Devemos ter fé e crer em Deus Pai todo poderoso
A palavra fé, originária do grego “pisteuo”, significa crer, prestar adesão a alguém. Em outras palavras, a fé representa a confiança e a entrega a uma determinada pessoa ou ideia. Assim, Deus, ao comunicar o Seu amor aos homens, espera uma resposta concreta para a realização de Suas obras. Portanto, a fé é a resposta do homem ao Deus que se revela, sendo um ato de entrega e confiança. Dessa forma, essa comunhão, essa união entre o homem e Deus, é confirmada quando a inteligência e a vontade do homem são submetidas, completamente, a Deus. Em resumo, a fé é o caminho para a conexão profunda com o divino, e essa submissão total representa o ápice dessa relação.
Em obediência a Palavra de Deus, o homem livremente inicia a vida de fé quando abre os olhos para a verdade e assume a graça de participar e optar definitivamente pelo plano de salvação.
“De fato, é pela Sua graça que fostes salvos, mediante a fé, e isto não procede de vós: é dom de Deus” (Ef 2,8).
A virtude sobrenatural da fé é cultivada pela caridade (Cf II Ts 1,3). O amor é a única condição que intensifica o progresso na comunhão da fé autêntica, e das obras de misericórdia (Cf Tg 2, 14-23).
Crer sempre em Deus
Fé não significa apenas acreditar na existência de Deus. “Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios creem e tremem” (Tg 2,19).
As palavras que afirmamos devem, consequentemente, seguir as exigências estabelecidas pelos ensinamentos de Jesus. Nesse sentido, a fé é uma afirmação que nos impulsiona à missão de percorrer o caminho da Ressurreição, a fim de encontrarmos a vida nova em Nosso Senhor Jesus Cristo.
A raiz da fé não está firmada nos sentimentos; nenhuma situação ou acontecimento pode alterar o verdadeiro sentido dessa certeza manifestada pela glória de Deus (Cf Jo 11,40).
“Fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Heb 11,1). É a posse antecipada do que se espera, é uma demonstração da realidade ainda não acontecida. Fé é o caminho da entrega e do abandono; é como atravessar um túnel, embora tudo pareça escuro, temos a certeza de encontrar a luz no final.
Como opção definitiva, a fé exige perseverança e fidelidade: “Combate o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, vieram naufragar na fé” (I Tim 1,18-19).
“Mas, quando vier o Filho do homem, achará fé sobre a terra?” (Luc 18,8).
Viva a conversão
A conversão parte da fé: “Crede em Jesus, arrependei-vos de vossos pecados e então podereis viver a vida do Filho de Deus ressuscitado” (Ato 2,38).
Conversão é a escolha radical, ou seja, a opção determinada pela causa do Reino de Deus. Essa transformação acontece quando o arrependimento leva a pessoa a renunciar ao pecado, em busca de uma vida nova.
Jesus deseja salvar e nos conduzir ao Pai, e aceitar Jesus implica em uma mudança profunda, não apenas de valores mas também de atitudes e de vida. Essa transformação, a experiência com Deus, é a causa principal para que aconteça a confirmação da mudança de vida. Um exemplo marcante na história do mundo é a conversão de Santo Agostinho, que, mesmo tarde, não deixou de amar a Deus. Ele renunciou ao pecado para buscar definitivamente o caminho da santidade.
A conversão de Saulo, também, é outro sinal da misericórdia de Deus. Depois de tanto perseguir os cristãos, durante uma viagem a Damasco, Jesus o faz reconhecer seu erro, com a pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Cf At 9,1-9). Saulo coloca-se diante do Senhor sem resistir ao Seu chamado e cumpre fielmente a sua missão de servir a Igreja.
Não basta viver a conversão por tempo determinado. Portanto quando conhecemos a verdade, devemos ser fiéis no compromisso com Deus. Nossa resposta deve ser uma só: “Dizei somente sim se é sim; não se é não” (Mt 5,37). Perseveremos diante das dificuldades na caminhada; renunciemos ao pecado e deixemos o Senhor nos modelar para sermos transformados em criaturas novas.
Ir Fabiana Souza Duca de Aguiar
Carmelita Mensageira do Espírito Santo
www.cancaonova.com