O que significa ouvir?

Ouvir significa engajar-se ativamente na compreensão do que a pessoa deseja comunicar, é, portanto, amar o outro.
Material para catequese
Material para catequese

Ouça, que grande necessidade em nosso mundo hoje! Os homens sentem a necessidade de serem ouvidos com atenção, com compreensão, sem pressa, com simpatia, com ternura; eles estão procurando alguém que mostre interesse humano por sua pessoa. A escuta, o que significa ouvir com o coração, é uma atitude que se inscreve no âmbito da caridade cristã, como uma das suas mais belas manifestações.

Na direção espiritual é uma das funções mais frutíferas. A forma como sabemos acolher e ouvir o nosso líder no primeiro encontro pode depender do tipo de abertura espiritual que ele adote, mais profunda e confiante ou mais periférica e cautelosa.

O que significa ouvir? Aspectos psicológicos e espirituais.

Ouvir significa:

  • Favorecer a abertura.
  • Deixar falar.
  • Prestar atenção sincera à pessoa e ao que ela pode expressar.
  • Engajar-se ativamente na compreensão do que a pessoa deseja comunicar.
  • Participar com interesse daquilo que a pessoa busca compartilhar sobre si mesma.
  • Escutar juntos Deus dentro de nós e compreender os caminhos que Ele indica.
  • Reconhecer que cada um tem uma personalidade única e irrepetível e maravilhar-se com o chamado pessoal de Deus.
  • Deixar de lado o próprio mundo experiencial para mergulhar no mundo do outro.
  • Colocar-se à disposição do outro, abandonando os próprios problemas, preocupações, interesses, julgamentos.
  • Ser eu mesmo dependendo do outro.
  • Ter fé no outro.
  • A escuta é uma atenção solícita de todo o nosso ser ao ser do outro em toda a sua beleza e pecado, luta e mistério, alegrias e sofrimentos.
  • Ouvir é, portanto, amar o outro.

Os vários significados mostrados permitem ver que só a pessoa humana tem a capacidade de ouvir. A escuta, no aspecto psicológico, pertence ao campo do pessoal; não ouvimos “algo”, mas “alguém”. Podemos ouvir ruídos, vozes, sons…, mas ouvimos as pessoas. A escuta denota comunhão entre as pessoas, e pode ser tão pessoal que nem precisa de palavras. É como uma espécie de empatia.

Para ser um bom conselheiro espiritual é necessário desenvolver a capacidade de escuta nas suas várias dimensões: Escutar a si próprio, aos outros e a Deus.

A capacidade de escutar

A capacidade de escuta de nós mesmos está intimamente relacionada com a maturidade humana tão necessária no conselheiro. Um conselheiro espiritual imaturo viverá focado em si mesmo, preocupado com seus sucessos ou fracassos, e deixará pouco espaço para a escuta do outro e do Espírito Santo. 

Ouvir a si mesmo, portanto, significa conhecer a si mesmo. Além disso, é experimentar o mistério do que realmente se é. Dessa forma, ter consciência do que favorece e auxilia na saúde física, mental, emocional e espiritual é essencial. Além do mais, isso significa também facilitar o desenvolvimento do nosso potencial criativo, dos nossos talentos e dons. Em outras palavras, supõe um certo domínio de nossos estados de espírito, de nossos pensamentos, desejos, sentimentos, aspirações e motivações. Por fim, ele nos confronta com nossa fraqueza e pecado.

Quando nos tornamos capazes de nos escutar, a abertura ao outro torna-se possível, sua compreensão, sua aceitação. Isso nos permitirá pavimentar o caminho, removendo de nós o que pode impedir sua abertura e favorecendo o que o ajuda. Por exemplo, se eu, conselheiro, tenho um temperamento nervoso e me conheço, saberei que nos dias dos Exercícios Espirituais não me adiantará calar-me e atender a direção espiritual por horas. sem fim, porque com certeza ficarei muito mais impaciente com os últimos que tenho em minha lista. 

Tentarei fazer um intervalo suficiente para poder descansar realizando outra atividade, ou verei a conveniência de atender a algumas de minhas caminhadas dirigidas pelos jardins. Tenho um temperamento nervoso e fui me conhecendo, saberei que nos dias dos Exercícios Espirituais, não adiantará me calar e atender a direção espiritual por horas sem fim, porque com certeza ficarei muito mais impaciente com os últimos da minha lista.

A Escuta do Espírito Santo

Portanto, tentarei fazer um intervalo suficiente para poder descansar realizando outra atividade, ou verei a conveniência de atender a algumas de minhas caminhadas dirigidas pelos jardins. Tenho um temperamento nervoso e fui me conhecendo, saberei que nos dias dos Exercícios Espirituais, não adiantará me calar e atender a direção espiritual por horas sem fim, porque com certeza ficarei muito mais impaciente com os últimos da minha lista. Portanto, tentarei fazer um intervalo suficiente para poder descansar realizando outra atividade, ou verei a conveniência de atender a algumas de minhas caminhadas dirigidas pelos jardins.

– O relacionamento entre duas pessoas é feito de forma mais real e efetiva quando ambos escutam. A sua fala é fruto da escuta mútua e, por sua vez, convida a uma escuta mais profunda.

– Porém, a escuta na direção espiritual transcende o psicológico; adquire uma dimensão espiritual e religiosa, referindo-se à atitude do coração que reflete a espera de Alguém. Deve ser a posição fundamental do conselheiro e da pessoa dirigida diante de Deus. Não basta que os dois se escutem, juntos devem escutar o Espírito Santo e captar os caminhos que ele mostra para o dirigido.

Assim, pouco a pouco, eles descobrirão a influência divina dentro da alma que se manifesta em seus pensamentos, sentimentos, desejos, aspirações, comportamentos e reações. Pois a direção espiritual dirigida brota da escuta de Deus em seu próprio coração, e também da escuta de Deus no conselheiro e por meio dele. O conselheiro oferecerá orientações, mas apenas como consequência de ter escutado a Deus no e pelo dirigido. 

Princípios fundamentais

Daqui emergem alguns princípios fundamentais:

O conselheiro deve estar convencido de que Deus é o único Conselheiro de todos e cada um do povo. Só Deus pode santificar, porque só n’Ele está a fonte de toda a santidade. Só alcançaremos a santidade na medida em que nos unirmos e participarmos de Deus, e ninguém pode atingir o grau mínimo de santidade sem Deus.

Devemos, portanto, fazer uma aliança com o Espírito Santificador, que pulsa em todo o mundo, em toda a Igreja e em todos os corações que lhe querem dar lugar. Além disso, trabalhamos realmente acompanhados por esta força misteriosa, santificadora e vivificante. Essa força é, em essência, a aliança e a união com o Espírito Santo, que habita no coração pela graça. Não há melhor Parceiro ou melhor Amigo.

O caminho que a pessoa tenta descobrir já existe dentro dela. “Antes de formá-lo no ventre, eu já o conhecia, e antes de você nascer, eu o consagrei: fiz de você um profeta.” (Jr. 1, 5).

Nosso objetivo da direção será prestar ajuda aos encaminhados para que aprendam a ouvir a Deus. Aconselhe-os, instrua-os, encoraje-os, corrija-os, apoie-os para que se tornem capazes de responder às suas inspirações.