Não basta falar em Semana Santa: É preciso ser santo (Lc 19,2). Mais semelhante a Jesus Cristo.
Domingo da Paixão, ou seja, Domingo de Ramos:(Lc 19.28 – 40)
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém. Jesus mais vezes, durante a vida se dirigiu a Jerusalém. A final é a cidade dos profetas de Davi – do templo. Mas desta vez a ida era diferente. Era a última. Certamente trazia para Jesus belas recordações, mas sendo a definitiva, sabendo, que ali o esperavam traições, sofrimento, a cruz e a falsidade dos fariseus, doutores da lei e dos sumos sacerdotes, seu coração sagrado se comoveu sentiu amargor, tristeza mortal: Getsemani, o calvário e a cruz se aproximavam. Jesus então chorou.
Talvez até num olhar longe mirante viu num relance o panorama de todas as revoltas contra seu Pai, a fome, guerras e a morte de tantas crianças, de tantos abortos, de tanta falta de amor de fraternidade, Jesus se entristeceu. Olhando para o templo, do qual não ficaria pedra sobre pedra: Chorou.
Mesmo sendo aclamado pelo povo mais simples que o ovacionava gritando: Hosana ao Filho de Davi e estendendo seus mantos no chão, para que Ele pudesse passar, já entrevia o Calvário, então lhe vieram as lágrimas (Lc. 19, 41-42). Disse então óh Jerusalém, se ao menos tu hoje reconhecesse quem te pode trazer a paz: mas agora é tarde. Os que maquinaram contra mim e o projeto amoroso do reinado do Pai, já acionaram o projeto da minha morte: É tarde demais Jerusalém. Apenas a euforia dos anavim pobres de Javé cantando e mostrando seu amor e alegria adicional à sua tristeza um certo conforto.
Chegado ao templo e vendo o que estavam realizando nele, tomado de zelo profético, expulsou os vendedores de cordeiros e outros animais, para o sacrifício, dizendo: Minha casa é casa de oração (Lc. 19. 45-46) mas vos fizestes dela um covil de ladrões. Recordo, neste instante que os sinóticos apresentam, este acontecimento no fim da vida de Jesus e que João o apresenta no início de seu Evangelho. (Jo 2,13-22). Porque isso? Houve outra purificação do templo? Não sabemos, mas podemos deduzir, que João quis mostrar, que para mudar a mentalidade mercantilista da religião é preciso começar pelo templo. Jesus sendo o grande profeta da renovação da vida religiosa o fez.
Pergunto: se hoje Ele entrasse nos templos das diversas denominações religiosas, não seria muito oportuno, mesmo tendo certamente mais trabalho?… Emblematicamente a vida apresentam nestes dias o zelo ardoroso pelo dízimo, de certos apóstolos da capital e somente de lá?… Respondei-me vós.
Irmãos e irmãs católicos. Meditando os textos bíblicos, vemos que há não pouca necessidade e urgência de conversão.
É preciso ser honesto. Jesus com sua encarnação, evangelização quis mais do que simplesmente sua bondade e o amor de seu Pai. Quis mexer com a vida dos irmãos seus, que somos todos nós. Quis mudança, conversão e reconciliação nossa hoje. De fato, é necessário voltar a Jesus, ao Evangelho. É preciso que aconteça a nossa conversão. Há problema por toda a parte: no Brasil, na Ucrânia, na Rússia e em todas as outas nações.
A mídia o recorda e nós o sentimos. Como será nosso futuro? Perguntar não ofende e ser mais feliz certamente desejo nosso e necessidade do mundo atual.
Peçamos então a Jesus que não entre apenas me Jerusalém, mas em nossas capitais, em nossas famílias e em nossa sociedade.
Não basta falar em Semana Santa: É preciso ser santo (Lc 19,2). Mais semelhante a Jesus Cristo.
+ Dom Carmo João Rhoden – SCJ
Bispo Emérito de TaubatéPresidente da Pró Saúde.