O ato de ajoelhar para rezar, portanto, é um gesto de adoração e penitência que pede uma certa humildade.
Assim, rezar de joelhos: o corpo em súplica e o coração abandonado. Portanto, este gesto de oração, muito apropriado para o tempo da Quaresma, expressa a submissão a Deus, a obediência à sua vontade, a adoração, a humildade e a penitência. Afinal, é a atitude de fé por excelência.
Charles de Foucauld, religioso católico, eremita e linguista beatificado em 2005, ajoelhava-se antes de se confessar e reencontrar a fé. Quantas meditações são escritas após a adoração de joelhos ao Santíssimo Sacramento?
Ajoelhar para rezar: Um gesto de humildade
Rezar de joelhos, como todo gesto corporal, não é algo neutro. É um gesto de adoração e de penitência que requer uma certa humildade. A humildade é a atitude fundamental na oração, em que aceitamos nossa condição de criaturas abaixo de Deus e esperamos por Ele.
Desta forma, nos tornamos mais livres, porque estamos na finitude humana. Assim sendo, reconhecemos que Deus é tudo para nós e somos nada sem seu amor misericordioso.. Ao se ajoelhar para rezar, estar perto do chão, favorece esta atitude de humildade (humus) e de interioridade tão especiais para a adoração.
Adorar, proskynein em grego, evoca o gesto de ajoelhar-se e prostrar-se. Ajoelhar para rezar diante de Deus é reconhecer humildemente que esperamos tudo dele. É a oração perfeita do profeta Daniel: “Continuou ajoelhando-se três vezes ao dia, orando e dando graças diante de seu Deus” (Dn 6,11).
Jacques Gautier