Certa vez, Dom Hélder Câmara viajava de ônibus de Recife para São Paulo, e veio ao seu lado, por acaso, um homem pobre chamado Severino, que pretendia arrumar emprego em São Paulo.
Ao chegarem, Dom Hélder foi com ele até uma fábrica. Apresentou-se na portaria e disse que queria falar com o gerente. Este veio logo, todo eufórico, e levou o cardeal para a sala VIP da indústria. “Dom Hélder”, disse ele, “a que devemos esta honra de recebê-lo em nossa empresa?”
Dom Hélder disse: “Apresento-lhe o meu irmão Severino. Eu gostaria que o senhor, se possível, arrumasse um serviço para ele aqui na fábrica.” O gerente, após um telefonema, encaminhou Severino para o Departamento de Recursos Humanos. Ao chegar, os funcionários o receberam com honras, e Severino já estava admitido.
Dom Hélder ainda conversou um pouquinho com o gerente sobre a conjuntura nacional. Agradeceu e lhe contou a história. Conheceu Severino na viagem, mas o via como seu irmão, como de fato é, pelo batismo. Irmão não segundo a carne, mas em Cristo.