Havia, certa vez, nos primeiros séculos da Igreja, um mosteiro masculino em cima de uma colina. Eram monges pobres, mas tinham lá uma obra de valor altíssimo. Um livro, escrito em pergaminho. Eram três rolos. O único exemplar daquela obra no mundo.
Pessoas de longe iam ao mosteiro para ver o livro, e deixavam ofertas para os pobres monges. Com isso, eles viviam.
Um dia, um ladrão entrou no mosteiro, pegou dois daqueles rolos e foi-se embora. Os monges avisaram o abade. Este pegou o rolo que ficou e saiu correndo atrás do ladrão. Quando o encontrou, explicou-lhe: “Filho, você está levando uma obra de altíssimo valor. Mas sem este volume aqui, esses dois aí perdem o valor. Ou você me dá esses rolos, ou leva também este aqui”.O ladrão disse: “Eu peguei porque estou precisando de dinheiro”. “Eu dou dinheiro para você”, disse o abade. “Mas se você quiser levar os três volumes, estamos em paz.” O ladrão preferiu o dinheiro e continuou o seu caminho.
Dias depois, o ladrão voltou ao mosteiro, quis falar com o abade e pediu para ser monge. Ele disse ao abade: “Eu nunca encontrei alguém que me compreendesse e que dissesse para mim: “Estamos em paz”