Quando olhamos para as palavras proferidas por Jesus, vemos que elas são fundamentais para todas aquelas pessoas que enfrentam diversos tipos de sofrimentos na vida. Jesus disse: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Muitos fardos são impostos sobre as pessoas, e de formas muito desonestas, impedindo a qualidade de seu viver.
Olhando para as realidades do mundo todo, vemos as marcas violentas das práticas de injustiça, provocando sofrimento às pessoas. É até incontável o grande número dos empobrecidos e sofredores, em todos os lugares. Aí está o motivo pelo qual sofrem as consequências, realizando as grandes migrações. As pessoas estão sempre em busca de vida digna e melhor, sem fardos pesados.
Existe uma falta de sabedoria e de uma vontade realmente sincera para construir um mundo e uma sociedade melhores, e sabemos que isso é possível. A verdadeira sabedoria tem uma dimensão divina, e está voltada para a felicidade de todas as pessoas, mas o próprio homem a canaliza para objetivos contrários aos planos de Deus. Acabam criando fardos e sofrimento para o povo.
No Brasil, essa prática é muito comum. Poderíamos ter pobres com dignidade. O próprio Jesus, na sua palavra, disse: “pobres sempre tereis” (Jo 12,8). Ele não falou de empobrecidos, marginalizados, miseráveis e fragilizados diante da carga negativa que carregam. Pela riqueza e as possibilidades que o país tem, essa realidade não poderia estar acontecendo no volume que acontece.
O sistema político brasileiro tem sido um verdadeiro palco de desonestidade, tornando-se a fonte número um das desigualdades sociais. Tudo é direcionado para favorecer a quem já vive numa vida de grande conforto e de acúmulo. Revela a realidade de um país que não é capaz de partilhar, nem de colocar o acúmulo com função social. Grande parte dos políticos coloca peso sobre a população.
A prática, insistentemente pedida por Jesus nos Evangelhos, é outra. Isto aparece de forma clara na frase que Ele mesmo disse: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (cf. Mc 12,17). Isso significa dar aos pobres aquilo que é dos pobres, colocando os bens adquiridos e acumulados a serviço de uma cultura mais humana, justa e descentralizada.