Os Magos adoraram o menino Jesus e ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. E nós, hoje?
1º Reis? Magos? Muitos, ainda hoje, gostam de folclore religioso. Querem saber de curiosidades e não tanto de ir ao essencial. Por isso, perguntam: “quem, afinal de contas, eram eles”? De onde vieram? Como se chamavam? Nada disso interessa. O que importa, é que foram sensíveis à voz da consciência. Deixaram o comodismo. Partiram. Buscaram resposta, a um questionamento havido. O que viram ? Era, de fato, uma estrela, um cometa? Mas, o que foi mesmo?
Curiosidade… Cristo é a estrela, o sinal de Deus. O salvador. Este é precisa encontrar, o restante é enfeite de Natal.
2º Nosso Deus é Deus de todos. Ele não é o Senhor, apenas, de um povo, como parecia ser, no Antigo Testamento, mas de todos. É Pai de todos. Pedagogicamente, escolheu Israel, não por ser melhor, mas porque, Ele assim o quis. Deveriam tornar conhecido o Senhor a todos os povos. Não cumpriram com sua missão. Pensaram ser filho único. Jesus, no entanto, veio para salvar a todos. Aliás, todos são amados por Deus. São seu povo.
3º Eles foram em busca da solução do questionamento surgido. Encontraram-no: era Jesus. Adoraram-no. Ciência é coisa boa. Necessária. Ocasiona progresso. Mas não basta. Muitos confiaram só na razão e na ciência, no progresso. Foram e continuam sendo infelizes. Por isso, fala-se tanto do mal estar da civilização moderna (Freud). Só, Deus tem a chave do segredo de tudo. É preciso buscá-lo. Sair do comodismo. Ir ao encontro, como os Magos: ouvir, discernir, adorar. Somos grandes, como pessoas, mas apenas criaturas. No entanto, Deus espera nosso amor, gratidão através do nosso culto. Negá-lo é ser ingrato, quando não condenatório.
4º Herodes perturbou-se. É sempre assim. Quem tem a consciência pesada se abala. Agita-se. Apela como o Herodes de outrora. Hoje, ele têm seus seguidores. Falsos uns. Mentirosos outros. Matam como o Herodes de outrora. Deus os incomoda. Preocupa. Por isso, dizem: “ Ele não existe”. O homem, não precisa Dele: coitados. Quando o Titanic foi afundando, muito ateu embarcado, começou a rezar devotamente. A Orquestra, então executava o hino “Mais perto de meu Deus.” Para os que se arrependeram “ Mais perto de Deus é certamente verdade. Para os que continuaram, a negá-lo , foram para mais perto do fundo do mar. Com Deus não se brinca. Ouve-se. Constata-se pela grandeza do cosmos, dos oceanos, pela beleza das flores, pela importância das florestas, etc.
5º Os Magos voltaram, por outro caminho. É preciso, sair da influência de todos os Pilatos, de todos os Herodes, de todos os Judas Iscariotes, que povoam nossa sociedade. Continuam falsos. Por isso, os Magos voltaram por outro caminho. Deixaram Herodes a ver navios. Então surge, logo a pergunta: que caminhos trilhar? Que estrela seguir? A da fé e da consciência. Os Magos levaram seus presentes, por sinal, bem significativos e adoraram o Messias encarnado. Voltaram felizes. São por isso, ainda hoje bem lembrados.
6º Conclusão: muitos homens e mulheres, ainda hoje como novos “ Adãos ”e novas “ Evas ” se escondem de Deus. Ele, no entanto continua buscando, os filhos e filhas tresmalhados. Pois Deus é amor. Nós, hoje, não precisamos levar ouro, incenso e mirra, mas nosso amor, adoração, obediência, justiça: nossos corações. Deus é dono de tudo, só não de muitos corações obcecados e agnósticos, mas assim mesmo, Ele os respeita, os ama e continua a chamá-los.
Dom Carmo João Rhoden S.C.J.
Bispo Emérito de Taubaté S.P.
Presidente da Pró Saúde.