Neste sábado celebramos missa festiva em nossa Catedral. No dia em que celebramos a memória de Santa Madre Teresa de Calcutá que tanto se distinguiu pelos trabalhos com os pobres tivemos a oportunidade de ordenar 3 diáconos para o serviço em nossa igreja, sinal da igreja servidora. E assim comemorarmos os 281 anos do seminário e abrirmos um temo de jubileu com muitas comemorações arquidiocesanas.
Foi uma grande alegria voltar na Catedral Metropolitana de São Sebastião para uma celebração muito especial. Hoje, como dissemos, na memória litúrgica de Santa Teresa de Calcutá, nós celebramos 281 anos da criação Seminário São José por Dom Frei Antônio de Guadalupe. E nesses anos todos vem formando sacerdotes segundo o Coração de Deus para a Igreja — um passo importante na história da Igreja no Brasil.
Marca um passo de formação de seus presbíteros à partir de então. Temos outros seminários que, na mesma época, começaram também a ser fundados, a serem criados. E o que nós queremos, nesta ocasião, agradecer a Deus por essa inspiração, já repercutindo o Concílio de Trento, que assim o pedia há muito tempo que já tinha ocorrido esse Concílio. Assim o Rio de Janeiro cria o seu Seminário Diocesano, na época. Por isso louvamos e bendizemos a Deus!
E nesse dia de hoje temos alegria de ordenar 3 diáconos dentre os nossos seminaristas do nosso Seminário São José, destinados ao sacerdócio. Lembrando bem essa missão de formar homens de Deus para servir ao povo de Deus com Coração do Senhor. Também, como providência hoje à tarde, teremos ordenações presbiterais e, também o Ministério de Leitor nessa mesma Catedral. Porém, de uma nova comunidade.
A Igreja continua a sua caminhada dentro da história marcada por tantas vicissitudes, tantas dificuldades, mas continua sua missão, como também o seminário na sua formação acadêmica, formação pessoal, pastoral e também os passos vão sendo dados. Como hoje, três seminaristas ordenados diáconos, mostrando bem essa caminhada da Igreja que mesmo no meio das dificuldades e das limitações, continua a sua missão.
Estamos no mês da Bíblia, aprofundando, lendo o livro Deuteronômio, lembrando de abrir a mão ao outro generosamente, como tema escolhido para este mês. Temos, também, o Jubileu da Terra, começado no dia de oração pelo cuidado da criação e vai até o dia de São Francisco de Assis, o dia 4 de outubro.
Neste ano o tema contempla o cinquentenário do Dia Mundial da Terra: “Jubileu da terra: novos ritmos, nova esperança”. E recordamos, também, da oração que ontem fizemos pelo povo do Líbano, pedindo a Deus para que se resolvam e se encaminhem mais soluções para esse amado país, que marca da história da salvação, pois o Antigo Testamento fala tantas vezes no Líbano, em especial dos cedros do Líbano.
Rezemos também, por nosso país que, no próximo dia 7, comemora o dia da sua Independência: rezamos neste momento tão difícil, com tantas mortes, internações, contaminações sejamos livres e prósperos. Que, apesar da tristeza, encontremos caminhos e soluções, mas que enquanto isso n~´os continuamos com a caminhada da Igreja samaritana, solidária e fraterna presente na vida das famílias, das pessoas, seja presencialmente, com as atitudes sociais, seja através dos meios de comunicação.
Rezamos pelas famílias que são marcadas pelo sofrimento. E que sejamos solidários com todos e todas para que experimentemos a vida e a paz.
Estava lembrando justamente um momento bonito que nós vivemos dentro da caminhada arquidiocesana, agradecendo nossos antepassados. São 281 anos da criação do Seminário São José. Tivemos tempo de altos e baixos, como acontece sempre na vida cotidiana. Vivemos tempos diferentes. Mas em todas as épocas tivemos homens de Deus sendo formados por nosso Seminário São José. Diáconos, padres, bispos.
Tínhamos até pensado nesse tempo de comemorações, de realizar um encontro dos bispos atuais que passaram pelo Seminário São José, que tem uma tradição de formação que marca a nossa história e forma os nossos seminaristas, diáconos, padres para a Igreja. E aqueles que para cá vem vindo de outras formações acabam assumindo a realidade dos desafios desta grande e complexa cidade, que é também maravilhosa obra de Deus em suas belezas.
Esses desafios regem a nossa caminhada buscando a comunhão como Igreja, a nossa unidade como Igreja. E o nosso carinho com o povo de Deus que caminha dentro de uma realidade bastante concreta e específica, que é a nossa grande cidade. Situações sociais, situações humanas que nós temos nessa nossa cidade supõem um tempo razoavelmente grande para conhecer e para ver como trabalhar, para ter como agir.
E só mesmo quem vive nesta grande cidade, que tem um tempo de caminhada, que pode perceber a necessidade dessa presença junto ao povo de Deus que aqui nessa diversidade de situações. Por isso o nosso agradecimento a Deus por podemos celebrar e comemorar os 281 anos o nosso Seminário, mesmo nesses dias em que está praticamente vazio (ou quase vazio) devido a esse momento especial que nós vivemos, onde a formação acadêmica pessoal acontece à distância, para não termos o perigo das contaminações, desse tempo de pandemia mundial, que agora nós vivemos. Mas continua a formação e continua caminhada, assim é que nós estamos tendo ordenação diaconal hoje.
Nós vemos, justamente, a caminhada que dá continuidade. Em tempos especiais nós não deixamos de continuar com o nosso trabalho e a nossa vida, também na formação. Por isso agradecemos ao Dom Frei Antônio de Guadalupe, que há 281 anos criou o Seminário de São José. E pedimos a Deus que nós possamos continuar bem a nossa missão, o nosso trabalho, porque realmente são sinais da história. Ao mesmo tempo, nós nos deparamos com a graça de Deus, o dom do Senhor de estar à nossa frente, e ver como ele vai atuando e agindo no coração das pessoas.
Acabamos de ouvir na Primeira Leitura que, justamente, é Deus que nos escolhe, pessoalmente. Esse mistério da escolha do Senhor para ser profeta entre as nações, para levar a palavra de Deus, a boa notícia, a tantas pessoas. E é sempre um olhar de fé que nós vemos. E, para mim, inclusive, quando nós temos ordenações diaconais, presbiterais e a todos os demais Ministérios.
Desde o momento em que entra um jovem para o seminário — ou mesmo quando um homem casado começa a se preparar para o diaconato permanente —, é sempre um olhar de fé, de ver a ação de Deus na vida das pessoas, que vai fazer uma história e vai levando adiante a sua caminhada, para que, respondendo o seu “sim”, como acabaram de responder “sim, aqui eu estou”, ao chamado e que nós escolhemos para serem ordenados, é sempre um mistério que vai além daquilo que nós podemos perceber humanamente.
Deus que escolhe, a Igreja que faz o discernimento e que chama e a pessoa que responde o seu “sim”. Cabe a nós ajudar as pessoas a responderem o seu “sim” conscientes daquilo que estão fazendo. E perseverará até o fim dos seus dias neste seu “sim”. É uma grande missão nossa enquanto Igreja, nessa missão de levar adiante esses dons que Deus concede às pessoas, para servirem o povo de Deus, enquanto agora diáconos, depois mais tarde também como sacerdotes.
Por isso, nós louvamos aos nossos três irmãos seminaristas que estão sendo ordenados diáconos nesta celebração junto com seus familiares que aqui estão. Tenho certeza que estão dando graças a Deus pelo dom que viu nos seus filhos, nos parentes que agora estão sendo ordenados, assim como seus amigos, que vai muito além da nossa visão humana.
Estão sendo ordenados para o serviço, sinal da igreja servidora. E assim temos demonstrado com ações nestes complexos tempos. Deus abençoe a todos que lutam pelo bem e fazem o bem a tantas pessoas necessitadas nessa bela Diaconia eclesial.
Do outro lado, também, caríssimos irmãos e irmãs, eles são enviados ao mundo. A palavra “mundo” tem várias conotações na Escritura — o “mundo” para onde são enviados, ao mesmo tempo não são do “mundo”. São preservados do “mundo”. São vários aspectos dessa mesma palavra em português.
Mas uma coisa é muito clara: esses que são escolhidos, Deus chama para uma missão. São enviados a esse mundo, à sociedade, às pessoas para anunciar a boa notícia, a boa nova, anunciar Evangelho. E, ao mesmo tempo, não estão vivendo conforme o “mundo” quer. São chamados a viver segundo o Evangelho, e ao mesmo tempo, são chamados a serem preservados do maligno, do mal, ao estar no “mundo”.
Esta presença da Igreja profética na sociedade que, pelo fato de estarem ligados a Jesus Cristo, tem as suas consequências na vida social, na vida humana, na vida das pessoas que têm necessidade encontrar luz, caminho e esperança para suas próprias vidas. Por isso nós louvamos a Deus, por esse momento em que nós vemos a caminhada da Igreja que passa pelas diversas etapas desse momento, mas continua firme na sua caminhada de evangelização, de catequese, de missão, de formação.
Mesmo seminaristas que tanto necessitam da formação, continuam levando adiante esse trabalho pelos seus formadores, pelos vários professores e respondem a isso. E nós bendizemos a Deus por esse momento que marca também a vida de nossa Arquidiocese, pelo seminário e pela ordenação.
Caríssimos seminaristas que estão sendo ordenados diáconos na celebração desta manhã: tenho certeza que aquilo que fala a Leitura a Primeira que “Deus os escolheu”, e ao responder o seu “sim”, a Igreja os escolheu para servir, é uma realidade. Mas essa realidade vai ser vivida na sociedade, no mundo.
Diante de um mundo que, muitas vezes, nos persegue, muitas vezes também levados pelo maligno querendo o nosso coração e a nossa vida. Mas temos certeza que, assim como vocês venceram, Deus em vocês venceu tantos obstáculos e tantas dificuldades, saberão também levar adiante essa bela e importante missão de serem testemunhas de Jesus Cristo.
Agora sendo ordenados para o serviço. Para emissão do serviço. Tão necessário e importante, que deverão levar para todo sempre. Mas enquanto se preparam também para os passos do futuro e pelos quais todos nós que estamos aqui, junto com seus familiares, também rezamos.
Que nós possamos na celebração do dia de hoje, olhar para os sinais que Deus coloca à nossa frente, bem dizer e pedir que nós possamos dar esses passos cada vez mais, louvando e bendizendo a Deus. Amém!
Esta é uma oportunidade de comemorar os 281 anos de fundação do primeiro seminário do Brasil Com isso estamos abrindo um quinquênio neste ano em que estamos vivendo os 100 anos do nascimento de Dom Eugênio Sales, que tanto trabalhou pelas vocações em nossa Arquidiocese e também na construção dos locais físicos para os nossos seminários, nós olhamos para o futuro com a experiência do passado.
Teremos nesses próximos anos momentos que queremos viver, tempos jubilares: 90 anos da inauguração do Cristo Redentor; 100 anos do Congresso Eucarístico que comemorou o Centenário da Independência; 130 anos da nossa Província Eclesiástica – Arquidiocese do Rio de Janeiro; 350 anos da nossa Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; e 450 anos da nossa Prelazia do Rio de Janeiro.
Nesses próximos anos temos vários momentos importantes que queremos vivenciar para agradecer a Deus por essa história, por essa caminhada. Com isso viver um tempo de jubileu animando o espírito missionário em todos os nossos diocesanos como é a proposta deste ano que ora vivemos.
Muitos sacerdotes, além de serem homens de Deus, que estão no coração do Senhor, nós temos reconhecimento público em nossa cidade, com muitas ruas, muitos logradouros, muitos prédios, que levam o nome de sacerdotes de nossa Arquidiocese. Temos coletâneas publicadas em livros com o nome de logradouros, ruas, praças e também de prédios e de entidades, de organizações que levam o nome dos padres dessa nossa Arquidiocese.
Que, além desses aspectos de reconhecimento humano, temos certeza que são reconhecidos no céu e que deram a sua vida. Muitos deles talvez desconhecidos da maioria, mas conhecidos pelo Senhor. Temos também uma grande história para nos iluminar e que esperamos que nestes próximos anos possamos publicar trabalhos que iluminem o hoje com a nossa história e ontem. Pedimos a Deus que continue suscitando vocações para a nossa Arquidiocese — santificando o Clero para que nós vivamos essa nossa vocação, a comunhão, a unidade, não só oficial, não efetiva, mas também afetiva.
Vivendo a comunhão entre nós, na procura de caminharmos junto nesses tempos tão complexos, tão difíceis e que tanto nós necessitamos de estarmos de mãos dadas uns com os outros. Podemos olhar com confiança um ao outro e perceber que o Senhor vai conduzindo a nossa vida. A bênção agora aos novos diáconos e depois a toda a comunidade sela esse momento importante da nossa caminhada arquidiocesana e abre as perspectivas de grandes celebrações, jubileus, que e temos pela frente para este e próximos anos.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ