No final do Séc. III, surgiram os eremitas. Eram grupos de cristãos que viviam nas montanhas, a fim de buscar com mais empenho o seguimento de Jesus. Viviam em total desapego dos bens da terra. Eles construíam as suas cabanas individuais em círculo, onde cada um vivia em total silêncio, lendo a Palavra de Deus, rezando, fazendo penitências e também trabalhando. No meio do círculo ficava a capela, onde eles se reuniam várias vezes no dia para a oração comunitária.
Em uma montanha havia um ermitério. Um dia, um garoto que morava perto apanhou no seu quintal uma maçã bem madurinha e cheirosa, e a levou para os monges. Ao chegar, bateu na porta da primeira cabana. Apareceu o monge. O menino deu-lhe a maçã e foi embora.
Aquele monge estava com fome e sentiu uma grande vontade de comer aquela maçã. Mas pensou no colega ao lado. Foi lá, bateu à porta dele e lhe deu a maçã, sem dizer nada, pois era hora de silêncio.
Este também pensou no seu colega ao lado. Foi até ele e lhe deu a maçã, em silêncio. Este, por sua vez, pensou a mesma coisa e a deu para o vizinho seguinte. Assim, a maçã foi dando a volta no ermitério, até que chegou novamente ao que a havia ganhado do menino.
Este monge ficou emocionado. Na hora da oração, mostrou para todos a maçã, como prova de que entre eles havia caridade.
Esses eremitas queriam, através do amor, continuar a presença de Cristo no mundo.