A vida tem momentos em que ocorrem mudanças decisivas. Depois das mudanças, iniciam-se novas trajetórias, com suas oportunidades, seus riscos, seus benefícios e suas feridas, sem esquecer acontecimentos mais ou menos importantes do passado.
Às vezes, ao relembrar esse passado, surge um estranho sentimento de culpa. Se ao menos eu tivesse sido mais cauteloso ao lidar com aquele “amigo”. Se eu tivesse aceitado aquele trabalho. Se eu tivesse fechado a janela quando me senti bem por causa da corrente de ar…
As decisões e omissões do passado tiveram consequências. O que aconteceu não pode ser modificado. O presente foi beneficiado, ou prejudicado, pelas coisas que escolhemos antes, muitas vezes com base na suposição de que seriam benéficas…
Se as feridas se acumulam, se o presente está cheio de dores e problemas, muitas pessoas sentem reprovação pelos erros cometidos no passado. Há fatos, certamente, que não dependem de ninguém. Mas outros, infelizmente, são consequência direta das próprias decisões.
O sentimento de culpa que surge ao recordar as nossas decisões erradas pode ser prejudicial se sufocar, se gerar angústia, se paralisar, se provocar amargas censuras. É inútil reconhecer as falhas do passado se, ao fazê-lo, causarmos danos desnecessários a nós mesmos.
Por outro lado, o reconhecimento de algumas destas faltas pode ser benéfico se recorrermos a Deus para pedir o dom da misericórdia, se procurarmos reparar os danos causados aos outros, se aprendermos a ser mais prudentes e generosos no presente. decisões.
A vida continua sua trajetória imparável. O passado ficou para trás, embora as suas consequências ainda estejam aí, diante de nós. Agora temos um presente único, que oferece oportunidades maravilhosas para o bem se escolhermos aqueles objetivos que nos ajudam a amar mais a Deus e aos nossos irmãos…