Emojis reinam em nossas conversas

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Material para catequese
Material para catequese

Expressar nossos sentimentos muitas vezes pode se tornar uma verdadeira tortura. Contar o que sentimos para outra pessoa pode ser difícil, mas a tecnologia fez seus truques para “facilitar” o processo e hoje com o coração podemos dizer a alguém que o amamos, com um rosto feliz podemos expressar a emoção e com raiva nossa raiva. Mas até que ponto isso é verdade?

Além da grande variedade de emojis que temos para escolher nosso humor, eles expressam o que realmente sentimos? Nosso coração dispara quando o menino ou a menina que gostamos nos envia um rosto de amor? A necessidade de comunicar o que sentimos e pensamos nos acompanha desde o início dos tempos, não é uma coisa nova, não é que de repente em meados de 2018 os emojis estão aparecendo como uma versão inimaginável da linguagem. O que acontece é que eles se tornaram a desculpa perfeita para preferir expressar certos tipos de emoções, que na vida real, lá fora, em que você fala com alguém olhando em seus olhos, tornam-se cada vez mais complexas.

Em 1995, os celulares Pocket Bell foram lançados no mercado com o que hoje conhecemos como um dos emojis mais comuns em nossos celulares: o coração. A possibilidade de enviar este pequeno símbolo por esses dispositivos mudou completamente a perspectiva da linguagem e permitiu que a plataforma i-mode desenhasse um conjunto mais completo dessas carinhas engraçadas. O que eles podem nunca imaginar é que depois de alguns anos, o número de emojis aumentaria para o número escandaloso de 1.500.

1. Prefiro discutir assuntos relacionados aos meus sentimentos pelo celular?

Ok, que isso não soe como uma bronca, mas um motivo para pararmos por alguns minutos para pensar se realmente fugimos dessas conversas cara a cara. Recusar-se a aceitar que a forma como nos comunicamos mudou é quase impossível, hoje andamos todos com o celular na mão até para ir ao banheiro e quando baixa temos aquela sensação desconfortável, aquele vazio que nos faz sentir “desconectados” da suposta realidade que nos une aos outros.

A gravidade da questão é que permitimos que as conversas de nossos relacionamentos pessoais sejam realizadas 90% por meio desses dispositivos, o que nos deixa com amplas possibilidades de chegar a cenários que nunca pensamos que aconteceriam virtualmente, como separações, infidelidade, assédio ou maus tratos. Os emojis nos permitem dar um toque mais leve e agradável às conversas, eles transformam palavras simples em algo mais divertido e nos ajudam a tirar a formalidade de algumas frases, mas nunca vão substituir as palavras ditas logo de cara.

Não quero que cheguemos a extremos de hype e assumamos que estamos fazendo tudo errado usando esses rostos diariamente. A ligação será consistente e consciente de que a interação humana não deve ser substituída pelas conversas que temos com nossos amigos e familiares por meio de mensagens de texto ou WhatsApp.

2. Nossas emoções se tornaram temporárias?

Talvez o coração, o abraço ou o beijo que enviamos seja realmente um sinal do que sentimos e os emojis nos permitem expressar com muito mais facilidade, coisas que não ousaríamos falar pessoalmente. Sem perceber, deixamos de ouvir a voz de nossos entes queridos por dias ou até semanas, porque nossa comunicação se limita ao bate-papo.

Também não nos vemos com frequência, usamos videochamadas de vez em quando, mas quando as terminamos voltamos a mensagens curtas ou rostos tristes que podem significar “sinto sua falta”, “não me sinto bem”, “Eu sinto Muito”. O beijo ou abraço que mandamos em poucos segundos pelo celular não pode causar as mesmas sensações que o contato físico provoca e, em suma, muitos de nossos relacionamentos se tornam algo temporário, um vai e vem de carinhas que querem gritar mas eles podem ser mal interpretados.

Nos tornamos pessoas com respostas automáticas, às vezes nem sabemos o que dizer e optamos por enviar um emoji que cobre nossa falta de interesse ou talvez nos induza a mudar de assunto. Reconhecer nossas próprias emoções e as dos outros torna-se um labirinto, onde não sabemos ao certo o que é real e o que não é. Se você quiser saber mais sobre você e seus sentimentos e emoções, recomendamos que você clique aqui.

Os emojis se tornaram até mesmo um hobby dentro dos grupos de WhatsApp, em que algum membro perspicaz do bate-papo envia uma lista de rostos e símbolos para outros decifrarem a mensagem. Podem variar desde nomes de filmes, grupos musicais, até ditos ou frases típicas. E embora às vezes essas carinhas nos tirem de problemas quando não temos muito tempo para responder, não vamos cometer o erro de recusar a proposta de um encontro pessoal.

O tempo que passamos com nossos amigos e familiares é inestimável, não vamos permitir que a tecnologia nos separe, use-a como uma ferramenta que nos permite facilitar o diálogo e os encontros frequentes.

Nory Camargo