No mundo tecnológico e individualista de hoje, é possível enfiar o nariz no Reino de Deus? Parece que foi mais fácil naquele mundo daquela Galiléia que Jesus caminhou.
Jesus não se importava com o que os pagãos do seu tempo pensavam dele, se importava em saber o que pensavam aqueles que o seguiam. Suas palavras semearam admiração em quem o seguiu e também ódio em quem não acreditou. Não está acontecendo a mesma coisa hoje?
Não será que, tal como naquela época, há demasiados licenciados que apenas acreditam que o seu conhecimento é viável e o que pode ser tocado ou provado?
Já que estamos falando de quantidade, será bom lembrar que foram doze que mudaram a história da humanidade. Hoje no mundo existem quase dois mil milhões de cristãos, como é possível que o mundo de hoje não possa ser mudado? Será que complicamos a vivência do Reino de Deus?
Naqueles tempos, a experiência era o que difundia a fé. Aqueles doze viveram o que acreditaram, aqueles que viram o que viveram, também acreditaram e isso explicaria onde está a diferença. Um punhado de pessoas em poucas décadas foi capaz de transformar o mundo conhecido.
Lembremo-nos de que os cristãos de hoje continuam a alimentar-se da alegria daqueles cristãos que morreram cantando enquanto um leão lhes devorava a perna. Hoje não existem leões como estes, mas ainda há cristãos que morrem cantando nos países do Médio Oriente, em África ajudando a enfrentar o Ébola. São os leões de hoje, são diferentes, mas ainda existem leões.
Não podemos esperar que todos tenham esse compromisso sublime com aquilo que acreditam, mas para estar no Reino de Deus existem muitos caminhos. Cada um de nós pode descobrir em que nível você está, em que degrau da sua fé você está? Todos podem ser testemunhas daquilo em que acreditam.
Se um cristão vive como cristão, a sua luz ilumina a todos, mesmo aqueles que não conhecem a gramática para falar com Deus.
Ajudar, participar, ser, é falar de Deus com eles, sem dizer uma palavra. Viver fazendo o bem é uma forma de preencher a alma. Não há nada tão pesado quanto um corpo com a alma vazia.
O que Jesus lhes disse quando lhes explicou que o Reino de Deus já havia chegado? O Reino de Deus é tudo que você faz pelos outros. Por isso lhes disse que o Reino já havia chegado. Todos poderiam fazer parte do Reino.
Como o mundo mudaria se apenas uma parte dos quase dois bilhões de crentes estivesse disposta a estar no Reino de Deus!
Devemos imitar o Papa Francisco na sua humildade e simplicidade e regressar às fontes do nascimento do Cristianismo: devemos enfiar o nariz no Reino de Deus, devemos querer estar lá. Como? Olhando ao seu redor. Não é necessário ir longe. Seu bairro também precisa de você.
É um bom negócio prestar atenção ao que precisa de ajuda:
A última pesquisa da Universidade de Harvard mostra que a melhor e única maneira de obter felicidade é buscar a felicidade dos outros, em vez da sua própria.
Os românticos estavam errados sobre quase tudo. Seu instinto de buscar inspiração para todas as coisas importantes na solidão, em vez de buscar a inovação resultante do contato com outras pessoas, foi um erro.
(Eduardo Punset, autor de “Viagem ao Amor”)
E o bom desta atitude continua: Para ser feliz não há nada melhor do que ajudar os outros, diz-nos Javier Iriondo, antigo jogador de basebol basco que, das cinzas da sua existência, renasceu para a vida. .
Sua vida está cheia de tristeza? Siga o conselho de Iriondo.
A sua atitude enquadra-se perfeitamente naquelas palavras do Pobre de Assis:
é dando que se recebe.
Certamente você encontrará alguma dor para aliviar, alguma situação que possa ajudar a moderar, um conselho para dar, um apoio para oferecer, uma presença que o confortará. O Reino de Deus é tão amplo e abrangente que todos têm um lugar. Cada um deve descobrir como, com quem, quando e onde.
E se você quiser simplificar e não quiser olhar ao seu redor, basta dizer ao Senhor, você simplesmente ousará dizer “sim” e o próprio Deus colocará onde e com quem bem debaixo do seu nariz.
Deus não ordena coisas impossíveis, mas ao ordenar o que ordena, ele te convida a fazer o que puder, a pedir o que quiser, e ele te ajudará para que você possa. (Santo Agostinho)
E quando isso acontece e sempre acontece, pense que se Deus coloca na sua frente você pode e que onde você não chega, Deus sempre acaba consertando do seu jeito, é para isso que Deus serve .
E não me diga um dos muitos “mas” frequentes que muitos crentes usam: mas não presto, mas nunca fiz, mas não sei, mas não tenho tempo, mas ganhei’ não ser capaz. O mundo está cheio de cristãos “mas”, as virtudes de qualquer pessoa geralmente surgem da sua própria essência. É evidente que a passagem do tempo e a assimilação das experiências são o que marca ainda mais o modo de ser.
É o que poderíamos chamar de abordagem da maturidade. A construção máxima do nosso modo de ser acaba sendo a evolução da essência através de novas experiências. É a soma do conhecimento interno com o aprendizado externo que acaba sendo internalizado em nós.
Portanto, parece evidente que é muito importante saber de fora o que merece ser o centro das atenções em nossas vidas, porque refletir sobre isso acaba enriquecendo a essência.
E aí certamente estão as decisões mais cruciais de cada um de nós, porque teremos optado por incorporá-las ao nosso modo de ser.
Se acabarmos por optar pela desconfiança, pela calúnia e pela negatividade, acabamos por nos distanciar de todo o potencial de bem que existe em cada pessoa. Por outro lado, se alguém consegue conviver com suas experiências positivas, acaba se tornando sábio. (Joan Galobart)
Quando alguém se aproxima da maturidade espiritual é quando, a partir da essência de cada um, ele está maduro para entrar e compreender o Reino de Deus.
Maturidade é a arte de viver em paz com o que é impossível de mudar.
Quando envelhecemos, a beleza se torna uma qualidade interior. (Ralph W. Emerson)
Para o leigo, a velhice é inverno. Para os sábios é a época da colheita, que se distribui através de palavras e atitudes de vida.
É quando a compreensão ocupa o primeiro lugar no seu ser.
Ele não é um homem velho. Ele pode ter anos em seus ossos, mas é um homem jovem e velho.
Neste ponto da reflexão, que o meu irmão de fé e amigo Miguel me sugeriu fazer, talvez mais do que se pense, este escritor sempre foi assim? Não, Salvador não era assim, não pensava assim. O que aconteceu então?
Há um ditado que diz: “Não há mal que não venha junto com o bem.”
Quão sábios são os provérbios, quanta sabedoria há neles!
No meio da minha vida, o câncer quase me tirou deste mundo. Aqueles meses, talvez um ano de vida que o médico me deu, transformaram-se em mais de 40 anos de poder contá-lo.
Eu estaria mentindo se dissesse que experimentei a morte de perto. Não, eu nunca a tive por perto. Eu sabia que poderia receber sua visita, mas nunca senti sua proximidade.
Todas as manhãs eu raspava meu rosto magro e uma frase que já tinha ouvido muitas vezes, mas nunca tinha ouvido, nunca tinha prestado atenção, começou a ressoar em meu rosto: “buscai o Reino de Deus; O resto lhe será acrescentado”
Um dia decidi que não queria morrer sem saber se a frase era verdadeira. Peguei minha agenda de trabalho e dividi com uma linha. A parte superior seria a prioridade na minha vida, ou seja, o Reino de Deus. A parte inferior é meu trabalho diário para continuar comendo neste mundo.
E o que aconteceu? Aconteceu que ambas as partes foram preenchidas igualmente. Eu nem precisei me preocupar em procurar. Eu só tinha que dizer sim ao que estava sendo apresentado. As coisas que experimentei! Que grande aventura é ter Deus como parceiro! Claro, você tem que ousar. Eles nem sempre estavam confortáveis. Nem sempre foi fácil montá-los.
As diversas situações que se vive! Graças a eles sempre se acaba crescendo na crença.
Acredito que se agirmos fazendo o bem, poderemos ficar na lista de espera se o Céu existir. E se não existir, teremos tido o nosso próprio Céu aqui na Terra. (Felipe Cubillos)
Ouse fazer parte do Reino de Deus! Claro, lembre-se de que o seu primeiro outro é aquele que dorme com você.
Salvador Casadevall