A Dignidade Humana
A dignidade humana tem sua base na criação do homem à imagem e semelhança de Deus. Essa dignidade se concretiza na vocação de alcançar a bem-aventurança divina, ou seja, chegar a Deus. Contudo, essa realização depende de cada pessoa, que deve buscar esse propósito com liberdade e auxílio da Graça divina e do Espírito Santo.
O Homem como Imagem de Deus
Jesus Cristo, Redentor e Salvador, restaurou no homem a imagem de Deus, desfigurada pelo pecado original. Essa restauração devolveu-lhe sua beleza original, enriquecendo-o com a Graça. Dessa forma, a imagem divina está presente em cada pessoa.
Como seres dotados de alma espiritual e imortal, somos as únicas criaturas terrestres destinadas à vida eterna. Por meio de nossa inteligência e vontade, podemos discernir entre o bem e o mal, escolhendo o caminho a seguir. Assim, ouvimos a voz de Deus, que nos convida ao bem e ao amor.
No entanto, desde o início da história, a tentação do Maligno corrompeu a liberdade humana e resultou no pecado. Apesar disso, o desejo pelo bem permanece em nós, ainda que a ferida do pecado original nos incline ao erro. Cristo, por meio de Seu sacrifício, restaurou a Graça divina em nós, tornando-nos filhos de Deus e capazes de praticar o bem.
Nossa Vocação à Bem-Aventurança
As bem-aventuranças proclamadas por Jesus são o núcleo da vida cristã e da dignidade humana. Elas elevam as promessas de Deus, antes limitadas ao bem-estar terreno, ao Reino dos Céus.
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3-12).
Cada bem-aventurança reflete a imagem de Cristo e orienta a vida cristã. Elas mostram o caminho para viver plenamente a dignidade humana no amor e na justiça.
A Liberdade do Homem
Deus concedeu ao homem a razão e a liberdade, permitindo-lhe agir por conta própria e buscar o Criador livremente. A liberdade, porém, é a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Quanto mais o bem é praticado, mais livre se torna a pessoa. Por outro lado, a escolha pelo mal reduz essa liberdade e gera consequências negativas.
Cada ato consciente e voluntário é de responsabilidade individual. Assim, a liberdade humana está intrinsecamente ligada à moralidade de nossas ações e à nossa caminhada em direção à perfeição espiritual.
A Liberdade e a Dignidade Humana: Um Chamado à Verdade e ao Bem
Embora preciosa, a liberdade humana é limitada e suscetível ao erro. O uso irresponsável dessa liberdade frequentemente gera injustiças e ofensas à caridade, comprometendo a dignidade humana. Porém, a Graça de Cristo nos resgatou do pecado, restaurando em nós a verdadeira liberdade ao seguirmos a verdade e o bem.
“Onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2Cor 3, 17).
A Moralidade dos Atos Humanos
A moralidade de um ato depende de três fatores principais: o objetivo escolhido, a intenção e as circunstâncias. Para ser moralmente bom, o ato deve ser correto em todos esses aspectos. Certas ações, como homicídio ou adultério, são intrinsecamente más e nunca podem ser justificadas, mesmo com boas intenções.
A Influência das Paixões na Dignidade Humana
As paixões, como emoções e sentimentos, desempenham um papel significativo na dignidade humana e influenciam diretamente nossas escolhas morais. Quando alinhadas à virtude, elas nos aproximam do bem e fortalecem nossa caminhada espiritual. No entanto, quando desordenadas, podem nos desviar para o mal e prejudicar nosso crescimento moral. Para alcançar a perfeição moral, é necessário direcionar a vontade e a sensibilidade, integrando nossas emoções aos princípios da dignidade humana, como ensina o Salmo 84:
“Meu coração e minha carne se alegram pelo Deus vivo” (Sl 84, 3).