Os 12 discípulos deixaram de ser simples espectadores para se tornarem participantes ativos na missão de Jesus. Marcos relata: “Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus” (Mc 6, 7). Jesus enviou-os em duplas para destacar o caráter comunitário da missão, afastando qualquer traço de promoção pessoal.
Jesus também instruiu os discípulos sobre como deveriam proceder: “Não levem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Andem de sandálias e não levem duas túnicas” (Mc 6, 8-9). Ao orientá-los dessa forma, Ele os chamou a confiar plenamente no poder de Deus.
Os Três Pilares da Missão
A missão dos discípulos é essencialmente baseada em três ações principais:
- Pregar para que as pessoas se convertam: A mensagem do Reino de Deus exige conversão, um novo modo de pensar e agir. Sem essa transformação, a palavra de Deus não encontra terreno fértil para germinar.
- Expulsar demônios: Em Marcos, “expulsar demônios” simboliza a libertação das amarras que mantêm as pessoas escravizadas pelo mal.
- Curar os doentes: Essa ação restaurava não apenas a saúde física, mas também a dignidade humana.
O Banquete da Vida
Após retornarem de sua missão, os discípulos compartilharam sua alegria com Jesus. Marcos narra: “Eles atenderam tanta gente que nem tinham tempo para comer” (Mc 6, 31). Jesus, então, os convidou a descansar. Mas, ao chegarem ao lugar afastado, uma multidão já os aguardava.
Movido pela compaixão, Jesus ensinou ao povo como um pastor que guia suas ovelhas. Quando os discípulos sugeriram despedir a multidão para que buscassem alimento, Jesus desafiou sua lógica: “Vocês é que têm de lhes dar de comer” (Mc 6, 37).
Com cinco pães e dois peixes, Jesus realizou o milagre da multiplicação, mostrando que, quando há partilha, o suficiente se torna abundante. Este episódio reforça a essência da missão: promover a solidariedade e a dignidade humana.
A Incompreensão dos Discípulos
Apesar dos milagres, os discípulos ainda não compreendiam plenamente quem era Jesus. Isso fica evidente no episódio em que Jesus caminha sobre as águas: “Eles não tinham ainda compreendido o milagre dos pães. O coração deles estava endurecido” (Mc 6, 52).
Nesse momento, Jesus revelou sua identidade divina ao dizer: “Coragem! Sou eu, não tenham medo!” (Mc 6, 50). Essa mensagem ecoa até hoje, inspirando confiança mesmo diante das adversidades.