mal interpretada, não significava resignação, mas reforçava sua luta por uma vida digna para todos.

O preparativo de Judas

Por outro lado, Judas Iscariotes, decepcionado com Jesus, decidiu traí-lo. Judas esperava um Messias guerreiro e poderoso, capaz de instaurar um reino terrestre e proporcionar riquezas. Desiludido, tramou com as autoridades a entrega de Jesus em troca de dinheiro. Isso não foi um plano divino, mas a consequência das escolhas de Judas.

Os preparativos de Jesus: A Ceia pascal e a instituição da Eucaristia

Mesmo consciente do que o aguardava, Jesus ordenou os preparativos para a ceia pascal, que seria um marco na instituição da Eucaristia. Durante o jantar, revelou que seria traído: “É um dos doze. É aquele que põe a mão no prato comigo” (Mc 14, 20).

Os atos de traição e morte de Jesus não foram obras de predestinação divina, mas fruto das escolhas humanas. O próprio Jesus alertou: “Ai daquele que trair o Filho do Homem! Melhor seria que não houvesse nascido!” (Mc 14, 21).

A escolha dos discípulos

Os discípulos, em um momento de confiança, declararam sua lealdade a Jesus, com Pedro afirmando: “Ainda que tenha de morrer contigo, assim mesmo não te negarei” (Mc 14, 31). Contudo, Jesus previu sua dispersão, mas também expressou esperança: “Depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galiléia” (Mc 14, 28).

Os preparativos de Jesus: A escolha

Próximo de seu martírio, Jesus enfrentou uma intensa tentação. Em oração, clamou: “Abba! Pai! Afasta de mim esse cálice! Contudo, não seja feita a minha, mas a tua vontade!” (Mc 14, 36). Apesar do medo e da angústia, Ele escolheu cumprir a missão dada por Deus Pai.

Ao final, declarou aos discípulos: “Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem vai ser entregue ao poder dos pecadores. Levantem-se! Vamos!” (Mc 14, 41–42). Assim, Jesus abraçou sua missão até o fim, mostrando fidelidade ao projeto divino.