Era uma vez o amor. Ele morava numa casa assoalhada de estrelas. Não havia luz, porque a luz é o próprio amor.
Um dia, ele quis uma casa mais bonita para si. E fez a terra. Na terra, fez a carne. E, na carne, soprou a vida, criando o homem.
Dentro do peito do homem construiu sua casa. Pequenina, mas palpitante, irrequieta, insatisfeita como o próprio amor. E o amor foi morar no coração do homem.
Mas o homem ficou com inveja do amor e o expulsou de dentro de si. Ele queria só para si a felicidade do amor.
E o homem começou a encher seu coração com todos os amores da terra. Buscou prazeres, riquezas, honras… Entretanto, ainda continuava vazio. Triste, ele derramava suor para ganhar o pão, pois sempre tinha fome.
Inconformado, o amor vestiu-se de carne, e veio morar junto com o homem. Mas o homem não o reconheceu, e o pregou numa cruz.
E continuou a derramar o suor, para ganhar comida. O amor, então, teve uma ideia: Vestiu-se de comida. Disfarçou-se em pão, e ficou quietinho. Quando o homem, faminto, ingeriu a Comida, o amor voltou à sua casa. E o coração do homem encheu-se de felicidade.
É um resumo da história da salvação. De fato, a razão de tudo é o amor de Deus por nós.
“De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Pe Queiróz