Começo com o seguinte questionamento para refletirmos sobre como dar o perdão: “Existe alguém preso dentro de você? Existe alguém que você algemou e deixou cativo? Já fez do seu coração um cemitério?”. Pois bem, todos nós, em algumas situações, já fomos confrontados com a palavra perdão, mas, muitas vezes, ou melhor, na maioria das vezes, chegou num contexto em que eu me considerava “justa”, ” possuidora da razão” e vítima, pois eu que fui ofendida e magoada!
Como perdoar quando nosso coração foi tão ferido e magoado? Como “liberar” alguém que causou tantos estragos dentro de nós? E como “soltar” alguém se a atitude, gesto ou palavra dele não deixou mais meu coração como antes? Então, como ser capaz de perdoar?
Na Sua palavra, Jesus diz: “à medida com que usardes para medir sereis medidos”; e Ele ainda diz: “amai os vossos inimigos”. Que tarefa tão árdua essa que Jesus nos pede. Que gesto tão louco para o qual Ele nos chama?
O perdão está ao alcance de todos
Só entra pelo caminho do perdão quem um dia errou, falhou e soube ser perdoado: só faz esse caminho quem sabe o que é ser perdoado. Muitas vezes, nos colocamos na posição de juízes e, por vezes, mergulhados em nossas feridas e traumas, o perdão se torna algo longínquo e inalcançável.
O primeiro passo para perdoar é reconhecer-se falho; reconhecer-se necessitado de misericórdia e de perdão. Normalmente, os orgulhosos não conseguem abrir os corações deles para o perdão, pois estão fechados em si mesmos e olhando somente seu umbigo, porque pensam que tudo que fazem é bom e certo. Então, o primeiro passo é a humildade.
Depois de ter reconhecido que também erro, também falho e também machuco, eu preciso olhar de frente quem me machucou, ou seja, tirar tudo que ele fez, as feridas que abriu no meu coração e, com maturidade, olhar os estragos que ficaram dentro de mim. Talvez, você não consiga mais ser o mesmo depois dessa ferida causada; pode ser que você pense que o perdão é inútil, mas Jesus nos ensinou o caminho… Coragem!
Seja humilde e Liberte!
O segundo passo é, então, liberar; é falar para si mesmo a verdade. É ser verdadeiro consigo e reconhecer que chega um momento em que é preciso virar a página e abrir a janela para que possa entrar o novo. Aí chega a hora em que abro as algemas e solto quem estava cativo dentro de mim! O perdão é, antes de tudo, uma decisão: eu preciso querer ir no cativeiro, olhar quem me feriu e dizer-lhe: “Você pode ir; eu te perdoo”. O perdão liberta e solta não só quem errou como também quem deu o perdão.
A alma que não perdoa fica pesada, triste e enxerga a vida preto e branco. Perdoar não é instantâneo ou feito com o toque de mágica; o perdão é uma atitude que se atualiza, pois, constantemente, precisamos estar perdoando a alguém e precisamos abrir as algemas para deixar livre quem nos machucou.
Existe alguém em quem você pensou enquanto lia? E você já pensou que, talvez, exista alguém que pensou em você? Ninguém é tão bom que não tenha que ser perdoado. Então, perdoe, libere e solte. Peça perdão. Libere… Solte! Tenha a coragem de percorrer este caminho exigente mas tão libertador que é o caminho do perdão. Imite a Jesus! Peça a graça d’Ele e você conseguirá caminhar.
Brigite Cortez
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