O único pecado sem perdão é o pecado contra o Espírito Santo. E em que consiste esse pecado? Consiste em fechar a mente e o coração à ação do Espírito Santo (cf. Lc 12, 10). E não é possível receber perdão, pois quando alguém não permite ser guiado pelo Espírito Santo, não consegue se arrepender, e sem arrependimento não há possibilidade de perdão. Na verdade, o pecado sem perdão contra o Espírito Santo é recusar a graça de Deus e persistir na rejeição até o momento da morte.
O arrependimento ou contrição
O arrependimento ou contrição é uma parte fundamental do processo de receber o perdão de Deus, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica. A contrição é definida como um profundo remorso pelos pecados cometidos, acompanhado por um desejo sincero de se arrepender e mudar de vida. É um reconhecimento da própria responsabilidade pelos atos cometidos e um compromisso de buscar a reconciliação com Deus.
Essa definição destaca a importância do arrependimento genuíno e da disposição para mudar o comportamento como condições essenciais para receber o perdão divino. A contrição não se limita apenas ao sentimento de tristeza pelo pecado, mas também inclui a determinação de emendar-se e seguir um caminho de retidão.
Portanto, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a contrição é um elemento crucial na busca pelo perdão de Deus, pois demonstra um coração verdadeiramente arrependido e aberto à graça divina.
A contrição perfeita
Existe a “contrição perfeita”, que é um dom do Espírito Santo e consiste em escolher Deus e rejeitar o pecado, porque preferimos Deus mais do que qualquer outra coisa. A “contrição perfeita” brota do amor a Deus acima de todas as coisas. Esse tipo de arrependimento perdoa as faltas veniais e também obtém o perdão dos pecados mortais, desde que tenhamos a firme resolução de confessar esses pecados graves no Sacramento da Confissão o mais rapidamente possível. (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1452)
A contrição imperfeita
Há também a “contrição imperfeita” ou “atrito”, que também é um impulso do Espírito Santo, pelo qual nos arrependemos dos nossos pecados por medo da condenação eterna ou porque podemos apreciar a feiúra do mesmo pecado. Esse tipo de arrependimento, embora imperfeito, é suficiente para obter o perdão dos pecados mortais ou veniais no Sacramento da Confissão.(cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1453)
Quanto ao perdão do suicídio, o Catecismo da Igreja afirma: ‘Não se deve desesperar pela salvação eterna das pessoas que se mataram’. Deus pode ter proporcionado a eles, de maneiras que só Ele conhece, a ocasião para o arrependimento salvífico. “A Igreja reza pelas pessoas que cometeram atentados contra a sua vida”. (Catecismo da Igreja Católica #2283)
Deus é o dono de cada vida humana.
Somente Deus é o dono de cada vida humana. Não podemos dispor da nossa vida e da dos outros de acordo com os nossos desejos e critérios. O mandamento “Não matar” aplica-se à morte de si mesmo e à morte de outros, incluindo bebes que ainda estão no ventre da mãe e desde o primeiro momento da sua concepção, portanto o aborto, em qualquer momento da gravidez, também é um pecado grave. Além disso, outro pecado contra a vida é a eutanásia ou morte por misericórdia, que consiste em acabar com a vida de um doente terminal. Ninguém tem o direito, nem o paciente nem os médicos, de decidir o momento da morte. Assim sendo, o chamado “suicídio assistido” é também um pecado grave em que também comete quem colabora na suspensão de uma vida humana.
Pecado sem perdão e o Amor de Deus no perdão
Ora, por mais graves que sejam os pecados contra a vida, todos são perdoados por Deus se cumprirem o devido arrependimento e, para os católicos, por meio da Confissão.