A vida humana existe, mas sustentada por um sentido e uma característica, que lhe são próprios e motivadores de sua existência. Mesmo diante das adversidades e dos sofrimentos, o ser humano tem capacidade para refugiar-se no domínio de liberdade e força interior para vencer na vida. É capaz de fazer escolhas pessoais benéficas e motivadoras de sua existência e prosseguimento na vida.
Está presente na essência de todas as pessoas humanas normais uma capacidade social e de relação fraterna. Por outro lado, todo tipo de isolamento pessoal e a solidão têm a triste marca da infecundidade, campo relevante para a crise de esperança. Nestas condições, o desempenho de uma missão, que engrandece e estimula a existência humana, fica sacrificada e sem frutos positivos.
Deus é fonte originária da vida, mas com objetivo marcado pela fecundidade e missão em toda a criação. Por isto, criou a família como um dos muitos meios de relacionamento e missão do homem e da mulher na construção do Reino da vida. Portanto, é missão de todas as pessoas cuidar responsavelmente da natureza, para dizer que são também sujeitas e preservadoras da criação.
No desempenho de uma missão, para o bem da vida, são muito comuns as crises, as dificuldades e empecilhos, como também confronto com os opositores, mas tudo isto é superado quando existe verdadeira fidelidade aos compromissos assumidos. Assim aconteceu na missão de Jesus Cristo, tendo até que enfrentar o caminho difícil de sofrimento, chegando ao extremo de morrer na cruz.
Numa realidade social interpretada como flutuante, gasosa e instável, os compromissos ficam muito vulneráveis e sem estabilidade duradoura. Isto afeta frontalmente as pessoas, as famílias e todas as instituições que compõem a sociedade. É fundamental não deixar transparecer rastro de impossibilidade e de irrealização dos objetivos, para dar sentido positivo à viabilidade da vida humana. No mês de outubro a Liturgia Católica trabalha sobre as missões. Neste ano o tema é: “Jesus Cristo é missão”. O lema: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). A Igreja usa um discurso motivador da ação missionária dos cristãos no mundo, onde o Reino de Deus deve ser construído, não se deixando levar pelas dificuldades e enfrentamentos do momento.