

Meus queridos irmãos,
Somos convidados nestes domingos seguintes ao Domingo da Páscoa a conviver com a primeira comunidade cristã. As primeiras leituras são uma seqüência de Leituras dos Atos dos Apóstolos e com o Evangelho de São João. As segundas leituras são tiradas das Cartas de Pedro. Assim, neste domingo, o tema da fé batismal, permeia toda a celebração. Os fiéis são “como crianças recém-nascidas” e reza-se por um mais profundo entendimento do mistério da ressurreição e do batismo. Neste tempo, não existe, necessariamente, uma estreita coerência temática entre as três leituras. Porém, todas elas nos fazem participar do espírito do mistério pascal.
Assim, na primeira leitura deste domingo(At 2,42-47), os Atos dos Apóstolos nos apresenta como deve ser a comunidade dos cristãos batizados, que deve ter como centro a comunhão fraterna, repartindo tudo em comum, a exemplo de Cristo. Comunhão que deve ser testemunho, vivência para os que não crêem. Logo depois da Páscoa os cristãos davam demonstração de como deveria ser a sua vida: um convite permanente para restabelecermos a pureza cristã das origens. Assim, com o Salmo Responsorial, podemos cantar as alegrais da criação e do Senhor: DAI GRAÇAS AO SENHOR, PORQUE ELE É BOM! ETERNA É A SUA MISERICÓRDIA!
Nestes
Significativo
Por
Estimados irmãos,
A Segunda Leitura, retirada de Pedro(cf. 1Pd 1,3-9), é uma espécie de homilia batismal. Na perspectiva de seu autor, a volta gloriosa do Senhor estava próxima; os cristãos deviam passar por um tempo de prova, como ouro na fornalha, para depois brilhar com Cristo na sua glória. Neste horizonte, a fé batismal se concebe como antecipação da plena revelação escatológica: é amar e crer naquele que ainda não vimos, o coração já repleto de alegria com vistas à salvação que se aproxima e que já é alcançada na medida em que a fé nos coloca em verdadeira união com Cristo.
A Carta de São Pedro é uma ação de graças, ao estilo das bênçãos judaicas. No entanto, apresenta, desde logo, os temas principais que, depois, vão ser desenvolvidos ao longo da carta. O autor lembra aos batizados que, pelo batismo, se identificaram com Cristo; e isso significa, desde logo, renascer para uma vida nova – de que a ressurreição de Cristo é modelo e sinal. Conscientes de que Deus oferece a salvação àqueles que se identificam com Jesus, os batizados vivem na alegria e na esperança: eles sabem que – aconteça o que acontecer – lhes está reservada a vida plena e definitiva. É verdade que a caminhada dos batizados pela história é uma experiência de sofrimento, de provações, de perseguições. Os sofrimentos, no entanto, são uma espécie de “prova”, durante a qual a fé dos batizados é purificada, decantada de interesses mesquinhos, fortalecida; e, nesse processo, o batizado vai sendo transformado pela ação do Espírito, até se identificar com Cristo e chegar à vida nova (para exemplificar o processo, o autor lembra que o próprio ouro tem de ser purificado pelo fogo, antes de aparecer em todo o seu esplendor).
De qualquer forma, o percurso existencial dos batizados – cumprido simultaneamente na alegria e na dor – é sempre uma caminhada animada pela esperança da salvação definitiva. O grande apelo do autor da primeira carta de Pedro é este: identifiquemo-nos com aquele a quem amamos sem o termos visto (Cristo) – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – a fim de chegarmos, com Ele, à ressurreição.
A Palavra de Deus é um chamamento para tomar consciência de que, pelo batismo, nos identificamos com Cristo. A nossa vida tem de ser, como a de Cristo, vivida na obediência ao Pai e na entrega aos homens nossos irmãos: é esse o caminho que conduz à ressurreição. A lógica do mundo nos diz que servir e dar a vida é um caminho de fracos e perdedores; a lógica de Deus diz-nos que a vida plena resulta do amor que se faz dom. A questão do sentido do sofrimento (sobretudo do sofrimento que atinge o justo) é tão antiga como o homem; as respostas que o homem foi encontrando para essa questão foram sempre parciais e insatisfatórias… A Segunda Leitura que hoje nos é proposta não esclarece definitivamente a questão, mas acrescenta mais uma achega: o sofrimento nos ajuda, muitas vezes, a crescer, a amadurecer, a despirmo-nos de orgulhos e auto-suficiências, a confiar mais em Deus. Somos convidados a tomar consciência de que o sofrimento pode ser, também, um caminho para ressuscitarmos como homens novos, para chegarmos à vida plena e definitiva.
Somos convidados a percorrer a nossa vida com esperança, olhando para além dos problemas e dificuldades que dia a dia nos fazem tropeçar e vendo, no horizonte, a salvação definitiva. Isto não significa alhearmo-nos da vida presente; mas significa enfrentar as contrariedades e os dramas de cada dia com a serenidade e a paz de quem confia em Deus e no seu amor.
Irmãos e Irmãs,
Estamos celebrando os 50 dias do mistério pascal. Este tempo é chamado de um grande domingo, ou seja, um grande Dia do Senhor. Assim, como na Eucaristia, tudo é iniciado com o Ato Penitencial, a liturgia de hoje é iniciada com a reconciliação e a pacificação. Jesus se encontra com seus apóstolos, que se tinham comportado covardemente durante a Paixão e Morte. Mas Jesus, manso e misericordioso, não se mostra decepcionado e nem os repreende. Jesus vem e deseja a PAZ. A PAZ ESTEJA CONVOSCO! (Cf. Jo 20, 19). Paz que é sinônimo de amor e de misericórdia! Paz que é sinônimo de perdão e de acolhida do diferente. Paz que tudo supera e que tudo ama! E Jesus dá aos seus discípulos o poder divino de perdoar os pecados, assim transmitindo a graça de Deus e a santificação do povo de Deus. O próprio Cristo dá este poder aos seus apóstolos: “A quem perdoardes os pecados, eles lhe serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhe serão retidos”.
O cenário deste acontecimento foi no oitavo dia após a Páscoa. Tomé, duvidoso e incrédulo, embora zeloso apóstolo de Jesus, representa muitos cristãos que, distanciados da Páscoa no tempo, devem viver perto dela pela fé e fazer da Ressurreição o fundamento de sua vida. Tudo isso para que nós e todo o povo, de ontem, de hoje e de sempre, sejamos testemunhas autênticas do Senhor Ressuscitado, para que “creais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais a vida em seu nome”(Cf. Jo 20,31).
Crer em Deus, o Deus da vida, que irrompeu a morte e nos deu a possibilidade de sermos elevados à condição de filhos e filhas de Deus.
Estimados Irmãos,
Oh dúvida providencial a de Tomé. E não foi só Tomé que demorou a acreditar na Ressurreição. A dúvida de Tomé é positiva. É sempre parte do caminho andado na procura da verdade. Por isso mesmo, Jesus não repreendeu Tomé. Ajudou-o a superar a dúvida e o levou a uma perfeita profissão de fé: “Meu Senhor e Meu Deus!” (Cf. Jo 20, 28). Esses dois títulos juntos, de Senhor e Deus meu, na antiga aliança era designação de JAVÉ, O NOSSO DEUS! Tomé não só passou a acreditar que Jesus ressuscitara, porque aí estava e ele podia por o dedo nas chagas, mas também viu nele o Cristo de Deus. A Palavra SENHOR, para designar Jesus, só aparece depois da Ressurreição nos Escritos Sagrados. Assim somos convidados a ver, com Tomé, com novos olhos e um novo jeito o Senhor, ouvindo a sua voz e tendo a sua presença em nosso meio pela fé que celebramos, fé eucarística, porque o SENHOR ESTEJA CONVOSCO, ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS!
Amigos e amigas,
O poder das chaves que é confiado por Cristo aos discípulos é o poder de morte e de vida, de ressurreição e de condenação eterna. Jesus reparte hoje com seus seguidores o poder de santificar, de salvar, o poder de arrancar alguém do pecado e da morte eterna. Isso porque a criatura humana sozinha é incapaz de salvar-se e de salvar quem quer que seja. Mas na forca do Espírito Santo, dado por Cristo ressuscitado, prolongamos o poder redentor de Jesus na história humana. Jesus dá aos seus discípulos os meios de serem suas testemunhas, isto é, de afirmarem sua divindade e a sua missão, repartindo o perdão, a benção, a graça. Ligado a esse poder está o envio por partes de Cristo. Ele foi enviado pelo Pai e por sua vez está enviando a nós para a missão, para a evangelização.
Envio que é comunidade. Envio que é convivência. Envio que benção. Envio que é partilha. Envio que é santidade. Envido que é perdão. Envio que é amor pleno. Como o Pai enviou Jesus hoje é Ele que nos envia para a missão.
E Jesus nos envia com o seu espírito de conciliação, de misericórdia, de caridade, de aceitar o diferente, de sempre perdoar os “tomés” que surgirem no nosso horizonte.
Aí está, queridos amigos, o Jesus humilde que reparte tudo conosco, até os seus poderes. Isso porque somente quem é humilde sabe repartir. Porque só o humilde acolhe e tem misericórdia. Jesus perdoa a traição de seus apóstolos nos ensinando que essa deve ser a nossa atitude, o perdão sempre.
Caros irmãos,
A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos.A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos verdadeiramente a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas e egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. No segundo Domingo da Páscoa, a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia. São João Paulo II soube valorizar a experiência mística de Santa Faustina Kowalska. Aliás, a Igreja tem sempre a graça de contar com pessoas que se deixam enamorar-se pela grandeza do amor de Deus, para anunciá-lo aos outros. Continua muito válido recorrer aos místicos, cuja percepção dos mistérios vai além dos pobres raciocínios humanos.
Estimados Irmãos,
Jesus é o grande sinal de Deus entre os homens. Por isso a fé da comunidade apostólica é a nossa. Através da comunidade apostólica, da primeira leitura, nós somos partícipes da fé, antecipação da comunhão eterna com Cristo e nossa salvação. Por isso, este domingo, antigamente chamado de domingo “in albis”, no tempo em que os batizados da noite pascal depunham as vestes brancas do batismo, encerrando a oitava da Páscoa nos convida a todos para que sejamos testemunhas do Ressuscitado renovando o nosso compromisso de batizados, crismados e de homens e mulheres que buscam na Eucaristia o alimento que dá combustível a nossa fé, fé apostólica, fé nossa de cada dia, porque a Páscoa não é só hoje, a páscoa é todo dia e se eu levar o Cristo em minha vida tudo será um eterno aleluia! Amém! Aleluia!
Homilia por: Padre Wagner Augusto Portugal
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